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Novas tecnologias nos processos de trabalho: efeitos da reestruturação produtiva (Resumo)

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Por:   •  13/6/2013  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.497 Palavras (14 Páginas)  •  1.007 Visualizações

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Novas tecnologias nos processos de trabalho: efeitos da reestruturação produtiva (Resumo)

A introdução de novas tecnologias desencadeou uma série de efeitos sociais que afetaram os trabalhadores e sua organização. Esses efeitos, que se pode chamar de "impactos sociais", repercutiram nos processos de trabalho, na qualificação da força de trabalho, nas próprias condições de trabalho, na saúde do trabalhador e conseqüentemente nas políticas de ocupação, afetando diretamente a questão do emprego. O uso de novas tecnologias trouxe a diminuição do trabalho necessário que se traduz na economia líquida do tempo de trabalho, uma vez que, com a presença da automação microeletrônica, começou a ocorrer a diminuição dos coletivos operários e uma mudança na organização dos processos de trabalho. A análise acerca dos impactos sociais na indústria de transformação, no pólo metal-mecânico do Nordeste do Rio Grande do Sul, aponta para uma série de modificações nos processos de trabalho, decorrentes da alteração no paradigma industrial fordista nos anos noventa do século XX e reflete as mudanças organizacionais derivadas da introdução das novas tecnologias.

Palavras-chave: Novas tecnologias, processos de trabalho, occupation policies.

New tecnologies in working processes: consequences of productive restructuration (Abstract)

The introduction of new technologies has triggered out a series of social effects which affected workers and their organization. The effects named "social impacts" reflected on work processes, labor force qualification, work conditions themselves, worker health, and consequently occupation policies, thus affecting directly the job issue. The use of new technologies has caused the impairment of necessary work, which is translated into the net economy of working time, once microelectronic automation has caused collective workers to decrease, and also a change in the organization of work processes. The analysis of the social impacts in the transformation industry of the metal-mechanical hub of the Northeast of Rio Grande do Sul, Brazil, points out to a series of modifications in the work processes following from the change of the fordian industrial paradigm of the 1990s, and reflects the organizational changes derived from the introduction of new technologies.

Key-words: new technologies, work process, occupation policies

A economia internacional enfrentou, nos anos setenta do século XX, um quadro de crise estrutural que acarretou um processo de aprofundamento da globalização do capital através da integração e da internacionalização de várias etapas do processo produtivo. Essa crise trouxe consigo a imposição de um amplo processo de reestruturação do capital, a fim de instalar um novo modo de acumulação como meio de sair da crise e também de manter o equilíbrio do sistema capitalista como um todo. A reestruturação do capital em países de economias avançadas se fez com inovações técnicas, organizacionais e financeiras, permitindo que, durante a década de oitenta, essas economias enfrentassem uma expansão sustentada pela estabilidade de preços, com recuperação do aumento da produtividade e já com a presença de novas tecnologias.

Processos de trabalho no contexto da reestruturação produtiva

A introdução de novas tecnologias desencadeou uma série de efeitos sociais que afetaram os trabalhadores e sua organização. Esses efeitos repercutiram nos processos de trabalho, na qualificação da força de trabalho, nas próprias condições de trabalho, na saúde do trabalhador e conseqüentemente nas políticas de ocupação, afetando diretamente a questão do emprego. O uso de novas tecnologias trouxe em muitos países a diminuição do trabalho necessário, que se traduz na economia líquida do tempo de trabalho, uma vez que, com a presença da automação microeletrônica, começou a ocorrer uma diminuição dos coletivos operários e uma mudança na organização dos processos de trabalho.

Essa economia do tempo de trabalho levou ao chamado "desemprego tecnológico"; que é justificado por muitos autores como uma melhor otimização dos recursos humanos nos processos produtivos do capital variável. Mas será que realmente pode ser interpretado apenas pelo lado do capital como forma de mais-valia relativa?

Essa justificativa é explicada através do paradigma industrial e tecnológico, no modo de acumulação flexível, adotado a partir dos anos oitenta, pelo uso da força de trabalho polivalente, ágil, multifuncional com fins de dar consistência a esse modelo que se baseia na economia de escopo, sustentada na demanda. A flexibilidade e a polivalência são elementos condicionantes desse padrão de produção, rompendo com o modelo fordista que caracterizava a força de trabalho pela sua especialidade, devido à linearidade de seu sistema. A rigidez do fordismo é substituída pela idéia de flexibilidade e pela polivalência que o trabalhador deve desempenhar no uso de suas funções. O operário que anteriormente controlava apenas uma máquina ou uma operação de uma máquina, passa a ser responsável por uma ou várias máquinas que executam diversas operações e que muitas vezes pode ser operacionalizada no próprio escritório. Esse dado reflete que a economia líquida do tempo de trabalho ocorre e que essa circunstância é um fator do desemprego tecnológico, apesar de não ser o único.

Nos países avançados, o desemprego tecnológico é minimizado por planos de desenvolvimento e reorganização social, nos quais, apesar do uso de novas tecnologias, são mantidos os níveis de emprego. Porém existe uma discussão contínua promovida pelos seus sindicatos, conforme afirma Falabella (apud NEDER,1988,p.15-16) no que diz respeito à diminuição ou ao desaparecimento de seus coletivos de trabalho, "sobre o flagelo do desemprego e a concorrência entre os jovens treinados para lidar com a nova tecnologia e os operários especializados de meia-idade"[1].

Já nos países não avançados, como o Brasil, as discussões normalmente não ocorrem e quando acontecem têm fins socialmente estabelecidos pelas classes hegemônicas, defendendo seus principais interesses políticos. Dessa maneira, precisa-se começar a discutir a possibilidade de políticas que girem em torno de medidas reivindicatórias, que permitam ao trabalhador ter conhecimento daquilo que pode ocorrer consigo, à medida que é afastado do processo de trabalho pelas causas decorrentes dessas novas exigências mercantis do modo de acumulação, de suas potencialidades

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