O Braudel Escolheu Tratar dos Equilíbrios e dos Desequilíbrios Profundos do Longo Prazo
Por: Thiagomorcerf • 10/6/2019 • Relatório de pesquisa • 1.345 Palavras (6 Páginas) • 136 Visualizações
Braudel escolheu tratar dos equilíbrios e dos desequilíbrios profundos do longo prazo;
- "Acredito que mais da metade da vida da humanidade está mergulhada no cotidiano" = vida material;
- A vida material é tudo o que a humanidade, ao longo da história passada, foi incorporando na sua vida profunda e nas próprias entranhas dos homens, para quem se tornaram necessidades do cotidiano, banalidades. E ninguém lhes dedica nenhuma atenção;
- O jogo demográfico tende para o equilíbrio, raramente atingindo. Para estabelecer o equilíbrio existem: as fomes, as carências, as duras condições de vida, as guerras e sobretudo as doenças.
- Cereais (milho, trigo, arroz) = favoráveis ao crescimento demográfico e fazem parte do cotidiano;
- Outro ponto importante diz respeito as técnicas (também parte da vida material);
- Moeda e as cidades: as duas mergulham simultaneamente no cotidiano. Poderíamos dizer que ambas fabricaram a modernidade, mas também que a modernidade, impulsionou a expansão da moeda, construiu as crescentes das cidades;
- De 1400 a 1800, encontramos uma economia de troca ainda muito imperfeita: não consegue abranger toda a produção, nem todo o consumo, já que uma enorme parte da produção se perde no autoconsumo;
- A economia de mercado se encontra em fase de progresso e põe em contato um número suficiente de burgos e de cidades, para iniciar a organização da produção e orientar e comandar o consumo. Tudo o que se situa fora do mercado apenas tem valor de uso, tudo o que cruza o seu estreito limiar adquire valor de troca;
- Vida econômica = economia de mercado: registro inferior (mercados, loja, vendedores ambulantes) e o registro superior (feiras e bolsas);
- O séc. XV vai assistir, sobretudo após 1450, a um relançamento geral da economia em benefício das cidades favorecidas pela subida dos preços industriais. Por outro lado os preços agrícolas estagnam ou baixam, portanto o papel de motor da economia cabe as lojas de artesãos, situado nos mercados urbanos;
- No séc. XVI, acontece a expansão para o Atlântico, assim grandes feiras internacionais situam a dinâmica da época;
- No séc. XVII, a feira cede lugar às bolsas e as praças de comércio. As lojas multiplicam-se através da Europa, criando apertadas redes de redistribuição;
- No séc. XVIII, ocorre uma generalizada aceleração econômica - feiras tendem a desaparecer;
- "Por todos os lados encontramos mercados, até nas sociedades incipientes";
- Os grandes mercados dispõem-se diante das portas das cidades, onde homens da urbes encontram-se com o camponês em terreno neutro;
- A China apresenta uma surpreendente organização em seus mercados. Imaginemos um burgo e marquemos um ponto numa folha em branco. Em redor desse ponto agrupam-se entre seis e dez aldeias, a uma distância que permite ao camponês ir e voltar no mesmo dia;
- Economia européia: parece dever o seu grau avançado de desenvolvimento à superioridade dos seus instrumentos e das suas instituições: as bolsas e as diversas formas de crédito.
- Foi sobre a economia de mercado que o capitalismo prosperou;
- Séc. XV ao XVIII: economia da mercado e capitalismo são minoritários e as massas de homens permanecem submersas no domínio da vida material;
- Antigo Regime - Capitalismo Mercantil:Braudel chama de capitalismo sofisticado, mas pouco desenvolvido, e com tendências para se generalizar;
-Entre o séc.XV e o séc. XVIII, a região abrangida por essa vida veloz, que é a economia de mercado, aumenta incessantemente;
- Braudel "cria" o termo "capitalismo", que é diferente ao que se entende da palavra nos dias atuais. Há determinados processos que exigem uma designação especial. Se os incluíssemos, pura e simplesmente na economia de mercado, seria quase um absurdo. A palavra que logo nos ocorre é capitalismo;
- Não há capitalismo antes da Revolução Industrial: capital sim, capitalismo não. O capital, realidade papável, uma massa de meios facilmente identificáveis e sempre em atividade. O capitalismo é a forma de conduzir, para fins geralmente pouco altruístas, esse constante jogo de inserções;
- É possível aceitar duas formas de economia de mercado (A e B): na categoria A, encontram-se as trocas cotidianas do mercado. Na categoria B: mercados itinerantes, recolhedores, coletores de mercadorias vão procurar os produtores as suas casas. Compram diretamente dos ou compram–lhes esses produtos antecipadamente. Depois, encaminham os produtos comprados, por meio de carros, de animais de carga ou por barco, para as grandes cidades e para o cais de exportação. Vantagem dessa última: comerciante rompeu as relações entre o produtor e o destinatário último da mercadoria e dispõe de dinheiro sonante, deste modo, longas cadeias de comércio ligam a produção ao consumo. Quanto mais essas cadeias se estendem, mais escapam às regras e a fiscalização habitual e mais claramente desponta o processo capitalista;
- Grandes lucros provêm acumulações consideráveis de capital, sobretudo porque o comércio a longa distância se concentra num pequeno número de mãos;
- A especialização,
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