TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

O CONCEITO DE REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Por:   •  14/2/2018  •  Trabalho acadêmico  •  5.922 Palavras (24 Páginas)  •  632 Visualizações

Página 1 de 24

RESUMO P2 HEG              

   

Revolução Industrial

  1. O conceito de ReVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Questionamento do tema ao longo do século XX

i. 1920-1960: questionamento dos marcos/determinantes: Revolução ou mudanças cumulativas (sem marcos específicos)?

Mantoux: nova organização do trabalho, nova organização da produção

VERSUS

Ashton/John Nef: processo lento de crescimento industrial (desenvolvimento da ciência e cultural como condições para a existência da indústria)

  1. PAUL MANTOUX (1877-1956): francês, marxista

O nascimento da “Grande Indústria” na Inglaterra na última terça parte do século XVIII levou a tantas consequências que pode ser comparada a uma Revolução.  

  • Revolução: A leitura dominante de revolução no século XIX baseava-se em aspectos políticos, na alteração da lógica do funcionamento do Estado. (Rev. Francesa, Burguesa, etc). Para Mantoux, a Revolução Industrial deveria ser tratada como uma pela sua dimensão e consequências no aspecto econômico e social e não necessariamente ocorreu de forma rápida.
  • Ponto de partida: Noção de Revolução Industrial como “Progresso”. Esse novo regime de produção levou a transformações sociais.

A indústria surgiu exigindo um certo regime de produção que conduz a uma organização social, impõe o aumento do rendimento e produtividade, a força muscular é trocada pela força motriz inanimada. As máquinas são precisas e exigem repetição. Os operariados na fábrica entram na lógica da divisão do trabalho e são especializados (Smith – exemplo do alfinete). O movimento do capital aumenta a acumulação. Essa lógica do mercado resulta em progresso técnico. 

  • Grande indústria: Origem na Inglaterra (1760/1780), nova organização, regime de produção – concentra e multiplica os meios de produção, uso de máquinas, operários e capital movido ao lucro. (Não tem a ver com o tamanho, mas com a forma, a organização)

Fabrica - produção – lança no mercado – circulação – baixa os preços – grande demanda –

concorrência – encontrar novos mercados – mundo é um campo de batalha

  • Manufatura Grande Indústria

Até meados do século 18 predominava a manufatura. Foi aumentando a cooperação, a divisão do trabalho e no século 18/19, o uso de máquinas, aumento do capital fixo e fábricas aumentou o capital resultante (ciclo de acumulação industrial) então o trabalho passou a ser subordinado do capital, consolidando as relações sociais capitalistas.

  • Contradições da Revolução Industrial: A revolução Industrial possibilita o progresso, o avanço econômico e tecnológico, o aumento da produção, produtividade e consequente aumento do consumo. Porém, aumenta a desigualdade e esse o acesso a esse consumo torna-se um dilema.

Capital X Trabalho

Grande indústria X antigas formas de produção (artesanato)

Nova estrutura produtiva – nova sociedade

Vendem sua força de trabalho X detém o capital

  • França no século XVIII

O industrialismo era ligado ao absolutismo, a indústria era artificial (subordinada ao Estado), manteve a mesma estrutura ao longo de todo o século, com monopólios, protecionismo, concessões. Diferente da Inglaterra em que o regime capitalista com alta produtividade vai limitando a sobrevivência da produção artesã (putting-out-system).

  • Conclusão – sentido da revolução Industrial:

Um novo regime de acumulação industrial que superou as formas de acumulação primitiva (extraeconômicas, especulativas). Uma nova relação social (trabalho versus capital) que leva ao desemprego e desigualdade. E por fim, a consolidação do capitalismo em sua plenitude: meios de produção que utilizam o trabalho e não o trabalho que usa os meios de produção.

A revolução vai além da política, mas na vida das pessoas também.

  1. JOHN NEF (1899-1988): Americano - The Rise of British Industry (1932)

Industrialismo como um processo histórico (século 16 ao 19). Deve-se olhar para o processo e não uma mudança repentina.

  • Ponto de partida: Renascimento – 400 anos de mudanças nos pensamentos e nas técnicas. Várias fases cumulativas do industrialismo, novas descobertas que culminaram na sociedade do século XIX.
  • Fases do Industrialismo:
  1. Renascimento: nova relação dos homens com a natureza, novos padrões de consumo (produção/elite).
  2. Reforma (1540 – 1640): questionamento de valores seculares, nova relação Igreja-Estado, expansão da produção do artesanato e da lã.
  3. Economia quantitativa século 17: Produção (mercadorias mais baratas), metalurgia/Londres (primeiro grande mercado interno)
  4. Tecnologia moderna século 17-18: desenvolvimento de novas técnicas para resolução de problemas cotidianos, aumento da produtividade. Ética do melhoramento estimulando o espirito inventivo.
  5. Ciência e Tecnologia: liberdade e desenvolvimento cientifico. Raciocionio quantitativo (problemas cotidianos)

Inglaterra (resolução de questões diárias) X França (questões filosóficas)

  • Conclusão: o processo deve ser visto como continuidade de fases.
  1. T.S. ASHTON (1889 – 1968): britânico – A Revolução Industrial (1946)

A palavra revolução sugere algo muito rápido, o que de fato não foi. A Revolução como ruptura não é característica de mudanças econômicas. É necessário pensar na continuidade. Porém, vai usar o termo “Revolução Industrial” pois já está na “boca do povo”.

  • Revolução Industrial: Há um crescimento populacional por conta da queda da mortalidade (1740-1870), uma melhora da alimentação (tubérculos, gados, transf, na agricultura – plantio em terrenos baldios, novas técnicas e irrigações), melhora no padrão de consumo (tijolos, sabão, vidros, esgoto, roupas de algodão). Esse aumento da população poderia ocasionar um padrão de vida mais baixo, mas por estar aliado ao aumento da produção inglesa, isso não ocorreu.
  • As transformações aumentaram o nível de vida da sociedade inglesa de transição, aumentou as áreas cultivadas e novas culturas, elevando o capital investido.
  • 1688: Estímulo do Parlamento a produção, investimento individual, invenções e inovações. (baixas taxas de juros, liberação de patentes)

Estado Liberal: fim dos privilégios e garantias aos indivíduos.

Ambiente amplo: processo social único e especifico na Inglaterra

Mercado: especialização (inovação)

Desenvolvimento de técnicas: sociedade da ciência

  • Não é o industrialismo resultado de inovações geniais, mas há inovações geniais porque criou-se um ambiente favorável a isso.
  • Conclusão: Revolução Industrial: Disponibilidade de terra mão de obra e capital – expansão da indústria, carvão e máquina a vapor – manufatura em larga escala, baixa taxa de juros, preços crescentes e esperanças de lucros – estimulo. Mas por detrás de tudo isso havia a mudança na concepção do homem sobre o universo. – Ideia de um progresso ilimitado numa economia livre e em expansão.

Revolução Industrial como uma Revolução Social, em um ambiente liberal que incentivava o papel do indivíduo.  

  1. surgimento da revolução industrial
  1. DAVID LANDES (1924-2013): americano – A Riqueza e a Pobreza das Nações (1988)

Procura entender por que a Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra e no século XVIII.

  • Divide o mundo em Ocidente (riqueza) e Resto (pobreza).
  • Mostra duas interpretações para explicação da riqueza obtida a partir da revolução industrial: a marxista, que defende a riqueza como resultado da agressividade, e a que ele concorda, da riqueza como resultado do trabalho, inteligência. Para Landes, o ponto é o desenvolvimento da ciência e tecnologia.
  • Fatores que incentivaram a ciência e tecnologia, tornando possível a revolução comercial e uma sociedade do conhecimento na Europa:
  1. Autonomia da investigação intelectual: Entender dar explicações não magicas para fenômenos naturais. Experiências pessoais que provavam que antigos dogmas estavam errados, contrariam inclusive a igreja: ex – antigos diziam que era impossível viver nos trópicos, navegadores portugueses foram até la provar o contrário.
  2. Criação de um método comum: Matemática – observação – experiências – metafisica não deixou espaço para explicações magicas, propósitos da natureza ou algo sobrenatural. Medição – verificação – dedução matemática. Ex: Microscópios, telescópios, ábacos, geometria analítica, calculo, formulas, etc
  3. Invenção da invenção – rotinização da descoberta: Todo mundo ficava sabendo de todas as descobertas (latim e serviço dos correios, sociedades, academias, revistas). Cooperação e rivalidade por fama e honra – estimulava a criação (patentes, sociedade da ciência).
  • Por que a Indústria de tecidos?

O intuito era desenvolver a lã, o algodão foi um acidente por conta da colônia (EUA), mas para Landes foi utilizado a favor já que “é mais fácil ensinar novos métodos para inexperientes do q novos truques para cachorros velhos”.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (42.5 Kb)   pdf (221.2 Kb)   docx (69.5 Kb)  
Continuar por mais 23 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com