O Impacto do Conceito de Cultura Sobre o Conceito de Homem
Por: Núbia Oliveira • 12/11/2019 • Resenha • 1.099 Palavras (5 Páginas) • 577 Visualizações
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INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS HUMANAS
Núbia Oliveira da Silva 201773162A
RESUMO
GEERTZ, Clifford. O impacto do conceito de Cultura sobre o conceito de Homem. In: A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
Passando pelo iluminismo e pela antropologia o autor Clifford Geertz em seu livro “A interpretação das culturas” busca estudar o conceito de homem através da cultura. Conduzirei este trabalho analisando o capítulo 2: “O Impacto do Conceito de Cultura sobre o Conceito de Homem” Geertz inicia o capítulo citando Lévi Strauss com sua idéia descrita na obra “O pensamento Selvagem” onde fala sobre a metodologia científica, dizendo que as explicações científicas não são uma redução da complexidade à simplicidade, mas pelo contrário, a substituição para algo muito mais complexo. Dessa forma, ele diz que é necessário substituir quadros simples por outros complexos, no que se refere ao estudo do homem. Sendo assim necessário descobrir a sua complexidade e ordená-la, por isso, é preciso estar atento aos detalhes.
Após isso, Geertz compara os princípios básicos do conceito de homem e cultura numa abordagem iluminista, em que o homem e a natureza formavam uma só coisa, era muito simples, seriam guiados pelas leis imutáveis como no universo de Newton. Acreditavam que todos os homens tinham a mesma natureza logo pensavam da mesma forma independente do grupo social em que estiver inserido, deixando de lado as diferenças e variedades da natureza humana. Porém, focando na antropologia da atualidade, ele afirma que a abordagem conceitual iluminista da natureza humana não seria capaz de desempenhar seu papel diante da "enorme e ampla variedade de diferenças entre os homens, em crenças e valores, em costumes e instituições, tanto no tempo como de lugar para lugar."(p.26).
Já a antropologia moderna percebe a cultura não apenas como um estudo de aparências, mas sim como fatores complexos que não podem ser apenas eliminados. Afirma o autor dizendo que não é fácil relacionar os fatores naturais, universais e as constantes do homem nos seus costumes, porque isso vai variar de acordo com as crenças, valores e as instituições que o indivíduo estiver inserido. Geertz frisa que é necessário procurar por um conceito mais viável sobre o homem, apoiando na antropologia, sem envolver o relativismo cultural, ou a evolução cultural, mas sem ignorá-los também, porque se ignorados esses preceitos poderia correr o risco de não entendermos de fato a complexidade do homem. Para ele, não é possível ao homem se despir da cultura vivida, não é algo descartável. Acreditando nisso seria uma porta para se desenvolver um novo conceito sobre cultura.
De acordo com seus estudos, Geertz afirma que todas as formas de estudar o homem em relação aos costumes, adotaram métodos variados que girava entre os fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais, caminhando assim para uma única estratégia. Nesse ponto de vista a cultura não se relaciona com os outros fatores, propondo uma relação independente, sugerindo que o homem, apesar de ele ser racional, ele estaria despido dos seus costumes. Retirando então a cultura, seria possível encontrar as regularidades estruturais e funcionais da organização social. Se excluir o social, teríamos as “necessidades básicas”. E adiante, se encontra o psicológico, que sem este seria possível encontrar o homem fundamentalmente anatômico, fisiológico e neurológico, que nesta visão seria o homem genérico.
Segundo Clifford Geertz, o que se pode aprender da natureza humana é que os homens são pura e simplesmente o que a sua cultura faz deles. E acreditando nessa diversidade cultural ele diz estar se aventurando em águas perigosas baseando em sua “concepção estratigráfica” o conjunto que compõem o homem são as relações entre os fatores biológicos, psicológicos, social e cultural na vida humana” (p.28).
O autor, diante de sua concepção estratigráfica apresenta três proposições que permitiria a possibilidade de entender o que é o homem. A primeira proposição o ele traz uma discussão que não é viável porque não se pode afirmar que todas as culturas costumes universais de comportamento, como exemplos o casamento e a reprodução familiar. A segunda proposição Geertz, afirma que esses costumes universais precisam estar em harmonia com os quatro níveis da concepção estratigráfica, não podendo ser também cumprida devido a dificuldades considerando que é extremamente difícil harmonizar cultura, social, psicologia e biologia. E por fim a terceira proposição de Geertz contraria a ideia de que estes universais poderiam ser tidos como essenciais a partir da revelação dos aspectos da cultura humana que são típicos dos povos, considerando isto como um preconceito que não concorda em partilhar. Defende que esta abordagem é falha ao contrariar a direção dos elementos essenciais da condição humana, afastando deles.
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