O Segredo da Acumulação Primitiva
Por: Jean Marcos • 7/6/2018 • Trabalho acadêmico • 2.401 Palavras (10 Páginas) • 389 Visualizações
O Segredo da Acumulação Primitiva
Visando escapar do ciclo vicioso, dinheiro>capital>mais-valor>produção capitalista>força de
trabalho e grandes massas de capital nas mãos de produtores, supôe-se uma acumulação
primitiva (precedente à acumulação capitalista) tal que não resulta do modo de produção
capitalista, é, pelo contrário, seu ponto de partida.
Explica-se a acumulação primitiva pela estória de que haviam 2 grupos distintos antigamente:
uma elite trabalhadora, inteligente e economica, e um grupo burro, vadio, que gastava mais do
que tinha. De acordo com o autor, tal acumulação desempenha na economia política papel
similar ao pecado original na teologia. De acordo com a lenda, Adão foi condenado a trabalhar
para garantir seu próprio sustento; entretanto enquanto poucos acumulam riquezas e já não
mais trabalham, a maioria precisa trabalhar para sobreviver. Aponta-se que há nesta situação,
uma relação entre dois tipos diferentes de detentores de mercadorias; onde um é o proprietário
dos meios de produção (para aumento de lucros) e dinheiro, e outro é a maioria, são
trabalhadores livres que vendem sua própria força de trabalho. Com o surgimento desses dois
pólos no mercado, mostram-se as condições essenciais da produção capitalista. Vê-se concluso
pelo autor, que a acumulação primitiva é o processo histórico de separação entre produtor e
meio de produção; é primitiva porque faz parte da pré-história do capital e do modo de
produção correspondente. Diz-se que a estrutura formadora do capitalismo surgiu da sociedade
feudal; sendo o feudalismo findo, abriu as portas ao capitalismo.
Marx diz ainda que, o trabalhador depois de ser livre da servidão ou vassalamento, converte-se
em livre vendedor de força de trabalho, tendo que, além de levar a sua mercadoria até onde
havia mercado para ela, libertar-se das corporações e suas prescrições. Portanto, a
transformação dos produtores em assalariados parece ser uma libertação da servidão e coação
corporativa, sendo esse fato como único aspecto válido para os historiadores burgueses.
Entretanto, Marx enfatiza que, esses recém-libertados, se tornam apenas vendedores de si
mesmos, após terem sido roubados seus meios de produção e suas garantias de existencia
oferecidas pelo feudalismo.
O autor vê que o estopim para o desenvolvimento que originou o assalariado e o capitalista, foi
a subjugação do trabalhador; transformado da exploração feudal para a exploração capitalista.
Embora o exórdio capitalista se apresente pontualmente nos séculos XIV e XV, (em algumas
cidades do mediterrâneo) a era capitalista se inicia no século XVI. Considera-se que a história da
acumulação primitiva avoca tonalidades distintas nos vários países, percorrendo várias fases em
sucessões diferentes e em épocas históricas distintas.
Expropriação da Terra Pertencente à População Rural
Ao final do século IV, na Inglaterra, a servidão estava quase extinta, sendo a maioria da
população camponesa. O servo foi então substituído pelo assalariado, que recebia uma pequena
porção de terra para lavrar, uma habitação e um salário. O número de camponeses lavrando a
terra era diretamente ligado ao poder do senhor feudal. A antiga nobreza caiu para a nova e
para as guerras feudais. Cita-se que para isso, houve a expulsão de vários camponeses de suas
terras, para dar lugar ao pasto e também ao desenvolvimento da ovinocultura ( muito lucrativa
na época). O autor relembra que tal revolução amedrontou os legisladores, pois a classe
trabalhadora foi lançada da idade do ouro para a idade do ferro.
Henrique VII, em 1489, faz uma lei que proibia a demolição das casas de camponeses às quais
estivessem vinculadas pelo menos 20 acres de terra; mas em seu 25º ano de reinado, faz umalei que determina a reconstrução de lavrouras e casas de lavradores, e limita em 2 mil o número
de ovelhas por proprietário. Entretanto, tais leis não resultaram durante 150 anos. Marx indica
que o capitalismo reclama a dependência da massa popular e a conversão de seu trabalho em
capital.
A expropriação de terra passa a ser mais agressiva, devido à Reforma Protestante, pois a Igreja
era proprietária feudal de uma grande porção do solo inglês; levando o crescimento do
proletariado. A igreja então exclui o direito em relação ao dízimo, que os lavradores
empobrecidos tinham. Portanto, no ano de 43, a rainha Elisabeth criou imposto de ajuda aos
pobres, chamado pauperismo.
De acordo com o autor, nobres, capitalistas e proprietários da mais valia foram puxados ao
poder, pela “gloriosa revolução”, iniciando uma era em que aumentaram os roubos às terras do
Estado, que foram presenteadas ou vendidas a preços baixos. A oligarquia inglesa roubou as
terras da Coroa e os bens da Igreja, fez da terra mero comercio, excluiu os proletários das terras;
os quais se juntam mais tarde
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