Objecto da Microeconomia A Microeconomia
Por: TiagoVasconcelos • 26/10/2015 • Trabalho acadêmico • 904 Palavras (4 Páginas) • 583 Visualizações
1.1 Objecto da Microeconomia A Microeconomia trata das escolhas dos indivíduos quanto à afectação dos recursos escassos que têm disponíveis, a afectação das coisas. Assim, estuda os fundamentos das escolhas económicas de cada indivíduo e a sua evolução com a alteração dos preços das coisas. Além de considerar os indivíduos, a Microeconomia pode ainda considerar um certo nível de agregação. No entanto a agregação é sempre de coisas idênticas (homogéneas). Por exemplo, pode considerar em conjunto os consumidores de laranjas e em conjunto os vendedores de laranjas, sendo que, apesar de haver muitas variedades de laranjas, para um certo grau de abstracção são todas idênticas. Oposto à Microeconomia que se debruça sobre as escolhas individuais, existe a Macroeconomia que estuda realidades agregadas ao nível dos países. A “Economia Industrial” que estuda realidades ao nível da “indústria” (que genericamente são conjuntos de empresas que usam tecnologias idênticas e/ou produzem bens idênticos) é a disciplina intermédia entre esta duas. A Microeconomia, por questões de sistematização, está dividida em diversas “especialidades”. 1.2 Ciência normativa versus positiva Quando o Homem procura conhecimento tem sempre dois objectivos em mente: ou quer satisfazer a sua curiosidade (perspectiva positiva) ou quer melhorar a sua situação e o meio que o rodeia (perspectiva normativa). Na perspectiva positiva (positivismo), como o Homem procura o conhecimento apenas para satisfazer a sua curiosidade, não questiona se a coisa conhecida é boa ou má. Por exemplo, na procura dos constituintes da matéria, o “facto” de todos os materiais serem formados por moléculas que resultam da combinação de átomos elementares, não é bem nem é mal, nem interessa ser alterado no sentido de haver um melhoramento. Na perspectiva normativa (prática), como o Homem procura o conhecimento para melhorar a sua situação e o meio que o rodeia, tem que fazer um juízo de valor quanto ao que é melhor e o que é pior e em que sentido será o melhoramento. Por exemplo, o mesmo conhecimento da “lei” de que todos os materiais são formados por moléculas permite projectar alterações da estrutura molecular que melhorarem as características dos materiais, 8 tornando-os mais duráveis, mais baratos, mais úteis, mais leves, menos nocivos para o meio ambiente, etc. A dificuldade da perspectiva positiva do conhecimento é que, ao não haver objectivos práticos, é difícil justificar em termos económicos o seu financiamento. Por exemplo, é conhecida de todos a discussão em torno da necessidade do Estado subsidiar o Teatro, os museus, a investigação filosófica, a arqueologia, etc. A dificuldade da perspectiva normativa é que não existe uma classificação absoluta do que é bom e do que é mau, não sendo possível, sem erro, dizer em que sentido é melhorar. Por exemplo, nos anos de 1970 o governo da R. P. da China, observando que certas aves comiam arroz, decidiu que essas fossem exterminadas. Acontece que a matança induziu uma praga de insectos que destruiu as colheitas. Neste caso adoptou-se uma direcção errada ao não ter sido tomado em conta que juntamente com o arroz, as aves comiam insectos nocivos para as colheitas. Também acontecem erros na previsão da importância económica do conhecimento. Desta forma, muito do que se pensava que iria ter muita utilidade, não serviu para nada e, pelo contrário, muito do que foi descoberto com espírito positivo veio a ter muita utilidade. Por exemplo, na “conquista espacial” foram aplicados muitos recursos e não serviu, em termos económicos, para quase nada. Por outro lado, a investigação física/matemática do Renascimento que até era proibida porque, entre outras razões, não servia para nada, tornouse fundamental no desenvolvimento das Engenharias. 1.3 Definição de teoria Sendo que o título deste texto inclui a palavra teoria, torna-se obrigatório eu tentar explicar o que isso é. Em termos de linguagem, a palavra teoria está sempre ligada à tentativa de explicar algum fenómeno observável. Por exemplo, observa-se que quando uma empresa aumenta os preços dos seus produtos, então há uma diminuição da quantidade vendida. Assim, uma teoria parte de uma hipótese explicativa para o fenómeno em estudo. Em termos superficiais (com pouca capacidade de explicar) posso dizer que “é uma lei da natureza que quanto maior o preço, menor será a quantidade vendida”. Em termos intermédio, posso dizer que “uma parte dos compradores conhece os preços de outras empresas e opta pela que tiver menor preço”. Em termos profundos posso dizer que “o agente económico maximiza uma função de utilidade que inclui todos os bens disponíveis no mercado que é crescente e côncava com as quantidades, estando sujeito a uma restrição orçamental”. 9 Como as hipóteses explicativas têm mesmo que explicar os fenómenos em estudo, há necessidade de conhecer as implicações das nossas hipóteses para podermos compará-las com a realidade empírica. Quando a ligação entre as hipóteses, que também se denominam por axiomas, princípios ou assunções da teoria, e os resultados com relevância empírica são muito difíceis de obter, dizemos que estamos perante um teorema da teoria. Quando a ligação são apenas difíceis de obter, dizemos que estamos perante um lema da teoria. Quando a ligação são fáceis de obter (directas), dizemos que estamos perante uma propriedade da teoria. O desenvolvimento da ciência é no sentido de cada vez termos teorias baseadas em axiomas mais “profundos”, em menor número e que abarquem maior número de fenómenos observáveis. Desta forma, as teorias serão mais “generalizáveis”. Resumindo, uma teoria é um conjunto definidor de axiomas e das suas implicações, i.e. as propriedades, lemas e teoremas. 10 2. PRINCÍPIOS
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