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PIKETTY, Thomas. O Capital no século XXI - RESUMO/ENSAIO

Por:   •  5/10/2021  •  Ensaio  •  2.638 Palavras (11 Páginas)  •  242 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS[pic 1]

FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE

HISTORIA ECONOMICA GERAL II

Profa. Dra. MICHELE LINS ARACATY E SILVA

ANA CAMILA DE ALMEIDA MOREIRA

O CAPITAL NO SÉCULO XXI

PIKETTY, Thomas. O Capital no século XXI. / Thomas Piketty; tradução Monica Baumgarten de Bolle. – I. ed. – Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014. ISBN: 9788580575811. – 812p. Arquivo PDF.

Manaus – AM

2017

INTRODUÇÃO

        Neste ensaio sobre a obra intitulada O Capital no Século XXI escrita pelo economista Thomas Piketty, lança uma reflexão acerca do aumento mundial da desigualdade, mesmo com o crescimento econômico atual e a força do conhecimento crescente, não foi o bastante para brecar ou modificar as estruturas enraizadas do capital e da desigualdade.

        O ponto crucial desta leitura pode-se destacar que o autor expõe a afirmativa de que o sistema capitalista tem uma tendência natural para a desigualdade, pois produz desigualdades insustentáveis, desmedida, que ameaçam de maneira drástica os valores da meritocracia sobre os quais fundamentados as sociedades democráticas. Diante disso, o autor explica e exemplifica que essa tendência pode ser vista quando os ativos como imóveis e ações, que são, como regra, de propriedade dos mais afortunados, crescem com mais velocidade do que a economia em geral pode acompanhar.

        Segundo o autor, existem ainda caminhos que poderiam reverter essa tendência do capitalismo em concentrar riqueza, entretanto, ainda assim, assegurar que o interesse da população tenha prioridade sobre os interesses do capital privado, porém, sem perder o grau de abertura econômica, e, para tal processo ser efetivo, é preciso adotar medidas politicas radicais, como a cobrança de imposto global sobre capital.

DESENVOLVIMENTO

        O livro começa explanando acerca de uma rebelião ou greve de trabalhos para com os acionistas de uma mina na África do Sul. O motivo pelo quais os trabalhadores naquele momento lutavam seria o aumento salarial. O que pode ser observado é o conflito entre capital e trabalho que levantou a questão de qual o percentual da produção seria revertido para o trabalho e qual percentual seria direcionado para o capital e lucro. No cerne deste conflito há questões também relacionadas ou causadas pelas desigualdades sociais, uma cadeia social não muito justa, que era fundamentada pela maior riqueza gerada, pois a produção à medida que se tornava mais dinâmica com a participação maior do capital (máquinas e maior uso de recursos naturais) menos era usufruída pelos trabalhadores. Isso refletia na disparidade dos salários praticados àquela época.

        O autor afirma:

A Revolução Industrial parece ter exacerbado o conflito entre o capital e o trabalho, talvez por terem surgido formas de produção mais intensivas no uso de capital (máquinas, recursos naturais etc.) do que no passado ou talvez, também, porque as esperanças de uma divisão mais justa e de uma ordem social mais democrática foram derrubadas [...] (PIKETTY, 2014, p.48).

        Tinha-se como verdade que a participação do trabalho na renda nacional sempre girou em torno de 2/3 e a participação do Capital os outros 1/3. Mas, após a possibilidade de acesso a um rico banco de dados sobre a riqueza desde o final do século XVIII, viu-se que a coisa não é bem assim. Esta divisão sofreu mudanças principalmente com a primeira e a segunda guerra mundiais que acabou fazendo com que o capital tivesse uma menor participação no crescimento econômico do que o trabalho.

        Em síntese, o autor diz que:

Na prática, isso implica transformações consideráveis nos modos de vida e nos empregos. De fato, o crescimento da produção por habitante foi de, no máximo,  1-1, 5% por ano ao longo dos últimos trinta anos na Europa, na América do Norte e no Japão. [...] Trata-se de uma diferença considerável em relação às sociedades do passado, para as quais o crescimento era quase nulo, ou não mais do que 0,1% ao ano, como no século XVIII. Um país com um crescimento de 0,1% ou 0,2% ao ano se reproduz quase de forma idêntica de uma geração para a outra: a estrutura das carreiras é a mesma, assim como a da propriedade. (PIKETTY, 2014, p. 119).

Para se entender melhor, o autor conceitua como sendo renda nacional:

Mais precisamente, lembremos que o capital nacional [...] é definido como a soma do capital privado e do capital público. As dívidas públicas, tratadas como ativo pelo setor privado e como passivo pelo setor público, se anulam (desde que cada país seja dono de sua própria dívida pública). (PIKETTY, 2014, p. 148).

        

        É importante salientar que a renda nacional está intimamente relacionada com o conceito de PIB que mede a quantidade de bens e serviços produzidos em um dado ano no território de um país. A renda nacional é o PIB subtraindo a depreciação dos ativos que tornam esta produção possível. O valor desta depreciação é substancial e gira em torno de 10% do PIB. É interessante perceber que a diferença do segundo termo desta equação leva a desigualdades entre as nações que podem causar tensões políticas sérias. Geralmente, este segundo termo é sempre positivo nos países ricos.

        O autor diz para resumir todos esses desdobramentos que se deram ao longo desse processo de mudança que:

O século passado se caracterizou, portanto, por uma espetacular curva em U. A relação capital / renda foi dividida por um fator de quase três ao longo do período 1914-1945, antes de mais do que dobrar entre 1945-2012. Trata-se de variações de grande amplitude, em consonância com os conflitos militares, políticos e econômicos que marcaram o século XX, sobretudo em torno da questão do capital, da propriedade privada e da divisão mundial de riqueza. Comparados com ele, os séculos XVIII e XIX parecem bem mais sossegados. (PIKETTY, 2014, p. 145).

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