Produtos econômicos e econômicos
Projeto de pesquisa: Produtos econômicos e econômicos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: gucruz • 30/8/2014 • Projeto de pesquisa • 1.545 Palavras (7 Páginas) • 257 Visualizações
[01] ESCASSEZ & PROBLEMA ECONÔMICO
(1) A Economia e os Bens Econômicos
Em todas as épocas e em todas as sociedades os grupos humanos precisaram produzir a própria sobrevivência. Ao contrário dos demais animais, que pela longa evolução biológica se adaptam perfeitamente à natureza, o ser humano é um animal que adapta a natureza a si mesmo. Através do trabalho, de sua capacidade física e mental de transformação do meio-ambiente, o ser humano cria uma espécie de "segunda natureza", um ambiente artificial dentro do qual vive. Desde a criação dos primeiros instrumentos de pedra lascada, passando pela descoberta do fogo, a invenção da agricultura, a domesticação dos animais, a criação da linguagem falada e escrita, até a moderna sociedade tecnológica, urbana e globalizada, o ser humano desde sempre esteve envolvido na atividade de produção de suas condições de vida.
Neste processo, o ser humano produz todas as coisas que lhe permitem satisfazer suas necessidades vitais, tanto biológicas quanto culturais. A satisfação destas necessidades humanas será então o objetivo da atividade econômica das sociedades. Obviamente os seres humanos possuem necessidades, como as necessidades afetivas e espirituais, que se situam para além da esfera econômica. A atividade econômica, então, é aquela que busca suprir especificamente as necessidades humanas que podem ser satisfeitas através da produção e da distribuição dos bens econômicos.
A primeira característica dos bens econômicos é portanto sua utilidade, entendida como esta capacidade de satisfazer necessidades humanas. Existem porém coisas que, mesmo sendo extremamente úteis, não chegam a constituir bens econômicos. Indispensáveis à vida humana são o ar que respiramos, o sol que nos aquece e a chuva que irriga a terra. No entanto, não são considerados bens econômicos, na medida em que estão disponíveis de forma livre e em geral abundante, podendo ser abertamente desfrutados por toda e qualquer pessoa. A segunda característica que define os bens econômicos é portanto sua escassez, entendida como uma disponibilidade limitada.
São exatamente a utilidade e a escassez que conferem valor econômico aos bens produzidos pela atividade econômica. Por este motivo, no mundo antigo minerais como o petróleo e o urânio nunca foram considerados bens econômicos, na medida em que não havia qualquer uso para eles. No mundo moderno, com a invenção do motor a combustão e a descoberta da energia nuclear, o petróleo e o urânio tornam-se estratégicos na geração de energia e com isso adquirem grande valor econômico. Por outro lado, entre os índios a terra nunca foi considerada um bem econômico, na medida em que era abundante e de livre acesso. Com a chegada dos colonizadores europeus, que cercam a terra e sobre ela estabelecem a propriedade privada, a terra torna-se um bem escasso e com isso adquire grande valor econômico. No mundo atual, do mesmo modo, a poluição dos mananciais e o aquecimento global tornam cada vez mais escassos os recursos hídricos, conferindo à água um valor econômico crescente.
Temos portanto que a economia é a atividade social que visa satisfazer necessidades humanas por meio da produção e circulação de bens econômicos. Bens econômicos , por sua vez, são coisas úteis e escassas.
(2) As Decisões Econômicas
Essas necessidades humanas de cuja satisfação se ocupa a atividade econômica são múltiplas, existem em grande número nos vários aspectos da vida individual e coletiva. Mais do que isso, porém, as necessidades humanas tendem a apresentar um desenvolvimento ilimitado. Cada vez que alguma necessidade humana é satisfeita, novas necessidades começam imediatamente a surgir, sem que haja um limite para este processo (por exemplo, cada vez que uma forma de transporte é inventada, imediatamente começam as buscas por formas mais velozes e de maior capacidade). Isto é em si algo positivo, pois é justamente esta insatisfação perene a fonte de toda a criatividade humana, uma vez que "a necessidade é a mãe da invenção". Ao mesmo tempo, o próprio processo de satisfação de uma necessidade gera novas necessidades específicas (por exemplo, o automóvel veio satisfazer a necessidade de transporte individual rápido, mas trouxe com ele a necessidade de estradas, de combustíveis, de estacionamentos, de oficinas mecânicas, bem como vários de outros bens e serviços associados).
Para satisfazer esta multiplicidade de necessidades humanas, cada sociedade utiliza os recursos naturais, humanos e técnicos de que dispõe. Porém, contrariamente às necessidades humanas, estes recursos produtivos utilizados na atividade econômica apresentam disponibilidade limitada. Mesmo os recursos existentes em abundância na natureza (como por exemplo a terra e os metais) não estão imediata e plenamente disponíveis: são necessários muito trabalho, instrumentos, energia e técnica (as atividades econômicas conhecidas como agricultura e mineração) para que estes elementos abundantes sejam aos poucos colocados à disposição para o uso humano. Mas também o tempo que os seres humanos dispõem para a realização deste trabalho é limitado. Limitadas são também suas capacidades físicas e mentais. Limitados são os instrumentos de trabalho e as fontes de energia disponíveis para tais tarefas. Limitado é o total de indivíduos de que dispõe cada sociedade para sua atividade econômica.
Todas essas limitações são inevitáveis e apenas expressam a finitude que é intrínseca à condição humana: não por acaso tantas mitologias e religiões apresentam variações do mito do Paraíso (como o bíblico Jardim do Éden), onde a abundância e a prosperidade não possuem limites. Portanto, no futuro longínquo, assim como no passado distante, a atividade econômica estará sempre às voltas com esta constante contradição entre o caráter ilimitado das necessidades humanas e o caráter limitado dos recursos produtivos disponíveis para a satisfação dessas mesmas necessidades. A esta inevitável contradição entre a natureza ilimitada dos fins e a natureza limitada dos meios dá-se o nome de lei da escassez.
O fato de que a satisfação
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