Sociologia Fichamento Padrões, Normas e Cultura
Por: André Gabriel • 6/7/2021 • Pesquisas Acadêmicas • 976 Palavras (4 Páginas) • 329 Visualizações
Fichamento
Padrões, normas e cultura
1. Civilização x Cultura (retirado da pág. 49)
No final do século XIX, o antropólogo Franz Boas construiu uma crítica à idéia de civilização das teorias evolutivas. Por trás da idéia de progresso havia uma idéia de civilização que estabelecia uma hierarquia: civilizados eram os europeus, enquanto as demais populações eram escalonadas entre mais e menos atrasadas. Essa idéia foi duramente criticada por Boas.
Embora o antropólogo não tenha sido a utilizar o termo “cultura”, ele foi o primeiro a empregar a palavra em seu sentido moderno, propriamente antropológico. E por que foi uma grande transformação? Porque quando pensamos cultura no plural, torna-se possível desconstruir hierarquias.
Quando pensamos em cultura no plural e não calonamos as culturas em uma ordem qualquer, cada cultura passa a brilhar com luz própria, em seus próprios termos.
2. Cultura, Etnocentrismo e Relativismo (retirado das págs. 50, 51, 52 e 53)
Para Franz Boas, cultura era um todo integrado, e não apenas um conjunto desagregado de práticas, hábitos, técnicas, relações e pensamentos. Essa integração de múltiplos elementos, ordenados a partir de um principio compartilhado por todos os indivíduos de uma sociedade específica, criava a cultura.
Relativismo cultural: uma tomada de decisão perante a diferença cultural, segundo a qual cada cultura deve ser avaliada apenas em seus próprios termos. Portanto, é uma forma de encarar a diversidade sem impor valores e normas alheios. Tendência inversa ao relativismo cultural é o etnocentrismo. Estamos sendo etnocêntricos quando julgamos outras culturas segundo nossos próprios parâmetros culturais.
O etnocentrismo é o mecanismo principal das classificações evolucionistas, enquanto o relativismo cultural é o motor de um pensamento não preconceituoso e preocupado em romper com as classificações hierárquicas.
O relativismo foi uma revolução política no enfrentamento ao racismo e a outros tipos de preconceito. Na luta contra o etnocentrismo, o conceito de cultura é o instrumento fundamental, que ganhou importância desde que deixou de ser pensado como sinônimo de “civilização” e passou a ter significado em conjunto com o relativismo cultural.
3. Padrões culturais (retirado das págs. 53 e 54)
Desde o século XIX, estudioso começaram a perceber que diferentes culturas produziram realidades diferentes, e essas realidades, por sua vez davam origem a comportamentos e práticas regulares que se repetiam no tempo e espaço. Esses comportamentos e práticas regulares foram denominados padrões culturais.
Para as antropólogas Margaret Mead e Ruth Bendedict, a relação entre as personalidades individuais e os padrões culturais era muito significativa. Assim, cada cultura modelaria uma personalidade-padrão que, embora sujeita a variações, seria predominante sobre as demais. Ou seja, a força da cultura, ao integrar um conjunto de pessoas produzindo padrões de comportamento, levaria à produção de “modo de ser” característico de uma sociedade.
De acordo com esses ideais, a vida de cada um seria uma acomodação aos padrões culturais transmitidos de geração pra geração.
4. O conceito de Cultura no século XX (retirados das págs. 55 e 56)
Ao longo do século XX, o conceito de cultura foi incorporado ao senso comum. Passou além dos discursos acadêmicos e ganhou espaço em discussões públicas, como as lutas por direitos. A idéia de cultura que prevalece hoje no senso comum deve muito ao pensamento de Boas: um conjunto estável de hábitos, práticas, costumes, tecnologias, etc. No campo teórico da Antropologia, entretanto, esse conceito, está falando de algo diferente daquilo que o senso comum imagina. O importante aqui é entender como a antropologia prosseguiu na reflexão sobre a cultura, a partir dos trabalhos de Boas e seus alunos.
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