O Fichamento Padrões de Cultura
Por: anavietes • 17/11/2022 • Monografia • 813 Palavras (4 Páginas) • 81 Visualizações
Departamento de Antropologia
Teoria Antropológica 1
Professor: José Pimenta
Aluna: Ana Claudia Vietes Pedrosa
Turma D.
FICHAMENTO – Padrões de Cultura
Referência bibliográfica: BENEDICT, Ruth. 2013 [1934]. Padrões de cultura. Editora Vozes: Petrópolis. |
Objeto: Cultura. |
Metodologia utilizada: Fichamento da obra realizada por Benedict Ruth em 1934. O texto trabalhado foi engloba a Introdução mais os Capítulos 1, 2, 3, 7 e 8. |
Principais autores citados: Benedict (2013). |
O que é discutido: Benedict inicia seu trabalho com o conceito de Antropologia. Para ela, a Antropologia “é o estudo dos seres humanos como criaturas de sociedade”. Esse ramo da ciência estuda criteriosamente as idiossincrasias, os procedimentos industriais, os costumes e os princípios dos vários grupos que compõem a sociedade, especialmente dos quais não fazemos parte. Ainda, Benedict traz como deve ser o trabalho do antropólogo – pessoa que exerce a Antropologia -, característico por ter de exercer o relativismo, interessar-se pelos vários costumes existentes nas diversas culturas, não favorecer uma parte em detrimento da outra e entender o modo no qual elas operam, se diferenciam e se expressam (Benedict, 2013, p. 11). A autora segue o texto, então, tecendo pensamentos a respeito do etnocentrismo. Em dado momento, Benedict coloca que, seja pelo imperialismo, preconceito racial ou comparação entre o cristianismo, a civilização ocidental preocupa-se somente com a sua própria história, colocando todas as outras em segundo ou até último plano (ibid. p. 12). No entanto, ela coloca posteriormente que todas as tribos primitivas compartilham ter uma visão etnocêntrica de si, como se fosse algo quase universal, onde existe uma categoria de forasteiro, “aqueles que estão fora das disposições do código moral que se aplica dentro dos limites do povo de cada tribo e a quem se nega drasticamente um lugar no plano humano”. Ainda, a autora foca em como o difusionismo da civilização ocidental, inspirado pelo etnocentrismo, impactou outros povos e de como, hoje, continuamos pensando nessa difusão como “necessária e inevitável”. Ademais, a autora celebra, após criticar o etnocentrismo ocidental, a relatividade dos hábitos culturais e as relações humanas com povos diferentes que, segundo ela, são impedidos pelo modo no qual o Ocidente se relaciona (ibid. p. 13). Para Benedict, pode-se compreender por cultura como “um conjunto de costumes, instituições e maneiras de pensar”. Para ela, não existe ser humano que consiga enxergar o mundo com olhos puros, pois desde o seu nascimento, a cultura de seu povo molda a sua vivência, a sua conduta e os seus pensamentos; todo indivíduo nascido e criado sob uma cultura partilhará de seguir as configurações que a compõem (ibid. p. 11). Ainda, procura-se explicar o que ela chama de padrão de cultura, onde ela determina o que difere e individualiza a cultura, a partir de uma perspectiva de orientações que transpassam todos os âmbitos da vida do indivíduo. Os padrões de cultura nada mais são que modos próprios e determinados de pensar e agir de uma dada cultura. No livro, Benedict coloca que, acerca do tema de raça e cultura, “nenhum aspecto da organização social tribal, da língua ou da religião está contido em sua célula germinativa”. Ela argumenta que é, a partir de uma perspectiva histórica, há a impossibilidade de a estrutura biológica do homem que tenha função significativa na formação, adoção ou transmissão de cultura. (ibid. p. 15) O purista racial é algo ilusório; a hereditariedade somente diz respeito à linhagem familiar. Finalizando, Benedict diz que “o que realmente une os homens é a sua cultura, as ideias e normas que eles têm em comum” (ibid. p. 16). Seguindo o texto, Benedict argumenta que a descrição de uma civilização deve destacar as normas do grupo e os comportamentos dos indivíduos, pois, assim, é possível exemplificar as motivações da cultura descrita. Nesse sentido, ela afirma que o comportamento coletivo é o comportamento de indivíduos. A autora explica que não existe um antagonismo entre as noções de cultura e indivíduo. Segundo Benedict, “a cultura fornece a matéria-prima com a qual o indivíduo faz a sua vida”. Nesse contexto, é esclarecido que a sociedade é “uma entidade inseparável dos indivíduos que a compõem”. Nisso, a grande parte dos indivíduos nascidos em uma sociedade adota, de acordo com Benedict, o comportamento previamente estabelecido pelo grupo social. A autora esclarece que isso ocorre devido à maleabilidade da bagagem intelectual original. (ibid. p. 43) A antropóloga também toma como importante para seu estudo de cultura o conceito de “anormal”. Segundo ela, os anormais seriam “pessoas desnorteadas que não conseguiram se adaptar adequadamente às suas culturas” e “aqueles que não participam” (ibid. p. 45). Ademais, Benedict coloca que, constantemente, para o anormal conseguir resolver seu problema de integração, ele se força a conter seus impulsos naturais mais fortes e se coloca no dever de aceitar o que é imposto por sua cultura. A dada deficiência aos anormais é lida pela autora como ilusória, e não ocorre verdadeiramente por eles não terem o que ela chama de “vigor necessário”, mas por suas respostas não serem aprovadas.
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