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Valor econômico

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Por:   •  21/8/2014  •  Tese  •  961 Palavras (4 Páginas)  •  367 Visualizações

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Com custo menor, crédito em dólar atrai empresas.

(Valor Econômico)

A combinação de juros em alta e volatilidade do câmbio criou uma oportunidade inusitada para as empresas brasileiras: contratar empréstimos em dólar. As companhias têm encontrado vantagem em tomar crédito na moeda americana, mesmo sem necessariamente serem importadoras ou exportadoras, com taxas mais competitivas do que em empréstimos locais.

O custo da operação em dólar com prazo até cinco anos tem ficado abaixo das tradicionais linhas de capital de giro oferecidas no mercado doméstico, dependendo do perfil de risco da companhia. A comparação já considera a proteção contra a oscilação da moeda (hedge). Ou seja, no fim do dia é como se a empresa tivesse tomado um crédito em reais atrelado à taxa interfinanceira (CDI), referência dos financiamentos domésticos.

A linha externa é conhecida no mercado como "4131", uma referência à lei que disciplina a aplicação de capital estrangeiro e a remessa de valores para o exterior (leia ao lado). Diferentemente de adiantamentos de contrato de câmbio (ACC) ou de um pré-pagamentos de exportação, a operação não exige que a companhia tenha lastro em exportações, como é comum nas demais linhas de comércio exterior. Os bancos estrangeiros, que em geral possuem um custo de captação mais baixo fora do Brasil, costumam ser mais competitivos nesse tipo de empréstimo.

Os principais tomadores das linhas 4131 são empresas de grande porte e de capital intensivo. É o caso, por exemplo, das companhias do setor elétrico e varejistas. Os bancos, porém, têm visto avançar a demanda também em empresas de médio porte.

Embora não existam números oficiais sobre a modalidade, a estimativa de bancos é de um estoque da ordem de US$ 7 bilhões. O volume é relativamente pequeno porque a competitividade da linha em relação às opções de crédito local depende de janelas de oportunidade - o que tem ocorrido nos últimos meses.

A abertura das janelas depende basicamente do cupom cambial, que representa o custo de se emprestar em dólares no Brasil. Entre os fatores que determinam essa taxa estão a diferença entre os juros externos e domésticos e a perspectiva de desvalorização do real. A incerteza recente sobre ambas as variáveis aumentou o cupom e criou as condições para os bancos voltarem a oferecer os empréstimos. A taxa do cupom com vencimento em janeiro de 2019 saiu de 3,1% no início de junho para 3,78% ontem na BM&F.

"Há casos em que chega a haver de 100 a 120 pontos-base de diferença entre o custo local e a operação estrangeira. Mas é uma diferença que pode aumentar ou diminuir em semanas, então a estratégia é aproveitar as oportunidades", afirma Adoniro Cestari, responsável pela área de produtos corporativos do Citibank. Segundo Cestari, nos últimos 24 meses, o estoque de operações 4131 no balanço do banco triplicou, embora ele não divulgue o valor absoluto da linha.

"Neste momento, o financiamento externo pode ser uma opção mais eficiente e barata do que uma emissão de debêntures", compara Maurício Tancredi, diretor do Bank of America Merrill Lynch (BofA). Para ele, a piora no humor dos investidores, que vêm exigindo taxas maiores para financiar as captações das companhias no mercado de capitais local, também deve favorecer os empréstimos via 4131.

Se por um lado investidores têm encarecido o prêmio que exigem em captações de empresas brasileiras, por outro, o crescimento dos empréstimos em moeda estrangeira sugere que os bancos estão na direção oposta. "Como as grandes empresas seguraram bastante a contratação de novas dívidas, os bancos ficaram com mais capital e com um limite

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