Walras Pensamento Econômico
Por: juliapmo • 16/11/2019 • Trabalho acadêmico • 1.189 Palavras (5 Páginas) • 199 Visualizações
Walras primeiramente vai diferenciar ciência, arte e moral. A ciência tem o objetivo de observar, expor e explicar a realidade concreta, diferentemente da arte que é um conjunto de regras que devem ser seguidas, portanto não se limita a observar e descrever, pois também prescreve uma regra de conduta da sociedade. Já a moral descreve a relação entre pessoas, coordenando seus desejos.
Walras se dedica à redefinição do objeto de estudo da economia, e com isso divide a Economia Política em três ramos: economia politica pura, economia política aplicada e economia política social. Ele primeiramente difere os fenômenos naturais, os quais originam-se das forças da natureza, que são forças cegas e fatais (no sentido de que a natureza não tem uma consciência própria e que não são algo que o ser humano possa modificar), dos fenômenos humanitários, os quais originam-se do exercício da vontade do homem (relação entre coisas e pessoas e relação entre pessoas, são forças clarividentes e livres, pois o ser humano age de acordo com um objetivo especifico e existe a possibilidade de alterar o comportamento humano). A partir dessa distinção, Walras define o âmbito desses diversos ramos da economia política e define que a ciência estuda os fatos naturais, enquanto a arte e a moral teriam como âmbito de estudo os fatos humanitários. Walras também define o conceito de riqueza social, que refere-se a um conjunto de coisas materiais ou imaterias que são úteis e raras (que existem em quantidade limitada).
A economia política pura está relacionada ao fato natural, ou seja, estuda a teoria do valor de troca e a da troca. A riqueza social gera três fatos: valor de troca, apropriação e multiplicação de forma industrial. Não há possibilidade de fornecer uma quantidade suficiente para que todos tenham acesso àquela riqueza social no montante que desejarem. Por isso, Walras considera a quantidade um elemento natural, pois não vai ser aumentada de modo ilimitado. O valor de troca não depende nem da vontade do vendedor nem da do comprador, pois o preço é determinado pela lógica da atuação de diversos compradores e vendedores no mercado. Também há o caráter matemático do valor de troca, uma vez que este relaciona quantidades. A metodologia específica da economia pura é a construção de tipos ideais a partir da experiência, e estes tipos ideais seriam como a economia deveria efetivamente funcionar. É a partir disso que a teoria é elaborada, e Walras utiliza o tipo ideal do modelo de concorrência perfeita.
Como já foi citado, a riqueza social é reprodutiva e gera portanto o fato da indústria, que está relacionada à economia política aplicada, pois envolve e tem como objetivo a multiplicação e transformação da riqueza social. O objetivo da indústria se realiza através de duas operações: operações técnicas, que referem-se ao processo de trabalho propriamente dito; e organização econômica, que advém da divisão do trabalho. Walras diz que o ser humano tem uma tendência fisiológica à divisão do trabalho, e essa divisão é, inclusive, a causa do desenvolvimento da indústria. Essa organização econômica articula os indivíduos em sociedade para a satisfação de necessidades. A teoria da produção também está relacionada à economia aplicada, que deriva da divisão do trabalho.
A forma como a produção vai ser repartida é um fato humanitário, mas relaciona pessoas e pessoas, sendo outro ramo de estudo da economia politica, chamado de economia politica social. Ou seja, a economia social é caracterizada por aspectos da moral e vai determinar como a produção que é realizada conjuntamente na sociedade vai ser dividida. Há duas formas de apropriação: a apropriação justa, que coordena os destinos e vontades das pessoas entre si (fato moral, pois depende das regras de cada sociedade) e a apropriação injusta, que subordina o destino e a vontade de certas pessoas ao destino de outras.
Walras também elabora uma teoria do equilíbrio geral, que tem como objetivos a exposição do sistema de fenômenos sob o regime da livre concorrência bem mais exata e completa que as exposições correntes, e explicar a variação dos preços conforme as variações da oferta e da demanda. Walras diz que todos os elementos estão interligados, e seu modelo de equilíbrio geral parte da troca (elemento central), mas também procura agregar outros elementos, como a teoria da produção, da capitalização e do crédito. A ideia de seu
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