A Construção Da Ordem
Exames: A Construção Da Ordem. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 15022014 • 16/11/2014 • 1.196 Palavras (5 Páginas) • 343 Visualizações
Relatório Seminário sobre o livro “ A construção da Ordem”
Autor: José Murilo de Carvalho
José Murilo de Carvalho faz uma análise sobre a trajetória política das elites brasileiras no período do Império. Ele comparou a manutenção da unidade nacional, a consolidação de um governo civil e a limitação da mobilidade social e política no Brasil, em contraste com a fragmentação, o caudilhismo, a instabilidade política e a maior mobilização nos países latinos americanos.
No Brasil havia uma maior unidade ideológica na elite política, o autor afirma que essas situações deram-se em países que houveram o capitalismo retardatário ou ainda em países que passaram por mudanças revolucionárias de natureza socialista.
Na ausência de uma burguesia poderosa coube ao Estado tomar a iniciativa de fazer medidas de unificação de mercados, da destruição de privilégios feudais, de consolidação de um comando nacional e também de protecionismo econômico.
O Estado agiu por meio da burocracia que ele treinou para tarefas de administração e governo, burocracia esta que poderia ter uma composição social variada, mas nos termos ideológicos e de treinamento eram sempre homogênios. O predomínio do Estado refletiu em uma certa debilidade das classes ou em setores de classe em disputa pelo poder. Daí vêm as frequentes fusões parciais entre os altos escalões da burocracia e a elite política, o que resultou em uma maior unidade da elite e em peso redobrado do Estado, de certo modo o próprio Estado representava-se por si mesmo, seguindo assim as tradições portuguesas.
Asdecisões da política nacional eram tomadas por pessoas que ocupavam os cargos do Executivo e do Legislativo, isto é, além do Imperador haviam os conselheiros do Estado, os ministros, os senadores e os deputados. Os partidos políticos eram totalmente parlamentares e seus líderes estavam no Parlamento e no governo.
Ao longo dos três primeiros capítulos, o autor aborda a elite política que toma o poder no Brasil após a Independência e apressenta as características da unidade ideológica, que não estavam presentes nos outros países da América.
O núcleo desta elite era composta por burocratas que foram ensinados na tradição absolutista portuguesa, esses burocratas estudaram em Coimbra e foram influenciados pelo direito romano e este fato contribuiu para presidir a consolidação do Estado Imperial. Durrante este período houve profundas mudanças,pois no 1º Reinado a elite era dominada por magistrados e militares, já em 1831, quando D. pedro I abdica o trono entraram os padres.
Depois deste período foram retirados os padres e aos poucos os magistrados; assim este setor burocrático foi sendo substituído por profissionais liberais como advogados.
Os representantes ligados à grande agricultura de exportação, divergiam nos pontos de representação de áreas produtoras para o mercado interno sem grande dependência do trabalho escravo. Essas divergências intra-classes eram fontes de muitos conflitos que se manifestaram em rebeliões e na constituição da ideologia dos partidos. A dinãmica da política nacional passou por sucessivas coalizões realizadas por setoresda elite e setores de classe, esses conflitos apontaram em direção a um confronto aberto que passou a margem da elite nacional e definiu lideranças regionais.
A questão da relação entre o Estado Imperial com a agricultura de exportação de base escravista, onde se caracterizava pela dialética da ambiguidade, pois independente da elite política o Estado não podia sustentar-se sem a agricultura de exportação, assim não se pode falar de um Estado separado e dominando a nação, como queriam os liberais da época, igualdade a manutenção da ordem no interior não poderia ter sido conseguida sem a colaboração dos senhores de terras. A elite política, principalmente os magistrados, tiveram que engolir e compactuar com os proprietários a fim de chegar a uum arranjo que possibilitasse uma aparênciade ordem, embora seja injusta.
O Brasil na época, não era uma economia mercantil que podia ser governada por uma aliança de um estamento burocrático com os comerciantes, era uma economia de produtores agrícolas com a mão-de-obra escrava e criadores de gado com ou sem escravos; então as bases de poder tinham que ser redefinidas. Mas a escravidão também impedia a estamentalização dos proprietários rurais, pois os proprietários eram homens de negócios e não poderiam ficar cuidando de assuntos do governo; esta falta de estamentalização reduzia a coezão que também não era favorecida pela dependência do mercado externo.
Só em momentos raros que eles uniam-se em frente única, casos que colocassem em jogo alguns de seus interesses básicos, como a propriedade da terra e deescravos.
Ao longo do
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