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A Organização de Eventos como Fomento de Recursos para Empreendimentos Populares Solidários

Por:   •  19/9/2024  •  Artigo  •  6.206 Palavras (25 Páginas)  •  25 Visualizações

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Área temática: Gestão Socioambiental

A ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS COMO FOMENTO DE RECURSOS PARA EMPREENDIMENTOS POPULARES SOLIDÁRIOS

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar e propor caminhos para a organização de eventos como fomento de recursos para empreendimentos populares solidários vinculados ao Centro de Incubação de Empreendimentos Populares Solidários (CIEPS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A partir do objetivo, busca-se contribuir com os coletivos e as incubadoras universitárias na proposição de reflexões considerando experiências de práticas solidárias em espaços de produção e reprodução sociais. No cunho da economia popular solidária (EPS), o campo desta pesquisa se insere na temática de gestão socioambiental enfocando viés de desenvolvimento local e sustentável, pois se propõe investigar e contribuir com reflexões acerca de elementos que contribuam com a transformação dos empreendimentos autogestionários por meios de eventos que produzam impacto social. A pesquisa tem caráter qualitativo, estruturada pelo método pesquisa-ação, com informações coletadas por questionários (tipo escala Likert e perguntas abertas) aplicados com mulheres do projeto V.O.A.R, coletivo assessorado pelo CIEPS/UFU, diário de campo construído em momentos de formação e entrevista semiestruturada com a diretoria do CIEPS. Como resultados, observou-se que, embora as participantes do projeto V.O.A.R reconheçam a relevância dos eventos como fonte de renda, há uma baixa participação no planejamento e execução dessas atividades, existindo também, a necessidade de uma busca por maior profissionalização, especialmente em termos de organização e divulgação. A pesquisa sugere a criação de um manual prático para que empreendimentos populares solidários possam aumentar sua autonomia e melhorar os resultados financeiros e sociais dos eventos como elemento fomentador de renda e transformações.

Palavras-chave: Desenvolvimento local; Impacto Social; Economia Popular Solidária; Incubadoras sociais; Organização de Eventos.

Abstract:

This paper aims to analyze and propose ways to organize events to foster resources for popular solidarity enterprises linked to the Center for Incubation of Popular Solidarity Enterprises (CIEPS) at the Federal University of Uberlândia (UFU). Based on this objective, the research seeks to contribute to collectives and university incubators by proposing reflections that consider experiences of solidarity practices in spaces of social production and reproduction. In the context of the Popular Solidarity Economy (EPS), this research is situated within the theme of socio-environmental management, focusing on local and sustainable development. It aims to investigate and offer reflections on elements that contribute to the transformation of self-managed enterprises through events that produce social impact. The research is qualitative in nature, structured using the action-research method, with information collected through questionnaires (Likert scale and open-ended questions) administered to women from the V.O.A.R project, a collective supported by CIEPS/UFU, a field diary created during training sessions, and a semi-structured interview with the CIEPS board. The results showed that, although the participants in the V.O.A.R project recognize the relevance of events as a source of income, there is low participation in the planning and execution of these activities. There is also a need for greater professionalization, especially in terms of organization and dissemination. The research suggests the creation of a practical manual so that popular solidarity enterprises can increase their autonomy and improve the financial and social results of events as a means to promote income and transformation.

Keywords:  Local Development; Social Impact; Popular Solidarity Economy; Event Organization; Social Incubators.

  1. Introdução

A economia popular solidária (EPS) foi se desenvolvendo ao longo do tempo sob várias formas e nomes, mas mantendo seu princípio centrado na apropriação coletiva dos meios de produção, se opondo à exploração do trabalhador e buscando promover o desenvolvimento local. No Brasil, as experiências práticas da EPS têm sido um meio de promover os trabalhadores e trabalhadoras nos processos econômicos e produtivos.

É justificável, portanto, refletir e considerar o coletivo, onde experiências de práticas solidárias sejam produzidas e reproduzidas em uma lógica alternativa e contrária à ação capitalista dominante. Dessa forma, buscar ações sistematizadas que promovam a geração de renda, incentivem o conhecimento local e a troca de saberes, reforçando a relação entre produção e consumo, constitui um meio de consolidar as cadeias produtivas solidárias e as formas alternativas de produção.

Para melhorar as condições dos empreendimentos que operam nesse contexto, tem-se as incubadoras sociais, muitas vezes ligadas às universidades. Essas incubadoras impulsionam a criação de novas tecnologias e inovações, impactando diretamente o setor econômico com os empreendimentos desenvolvidos. Um exemplo é o caso do Centro de Incubação de Empreendimentos Populares Solidários (CIEPS), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que busca capacitar trabalhadores para autonomia do valor gerado por seu trabalho, reconhecendo-o como gerador de produção e riqueza, valorizando o relacionamento entre trabalhadores enquanto produtores e consumidores. Para tanto, é fundamental criar e consolidar estruturas coletivas e autogestionárias que gerem processos de produção, agregação de valor, comercialização e relacionamento com a sociedade, garantindo, por meio da decisão coletiva, a distribuição justa dos ganhos financeiros e sociais.

Tal abordagem está pautada nos valores da EPS, desenvolvidos pelo CIEPS junto aos coletivos assessorados, através de uma dimensão política, econômica e social para formação e atuação sobre o modo de produção capitalista, impactando com isso, resultados diante do bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras. A dimensão socioeconômica, especificamente, tem o propósito de contribuir para a geração de trabalho e renda, pois os trabalhadores, organizados em empreendimentos coletivos, são assessorados pela incubadora para que recebam conhecimento no intuito de se reproduzirem econômica e socialmente.

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