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Analise E Mensuração Do Risco De Crédito

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Por:   •  1/3/2014  •  4.957 Palavras (20 Páginas)  •  449 Visualizações

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O sistema financeiro tem sido objeto de estudos há bastante tempo. As pesquisas integram as mais variadas áreas das ciências e abordam desde aspectos estruturais, como a organização e o funcionamento, até conjunturais, como o comportamento e as inovações. No entanto, somente nos últimos vinte anos, a atenção voltou-se para a mensuração de riscos em instituições responsáveis pela intermediação financeira. O marco foi à publicação do Acordo de Capital da Basiléia (BCBS, 1988), que estabeleceu a aferição do valor em risco com base na relação entre os ativos e o patrimônio líquido, modificando a forma vigente que utilizava o endividamento, calculado pela razão entre o passivo e o patrimônio líquido.

A mudança conceitual motivou os estudos para os riscos inerentes às atividades cotidianas das instituições financeiras, destacando-se aqueles relacionados aos riscos de crédito, taxa de juros, câmbio, liquidez e, mais recentemente, risco operacional. O desafio passou a ser a obtenção de melhores formas de controle e de mensuração de riscos, com vistas à assunção de posições e à geração de lucros, sem incorrer na possibilidade de insolvência.

Em 2004, o Novo Acordo da Basiléia revisou o acordo de 1988 objetivando promover a adoção de práticas mais robustas de gerenciamento de riscos por parte da indústria financeira. Nesse sentido, acredita-se que o conhecimento do acordo de Basiléia leva-nos a ter uma visão mais ampla de como os bancos podem vir a falir ou mesmo se fortalecer, dependendo do cumprimento das regras do mercado.

Levando-se em consideração que a sensibilidade das instituições responsáveis pela intermediação de recursos financeiros é elevada, em face da própria atividade operacional, as alterações macroeconômicas são prontamente percebidas e assimiladas por meio de mudanças nas posições dos agentes no mercado.

Sabendo-se que as informações disponíveis produzem expectativas homogêneas nos participantes, existe significativa probabilidade de as instituições adotarem posições similares, com mesma direção e intensidade, concentrando a exposição em determinados riscos.

Motivados pela grande frequência de situações instáveis e crises nas instituições financeiras, que abalaram diversos países membros do IMF , no período compreendido entre os anos de 1980 e 1996, órgãos internacionais, tais como o IMF, o BIS e o BIRD , têm unido esforços para controlar riscos nos sistemas financeiros.

Recomendações sobre normas prudenciais referentes à manutenção de um capital mínimo que seja compatível com o nível de risco das operações, aos limites operacionais e aos controles internos buscam impedir exposições acima dos padrões que possam oferecer perigo à continuidade tanto das instituições quanto dos mercados.

Nesse cenário de riscos e controles crescentes, o sistema financeiro tenta cumprir seus objetivos econômicos e sociais sem provocar desequilíbrios que impliquem em situações indesejáveis e de difícil gerenciamento como as crises financeiras.

Feitas estas considerações iniciais, o presente estudo discorreu sobre a análise e mensuração do risco de crédito. Portanto este trabalho pretende contribuir para demonstrar que as variáveis contábeis e econômico-contábeis (de riscos) são capazes de mensurar o risco bancário.

No capítulo 2 será abordado o conceito de crédito, os elementos que compõem a política de crédito bancário, fundamentos para análises creditícias, 5C´s do crédito e escala de rating.

No terceiro capítulo, os conceitos de risco são abordados, o risco de crédito em si e os riscos inerentes ao sistema financeiro, risco de mercado e risco de liquidez.

Por fim, no quarto capítulo trataremos das ferramentas para avaliação de riscos, as variáveis que influenciam na avaliação, mensuração de riscos - conceito estrutural e seus componentes, acordo da Basiléia e as ferramentas para mensuração de perdas e reservas.

2 CRÉDITO

2.1 Conceitos de crédito

Atualmente existem diversas definições para o termo crédito ou operação de crédito, contudo importante conhecer seu sentido etimológico. A palavra crédito vem do latim creditu, significando eu acredito ou confio. A confiança não representa uma atividade unilateral, ocorrendo tanto por parte do vendedor, que acredita na capacidade ou desejo do comprador de honrar os compromissos assumidos, como do adquirente em acreditar na qualidade do produto comprado.

Para Silva (2008), essa confiança representa um dos elementos necessários, porem não suficiente, para uma decisão de crédito. Para ele, crédito representa a entrega do bem presente mediante uma promessa de pagamento. Essa definição serve tanto ao chamado crédito comercial ou industrial, no qual o bem entregue representado por um ativo físico, quanto ao crédito bancário, no qual o bem entregue representado pelos recursos financeiros disponibilizados.

Em decorrência das inúmeras facilidades que as operações de crédito podem introduzir na dinâmica do processo econômico, elas apresentam importantes papéis sociais, sendo os principais: a oportunidade de as empresas aumentarem seus níveis de atividades, e o estímulo ao consumo dos indivíduos, ou seja, elevação da demanda agregada.

Para Perera (1998), a história do crédito demonstra que sua evolução acompanhou o próprio desenvolvimento econômico da sociedade procurando desenvolver instrumentos necessários para satisfação das necessidades e anseios da humanidade.

Além disso, o crédito usado adequadamente, tanto por governos, quanto por empresas, como forma de gestão do consumo, continua a mostrar vigor notável, graças ao papel importante que desempenha no cotidiano da humanidade como instrumento provocador e facilitador das transações de bens e serviços.

Porém, se não existirem metodologias eficazes de previsão da inadimplência esperada e controles no processo de concessão de limites, as mesmas operações de crédito podem levar a economia a um processo de desaquecimento em decorrência de retrações das fontes financiadoras.

Assim, um melhor entendimento e aperfeiçoamento do processo de gestão do crédito devem levar a uma expansão dos níveis de crédito concedido em decorrência do maior grau de certeza das instituições bancárias quanto às perdas nos financiamentos.

2.2 Elementos da Política

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