Antropologia
Tese: Antropologia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: fabriciacaetano • 19/6/2014 • Tese • 438 Palavras (2 Páginas) • 362 Visualizações
A antropologia é uma forma de educação, bem como a educação só é possível como prática antropológica. Com efeito, antes de ensinar, cabe ao antropólogo e ao estudante de antropologia querer aprender. Ela preocupa-se com a questão das diferenças e busca propor formas de intervenção sobre a realidade, papel a que se dirige quaisquer conhecimento produzido a partir das relações entre os homens e o mundo social criado por eles.
Aprender é sempre mais difícil do que ensinar, pois é preciso disposição para reavaliar conceitos, modelos e teorias. É preciso se consentir e querer se “reeducar”. A especificidade da antropologia reside no fato de, por meio do trabalho de campo, o antropólogo passar por um processo constante de “reeducação”. Evidentemente, isso não exclui o aprendizado a partir da análise de outros estudos antropológicos. A diferença é que, no trabalho de campo, embora a experiência etnográfica seja sempre motivo de muitas controvérsias, o antropólogo tem a oportunidade de aprender com a alteridade o significado de humanidade, além de poder realizar a boa etnografia.
Com efeito, podemos aprender com a própria história da antropologia, na medida em que destaca a constituição moderna da antropologia, sua herança humanista e suas transformações de sentido ao longo do século XX, com destaque especial para a educação infantil.
Considera-se que as relações entre antropologia, estudos culturais e educação resultam num campo tensional que diz respeito a duas dimensões correlacionadas: os paradigmas científicos da modernidade e da chamada pós-modernidade e os paradigmas pedagógicos que norteiam a educação. Por sua vez, as relações entre antropologia e educação fazem-se, também, como um campo de relações incertas, já que envolvem a necessidade de considerar o ser humano como um todo.
O estudo da antropologia é também uma forma de educação na medida em que nos convida a ver no outro e em suas diferenças, muitas vezes, formas alternativas de sociabilidade ou de resolução de conflitos entre os homens. Quem sabe, assim, nos possibilitando maior abertura (visual, dialógica, intelectual, cognitiva e afetiva) para enfrentar os problemas da vida cotidiana, e nesse sentido, considerando os desafios vividos na educação, escolarizada ou não, como os fenômenos sociais totais – ao mesmo tempo sociais, culturais, morais, econômicos, políticos.
De acordo com este estudo conclui-se que é preciso olhar para essa ciência e compreender com ela e a partir dela, os erros e os acertos do passado, e assim não reproduzir hoje muitas das falhas daquele momento na compreensão da diversidade social humana. Fato que a própria antropologia já reconheceu e criticou e que, no entanto, não está longe de se repetir nos estudos atuais e, em particular, no campo da educação, sob a proteção dos estudos culturais.
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