As Grandes empresas buscam auto sustentabilidade

                                       Introdução

O presente trabalho traz a história do primeiro fabricante de carros do Brasil, Gurgel, onde um dia além de concorrer com os melhores no ramo, pôde mostrar ao mundo que todos nós somos capazes de seguir com nossos sonhos.
Devido à crise de 1990 não conseguiu continuar no mercado por burocracias impostas pelo Governo Collor, mesmo assim nunca deixou de sonhar.

Falaremos de como traríamos novamente essa marca ao mercado atual, o que poderia ajudar a fazer com que a Gurgel seja novamente o fabricante de carros 100% brasileira.

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GURGEL DO BRASIL

João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, nasceu na cidade de Franca São Paulo em 1926, desde pequeno mostrava interesse em empreendedorismo, na faculdade onde teve de apresentar um projeto de conclusão de curso apresentou uma grande ideia que mudaria sua vida.

Gurgel criou um carro que chamava com carinho de Tião e o apresentou na faculdade onde professores e alunos riram de seu projeto, o professor disse a Gurgel que no Brasil carro não se fabricava, apenas se comprava, então Gurgel se formou, foi para os USA e lá trabalhou na empresa GM na Ford e montou uma  concessionária  da Volkswagen para criar Karts  e Minicarros no bairro da Saúde em São Paulo onde na frente trabalhava a concessionária e nos fundos ele tinha uma oficina onde criava os carros.

Um fato interessante é que pilotos mundialmente conhecidos como Emerson Fittipalde e Wilson Fittpalde começaram a correr com os Karts de Gurgel, assim atraindo a atenção para si.

Em 1965 o então Presidente da Volkswagen, Bob Schultz Wenk não tinha nenhum carro para apresentar na Feira do Automóvel e pediu a Gurgel para elaborar um carro, na hora Gurgel aceitou com uma condição, se gostassem do seu carro Wenk teria que fornecer o Chassi para a continuação do projeto, e assim ele topou e surgiu o primeiro carro nacional com o nome de Ipanema. O Ipanema foi um sucesso, na feira do Automóvel recebeu mais de 200 encomendas e quatro anos depois em Rio Claro, em 1969 com o apoio de Wenk, nasceu a Gurgel motores onde eram fabricados 4 veículos por mês em uma fábrica pequena (fundo de quintal) e assim eram fabricados o Ipanema.

A produção foi aumentando e as criações de Gurgel também, criou depois o Jeep onde mais para a frente acabou por virar uma série conhecida como Xavantes, esses veículos tinham uma tração parecida com a dos tratores que, quando uma das rodas travava as outras duas eram ativadas e assim a tração nas rodas e força adicional para vencer barreiras.

Logo os Xavantes chamaram a atenção do Exército brasileiro e a Gurgel mais uma vez ganhava espaço, novos modelos começaram a ser fabricados, Carajás, Tocantins, Delta, Xef e a Gurgel começou a exportar carros para o Oriente Médio e América Latina, e Gurgel continuava criando. O primeiro carro elétrico foi criado na América Latina pelo Gurgel, em 1974, esse veículo rodava 80km com 12 horas de carregamento da bateria na energia, mas o projeto não foi adiante por que os veículos eram pequenos e a bateria muito grande, mas naquele tempo Gurgel não tinha a tecnologia que temos hoje para que esse projeto desse certo infelizmente.

Agora, Gurgel deixa a plataforma Wolks e surge o primeiro carro cem por cento brasileiro (100%).

Em 1987 Gurgel criou o BR-800, era para ter tido o nome de CENA (Carro Econômico Nacional) mas, devido a época termos o grande piloto de fórmula 1 Airton Senna, Gurgel teve de retirar o nome após um processo aberto pelo próprio Airton devido a fonética que era a mesma de seu nome, então BR -800 foi criado.

Com o BR-800, Gurgel fez o sucesso que se tornou realidade, começou a crescer e incomodar os concorrentes do segmento automotivo, Veículo 100% nacional com motor próprio, urbano, econômico e mais barato, um carro bem afrente do seu tempo e as montadoras estavam preocupadas com o mercado que a Gurgel estava tomando, Governo brasileiro começou a boicotar a fabrica, 2 anos depois do lançamento do Br-800, a Gurgel sofreu um duro Golpe.

Em 1990 na Gestão do Presidente Collor de Melo liberou a todas as montadoras um ganho nos impostos e benefícios, menos a Gurgel, mesmo assim  Gurgel seguiu em frente e surpreendeu criando o veiculo MOTOMACHINE, tinham 2 lugares cujo o conceito é o mesmo do SMART  que é muito vendido na Europa, Gurgel tentou ampliar a fabrica e queria instalar uma filial na cidade de Eusébio no Ceará , fez acordo com os governos paulista e cearense mas, novamente parou na burocracia brasileira, os protocolos não foram cumpridos e sem o dinheiro para injetar não foi possível a ampliação da fábrica.

Em Janeiro de 1991 toda a produção dos Jeeps e do BR-800 pararam, atolado em dívidas e enfraquecido pelos concorrentes Gurgel pediu concordata em Junho de 1993, a fabrica chegava ao fim e pouco depois, travou uma batalha contra o Alzheimer, Gurgel faleceu em 30 de Janeiro DE 2009 aos 82 anos.

Em 25 anos a Gurgel fabricou 40 mil veículos, se o governo tivesse viabilizado o projeto de Gurgel teríamos grandes mudanças e pagamos o preço.

A marca Gurgel foi vendida há preço de banana, ela foi expirada em 2004 e um Empresário de Presidente Prudente percebeu e comprou por apenas R$ 850 reais, hoje esse empresário importa Triciclos Chineses e coloca a logomarca da Gurgel neles para realizar suas vendas.

Gurgel tinha muito para colaborar com o crescimento econômico do Brasil e novas invenções, mas infelizmente foi barrado e nunca mais poderemos compartilhar de seus frutos graças a burocracia.

 

A VOLTA AO MERCADO

O motivo de trazermos essa empresa de volta, é pelo simples motivo de ter sido criada por um brasileiro que nunca desistiu de seus sonhos, mesmo quando alunos, professores, governo e muitas outras adversidades que lhe foram impostas a Gurgel, mesmo assim nunca parou de criar e sempre seguiu em frente e só foi parado por problemas de saúde, sua mãe costumava a dizer: “Que só o Alzheimer foi capaz de tirá-lo da oficina”.

Um fato que me chamou atenção é de que muitos não conhecem a história de Gurgel, hoje os brasileiros conhecem melhor a história de Che Guevara do que a historia de Zumbi dos Palmares ou Lampião, conhecemos melhor a Revolução Francesa do que Guerra de Canudos e com Gurgel não poderia ser diferente.

A ideia de trazer nos tempos de hoje tudo o que Gurgel construiu não seria nada fácil, mas com o espirito brasileiro e muita dedicação, poderia dar muito certo. Gurgel começou do nada e criou um grande legado, contribuiu muito com suas ideias mostrou que é possível incomodar os grandes, se tivesse a tecnologia de hoje e o apoio do Governo a historia seria diferente, por isso, a ideia é continuar seu legado.