Ciclo de vida das organizações
Por: masaki • 8/4/2015 • Resenha • 3.590 Palavras (15 Páginas) • 666 Visualizações
Ciclo de Vida das Organizações
Observa-se que geralmente todas as organizações passam por diversas etapas em um ciclo de vida, onde cada setor da economia apresenta sinais que caracterizam a expectativa de vida que um empreendimento pode ter e inevitavelmente elas atravessam as fases de nascimento, infância, maturidade e velhice (quadro 1).
Dependendo da natureza das operações estas fases podem possuir ciclos longos ou curtos, pois da mesma forma que os seres vivos, as organizações geralmente nascem pequenas com uma estrutura bastante enxuta com poucos recursos e com alta dependência seja de pessoas, clientes, fornecedores, capital, terceiros ou equipamentos. Nesta fase são frágeis e há muitos casos de morte prematura nos seus primeiros anos de vida.
Ao superar esta primeira fase, a empresa passa por um processo rápido de crescimento e desenvolvimento, com grandes e relevantes mudanças. Ela começa achar seu espaço no mercado, o aprendizado é continuo e envolve a empresa como um todo. Como todo crescimento os problemas também aparecem nesta fase, como na adolescência, tais como a criação de sua identidade, estabelecer vínculos mais fortes com “adultos”, reduz sua dependência externa, profissionaliza-se e se prepara para a maturidade.
Quadro 1 - Ciclo de Vida das Organizações
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Fonte: Hashimoto (2006, p. 45).
Na maturidade, o ritmo de crescimento da empresa diminui, consolida-se a sua posição estratégica e de certa maneira, acomoda-se e se estabiliza, muitas vezes tornando-se avessa às mudanças e inovações, os fluxos operacionais e processo se tornam mais estáveis, trazendo a tranquilidade e conforto ao ambiente o que geralmente leva a um estado de letargia que pode ser fatal a sua existência, principalmente diante da concorrência. Quando se chega a este ponto a empresa está se tornando velha.
Na velhice seu processo de crescimento para e também começa encolher, perdendo posições no mercado, diminuindo sua força física, reduzindo seu faturamento e vendo a concorrência avançar sobre as suas falhas e nota-se que a empresa tem pouca motivação e disposição para reverter tal situação. A energia e o dinamismo perdido na fase da maturidade dificilmente são recuperados e então a “morte” acontece ou por meio de uma fusão ou incorporação, marcando o início de um novo empreendimento.
Embora todas as empresas estejam sujeitas a este ciclo, algumas conseguem esquivar-se do inevitável processo de envelhecimento, ganhando algumas ‘sobrevidas’ no momento que procuram evitar de entrar em um processo rotineiro e acomodado. Assim sendo essas empresas se autoprovocam, procurando não entrar (ou sair) da posição de conforto, promovendo as mudanças ao invés de esperá-las passivamente. Essa reinvenção constante é a base da organização moderna, ciente de sua posição diante do ambiente e de seu poder de competitividade.
McGinnis e DiAngelo (apud HASHIMOTO, 2006) tratam o ciclo de vida em estágios de evolução das organizações, como podemos notar na Tabela 1.
Tabela 1 - Estágio da evolução das organizações
Estágio | Descrição |
Empreendedor | É o estágio inicial da maioria das empresas, contando com apenas uma ou duas pessoas. Os resultados são mais o fruto dos empreendedores do que de sua pequena e enxuta equipe. Geralmente estão em um ambiente informal, com poucos ou nenhum nível hierárquico imediato, as decisões são centralizadas nos sócios, possui um grande potencial de crescimento, estratégia baseada na intuição, relações pessoais muito próximas e controles informais |
Transição | À medida que a empresa cresce e se desenvolve, vai percebendo a necessidade de se organizar para controlar o seu crescimento. As falhas decorrentes do seu crescimento passam a se tornar mais evidentes e prejudicando o desempenho geral da organização. Projeto param na metade, ordens de serviço se perdem, acordos não são cumpridos, várias pessoas fazendo trabalhos repetitivos, obrigando assim a organização a se burocratizar, tornando uma entidade administrativa com regras, modelos e processos estruturados. Os sócios dão espaço para administradores. Os sócios não entendem e rejeitam as mudanças impostas e deixam a empresa. A sensibilidade de risco aumenta, a empresa não é mais uma aventura e muita coisa está em jogo agora. |
Burocrático | A empresa tornou-se mais complexa, a distância entre o nível operacional e a alta administração aumenta e problemas de comunicação começam a surgir. As unidades que compõem a organização perdem a identidade global e com isso constroem suas próprias estratégias independentemente. A concentração de poder mexe com as relações pessoais tornando aspectos políticos mais relevantes nos processos decisórios do que a estratégia e competências. O compromisso com os ideais corporativos se perde, o comportamento se torna impessoal e os colaboradores superespecializados, com pouca ou nenhuma visão do todo da organização |
Fonte: adaptado de Hashimoto (2006, p.47-48).
O grande desafio das organizações é utilizar a normalização e os regulamentos para estabelecer as políticas necessárias para manter a integridade dos princípios e requisitos organizacionais, proporcionando ao mesmo tempo a liberdade para seus funcionários agirem e construírem.
Fazendo uma analogia da visão dos estágios da evolução com o ciclo de vida das organizações (vide figura 1), poderemos notar que a empresa, quando cresce possui um alto potencial empreendedor, a fase de transição equivale à etapa de infância e a fase burocrática à da maturidade no ciclo de vida. Da mesma maneira é importante valorizar as ações que as empresas desenvolvem para não cair na velhice. Algumas empresas se reestruturam, descentralizam suas decisões, dando mais autonomia às filiais, outras tomam decisões sobre a linha de produção, outras a sua geografia, e outras até mesmo o tipo de cliente.
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