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Crescimento do mercado de aparência física

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Por:   •  17/11/2014  •  Artigo  •  844 Palavras (4 Páginas)  •  248 Visualizações

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Incontáveis linhas de cosméticos, academias, centros de estética, salões de beleza, clínicas de cirurgia plástica, revistas sobre beleza e boa forma... com uma ampla variedade, o mercado da aparência física é um dos que mais cresce atualmente. Negócios nesse ramo proliferam atendendo uma enorme demanda apresentada pela sociedade. Mas o culto à beleza física não é uma novidade do nosso tempo.

Há registros bem antigos sobre a preocupação social com o corpo humano, não apenas por seus aspectos funcionais, mas muito fortemente por sua estética também. Na Grécia Antiga, na busca pela perfeição, a beleza física era altamente valorizada, juntamente com um intelecto desenvolvido. Em uma de suas localidades, Esparta, chegava-se ao extremo de uma eugenia onde os recém-nascidos eram examinados e podiam ser eliminados caso apresentassem alguma deficiência física ou mental, ou ainda se fossem considerados fracos. Apesar de esta prática da época ter motivações militares, guardava relação com um ideal de padrão físico vigente.

Ao longo dos séculos houve variações significativas quanto à importância que se dava à forma física. Na Idade Média, com a supremacia da igreja, predominou um dualismo entre corpo como fonte de pecado e alma como objeto de salvação. O culto à estética corporal foi proibido, assim como a exposição do corpo humano, mesmo nas artes. Somente no período renascentista foram retomados padrões artísticos da Antiguidade, de celebração do corpo e da beleza física.

Entre os século XIX e XX começaram a se disseminar popularmente programas de treinamento físico com um ideal de pessoas fisicamente mais eficientes e saudáveis. Apesar de haver uma proposta inicial de saúde e eficiência física, com o desenvolvimento das indústrias da beleza (moda, cosméticos, etc) a ênfase dos cuidados com o corpo foi recaindo sobre a estética.

 

 

"Deve-se deixar a vaidade aos que não têm outra coisa para exibir."

(Honoré de Balzac)

 

Para cada parte coisificada de você, há uma grande variedade de soluções oferecidas: produtos para "embelezar" os olhos, o rosto, o pescoço, o cabelo, as unhas... além de equipamentos de ginástica que prometem modelar especificamente cada grupo muscular, normalmente sem nenhum esforço, enquanto você assiste a TV te dizendo que você precisa comprar outros produtos também.

Além disso, a medicina também acena com soluções cada vez mais seguras e acessíveis para os seus "problemas" estéticos: mude seu nariz, aumente os seios e estique a barriga, pagando em tranquilas prestações. O Brasil é o segundo maior mercado de cirurgia plástica do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

A coisificação e comercialização do corpo como objeto de adoração estão profundamente impregnados no capitalismo. Somos bombardeados regularmente com propagandas sobre nossas "imperfeições" e limitações. Nossas singularidades são convertidas em inadequação quando a publicidade nos mostra soluções milagrosas para nos libertar da grande infelicidade de sermos como somos.

A crueldade do mercado de estética reside no seu modo de operação: a mesma propaganda que anuncia a oferta cria a demanda. Certo, isto não é exclusividade deste mercado, pois uma base fundamental da publicidade comercial é gerar atitude de consumo pela crença de uma necessidade, exista ela ou não. Mas quando se trata

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