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DO CRESCIMENTO FORMADO A UMA CRISE PUNIDA

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Por:   •  18/2/2015  •  Projeto de pesquisa  •  6.724 Palavras (27 Páginas)  •  217 Visualizações

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DO CRESCIMENTO FORÇADO Á CRISE DA DÍVIDA

1. INTRODUÇÃO

Apresentaremos em nosso trabalho, detalhes econômicos do período da recessão brasileira dos anos 70, para tanto entendermos melhor iniciaremos com a crise econômica dos anos 60 e a mudança do governo para o regime militar. O Brasil teve um período em 1967 de grande crescimento que foi chamado de o Milagre Econômico, base dele foi uma gigantesca expansão do setor industrial. O Estado Brasileiro teve um papel fundamental no desenvolvimento, impulsionando a Industrialização no país, através do controle das funções fiscais e monetárias, funções do mercado de trabalho e sustentando os grandes blocos de investimento e ainda criando infra-estrutura necessária para a Indústria Pesada.

Essas condições impuseram ao Estado o papel de centralizador financeiro, coordenando de blocos de investimento e construtor de matérias prima e insumos básicos. O governo já vinha tomando inúmeras medidas para promover o desenvolvimento econômico.

As indústrias foram beneficiadas com isenções de impostos e a ampliação do crédito para os consumidores. Com a redução dos custos e o aumento das vendas, as indústrias prosperavam. O setor da construção civil foi estimulado com a edificação de milhares de residências, através de financiamentos do Banco Nacional de Habitação (BNH). O governo vendia títulos, e com o dinheiro arrecadado, financiava grandes obras. Gigantescas obras públicas, como a ponte Rio-Niterói, a duplicação da ponte Ercílio Luz (SC), os metrôs do Rio de Janeiro e de São Paulo, o elevado Costa e Silva, a Rodovia dos Imigrantes, a Transamazônica e a Hidrelétrica de Itaipu. A construção das grandes obras acelerou o ritmo da expansão econômica. Essas obras significaram emprego para milhões de pessoas e encomendas para as indústrias e empresas de prestação de serviço. Mais gente empregada e mais lucro para as empresas significaram mais consumo para a indústria de bens de consumo duráveis, não-duráveis e para a agricultura.

Assim, desde o final de 1967, a economia brasileira vinha apresentando grandes índices de crescimento econômico, com taxas de expansão superando as marcas de 9% e 10% de crescimento do PIB ao ano.

A euforia era grande. O Brasil deixou de ser essencialmente um país exportador de produtos agrícolas (que teve a sua participação no PIB reduzida). Grande parte das nossas exportações passaram a ser manufaturados. Para completar o clima de otimismo, em 1970, conquistamos, o tricampeonato mundial de futebol.

Porém, esse crescimento alimentava um monstro que alavancaria uma crise sem precedentes. Como a grande parte dos investimentos nas industria e nas obras públicas vinham de recursos externos, ou seja de empréstimos cedidos por outros países mais desenvolvidos, o Brasil contraiu uma divida externa altíssima com juros absurdos que cresciam praticamente por segundos, aliado a esse quadro a inflação no mercado brasileiro também estava fora de controle. Diante desses dois fatores o Estado adotou algumas medidas econômicas para contornar a situação, sem sucesso imediato, instalou-se então uma outra crise, uma crise política que derrubaria o militarismo no Brasil.

Vamos então no decorrer do trabalho entender como tudo isso aconteceu, quais foram os mecanismos, os erros e os acertos desse cenário.

1.1 TEMA

Do crescimento forçado à crise da dívida.

1.2. JUSTIFICATIVA

A disposição da equipe para a pesquisa dentro da disciplina de Macroeconomia visa a capacitação de todos, dando os primeiros passos, na percepção e compreensão de problemas econômicos e das intervenções que são realizadas no sentido de estabelecer o equilíbrio. A pesquisa aprofundada sobre este tema nos fará compreender o período e encontrar as respostas para dúvidas que sempre surgiram a respeito do assunto, conceitos que nos foram passados e que, diante da falta de embasamento científico, nunca fizeram sentido.

Nos propomos a realizar este trabalho com imparcialidade, limitando-nos a observar a movimentação político econômica - medidas tomadas (e porquê) que aceleraram o crescimento do Brasil; e aquelas que o afundaram na dívida externa e na submissão ao FMI - evitando tecer conceitos sobre os métodos severos de “disciplina” popular impostos pelos militares.

As mudanças iniciaram-se com as modificações na política econômica e nos padrões distributivos, tais como a substancial elevação das receitas do setor público, rápido crescimento da divida pública (destinada a financiar o déficit fiscal), a organização de um sistema de crédito ao consumidor e de financiamento a construção habitacional. Outras medidas importantes foram tomadas. Entre elas a liberação das importações e a liberação dos preços; a inauguração de um Sistema de Incentivos as exportações; a organização de um Sistema Privado de financiamento ao investimento (não residencial), mediante a criação de Bancos de Investimentos e do desenvolvimento do Mercado de Ações.

Essas atitudes foram tomadas principalmente para a eliminação do déficit fiscal, a redução da compressão salarial e o aperto ao crédito.

Com tudo isso, a inflação declinou de 90% para 39,5 % de 1964 para 1966.

E como em 1956 – 1961, o principal fator de expansão cabe a Indústria Manufatureira, e igualmente dinâmicos foram os setores de Bens de Consumo Duráveis e os Bens de Capital.

A retomada ao crescimento da economia (1967 – 1973) foi chamada de “Milagre Econômico”.

O rápido crescimento da economia esteve associado a abertura estrutural para o exterior. As importações em relação ao PIB aumentaram de 5,4 % para 8,6 %.

Essa abertura externa foi viável devido ao rápido crescimento das exportações e a melhora de troca. E o mais importante é que a taxa de inflação apresentou uma variação consideravelmente menor em tendências de total declínio.

A Deflação foi devida ao dinamismo da demanda de Bens de Consumo Duráveis e a maior concentração de renda pessoal, que permitiu preservar e aumentar o poder de compra dos grupos classe média-alta.

Cabe ainda falar da retomada de investimentos governamentais e da Construção Civil residencial, além da retomada de investimentos das empresas públicas, sobretudo

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