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Dilma Rousseff

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Por:   •  5/11/2014  •  Tese  •  653 Palavras (3 Páginas)  •  262 Visualizações

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São Paulo - De governos, especialmente do Brasil, pode-se esperar tudo, até o bem. A palavra “bem”, aqui, é um exagero — o mais correto seria dizer que os governos podem ser melhores do que as expectativas, ou menos ruins do que se poderia imaginar.

A prudência, portanto, aconselha a não dar por fracassado desde já o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, antes mesmo de acabar o primeiro.

Mas esse é um caso em que a prudência compete com o bom senso — e o bom senso recomenda enfaticamente que o cidadão brasileiro esqueça qualquer possibilidade de melhoras importantes nos próximos quatro anos. Trata-se de um raciocínio descomplicado. O desempenho do governo neste primeiro período de Dilma, pelo que está comprovado nos fatos, foi um monumento à mediocridade.

Começando pelo começo, o crescimento médio da economia brasileira de 2011 até o fim deste ano deve ficar abaixo de 2% — o pior já registrado desde o governo do presidente Floriano Peixoto, como os analistas vivem lembrando, e, obviamente, um resultado infame para um país que precisa crescer com urgência urgentíssima.

O número é particularmente desastroso quando se considera que o governo Dilma passou os últimos quatro anos dizendo sem parar que sua genialidade estava, justamente, em executar uma política econômica que “optou” pelo desenvolvimento.

Num de seus surtos mais cômicos em matéria de mania de grandeza, a presidente chegou a dizer, na frente da primeira-ministra Angela Merkel, que a Alemanha estava a caminho da ruína por combater a pressão inflacionária com medidas de rigor fiscal, causadoras de “recessão”, enquanto o Brasil vivia com “pleno emprego” e outras maravilhas de seu paraíso imaginário. “Eu vou acabar com o crescimento do país? Isso está datado”, disse Dilma.

Não dá para entender, nesse caso, por que acabou obtendo o exato contrário do que queria, pois o fato é que o crescimento acabou, sim; ficará perto de zero em 2014. Daria para engolir, talvez, se essa viagem da vaca para o brejo tivesse sido o resultado de uma decisão consciente de combater a inflação e o desmanche das contas públicas, mas não foi nada disso.

Ficaram os ônus e não veio o bônus, porque onde o governo anunciava uma estratégia houve apenas incompetência. Dilma mandou o Brasil crescer; o Brasil, indiferente a ela, não cresceu.

Como mudar isso? É complicado descobrir a resposta, por uma questão de lógica comum: se Dilma já passou quatro anos inteiros querendo fazer “desenvolvimento” e produziu o oposto, não está claro como nem por que obteria coisa diferente só pelo fato de ter sido eleita para um segundo mandato no Palácio do Planalto. Ninguém obrigou a presidente a gerir a economia do jeito que geriu.

Também não há notícia de que ela tenha recebido alguma revelação superior, como o Terceiro Segredo de Fátima, capaz de ensiná-la a sair dessa miséria do crescimento nulo, ou quase isso.

Mais do que tudo, não há sinal de que Dilma admita que está fazendo algo errado — o que, naturalmente, abriria as portas para a esperança de que pudesse mudar alguma coisa no segundo mandato e, com essas correções, parasse de errar.

A presidente, bem ao contrário, imagina que já sabe tudo sobre economia e todas as demais questões de governo.

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