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HOTEL FASANO

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Por:   •  13/8/2014  •  1.128 Palavras (5 Páginas)  •  366 Visualizações

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Um rasgo horizontal na caixa de madeira marca o acesso

Ficha Técnica

Hotel Fasano

Local

São Paulo, SP

Projeto

1996

Conclusão da obra

2003

Área do terreno

1 155 m2

Área construída

10 307 m2

A

rquitetura e interiores

Márcio Kogan e Isay Weinfeld

(autores); Oswaldo Pessano e Elena Scarabotolo

(coordenadores); Bruno Gomes,

Diana Radomysler, Paula Moraes, Renata Furlanetto, Samanta Cafardo, Suzana Glogowski, Domingos Pascale, Sophia Lin,

Fausto Natsui e Carolina Maluhy (colaboradores)

Estrutura

Aluízio D’Ávila

Acústica

Akkerman

Fundações

Damasco Penna

Elétrica

MHA

Paisagismo

Isabel Duprat

Construção

Racional

Fotos

Carlos Gueller

Fornecedores

Simetria, refinamento e austeridade

Idealizado para ser um dos mais exclusivos hotéis de São Paulo, o Fasano foi projetado por Márcio Kogan e Isay Weinfeld, parceiros de longa data, mas com escritórios independentes. Após discutir idéias e conceitos juntos, eles dividiram tarefas ao longo dos sete anos de projeto: Kogan se encarregou do desenvolvimento da arquitetura e da interface com os projetos complementares e Weinfeld tratou dos interiores.

Localizado em uma rua de apenas um quarteirão nos Jardins, zona oeste de São Paulo, o hotel foi criado a partir da colagem de referências diversas, que misturam, entre outros, protomodernismo, art déco, minimalismo (à Peter Zumthor), pormenores de antigos edifícios anglo-saxões e influências da elegância e espacialidade de Aurelio Martinez Flores, tudo em clima nostálgico.

O empreendimento ocupa um pequeno terreno em relação ao grande programa que abriga: dois bares, dois restaurantes, centro de convenções, áreas administrativas, sala de ginástica, massagem, piscina e 64 apartamentos.

O resultado é uma torre escalonada, com desenho reforçado por um jogo de volumes, cada qual com revestimento diferente. Esses volumes sobrepostos remetem a antigos edifícios art déco de Nova York, como o Empire State (projetado por Shreve, Lamb and Harmon, em 1931), ou mesmo alguns prédios paulistanos, como o do Banespa (Plínio Botelho do Amaral, 1937).

A aparência do hotel revela raiz protomodernista, movimento do início do século passado que misturava elementos clássicos (como plantas simétricas, volumes compactos, forte relação do prédio com a rua, volumes fenestrados por pequenos vãos) e modernos (curvas, marquises e pestanas, ausência de ornamentos). Reforçando essa impressão, a torre é coroada por um relógio.

A graça da volumetria não está nos balanços estruturais ou na técnica empregada, mas nas diferentes texturas que revestem a edificação. Foram usados madeira, na base; pedra, nas duas extremidades da torre e no volume do restaurante; tijolo, na caixa central, e massa, nas laterais posteriores e no fundo.

A torre é fenestrada simetricamente por caixilhos de alumínio de pequenas dimensões, reticulados com desenho e coloração que lembram janelas de madeira. A impressão de paisagem londrina é reforçada pela coloração do tijolo, importado da Inglaterra. Mas a austeridade simétrica lembra também obras anteriores dos autores, como o edifício paulistano Metrópolis (1991).

Apesar de estender-se por todo o lote, vista da rua a torre ganha certa independência em relação aos vizinhos, devido ao isolamento da base de madeira, obtido com os recuos - em ambas as laterais - ocupados por duas rampas de acesso à garagem subterrânea. A base abriga três pisos, com a administração no primeiro andar e um centro de convenções no segundo.

No entanto, a face frontal possui uma grande abertura central, destinada ao acesso, que lembra a Casa de Cultura, em Poços de Caldas, MG (projeto de Flores, de 1990). A diferença são as extremidades curvas, protomodernistas, que abrigam sanitários.

O interior do hotel é marcado pela simetria, pelo refinamento e pela austeridade de materiais nobres, como mármore travertino e madeira. O detalhamento exaustivo incluiu desde o desenho das pequenas placas de sinalização “até os botões da campainha”, relata Kogan.

Em vez da recepção, o primeiro ambiente do hotel é um bar com pé-direito duplo - trata-se de mudança de curso idealizada pelo proprietário. “Nenhum consultor de hotelaria aprovaria, mas ficou excepcional”, diz Kogan. O resultado curioso dessa estratégia é que os elevadores passaram a ter duas portas, uma vez que a recepção voltou-se para o fundo.

A ligação entre o Lobby Bar e a recepção se dá por duas circulações laterais simétricas, de pé-direito baixo, criando um percurso guiado pela luz zenital que ilumina a recepção (também à la Flores). Para essas passagens, marcadas por lareiras (que lembram

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