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LABORATÓRIO DE PRÁTICAS NO CONTEXTO CLÍNICO

Por:   •  21/11/2017  •  Resenha  •  1.461 Palavras (6 Páginas)  •  251 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE SAÚDE E BIOCIÊNCIAS

CURSO DE PSICOLOGIA

LABORATÓRIO DE PRÁTICAS NO CONTEXTO CLÍNICO,

8º PERÍODO – NOTURNO

TURMA: U

PROFESSOR: ANTÔNIO VITORINO CARDOSO NETO

ALUNA: ANDREZA DE ANDRADE SILVA

O  presente estudo de caso irá abordar o caso, Angélica começa o relato contando que durante sua infância morava com a mãe, pai, avó e uma irmã 8 anos mais velha, tinha uma relação boa com o pai. Era uma criança alegre que sentia uma  grande necessidade de atenção. Sua tia e seu pai gostavam do seu bom humor e por isso adorava fazer teatros para a famíla.

Sobre a relação com a mãe A. relata que era apenas ocasionalmente, e que a mãe parecia sempre estar incomodada com seu jeito divertido e as brincadeiras do marido para com a filha. Ainda durante a infância um evento marcou sua vida e mudou a dinâmica familiar a morte da sua avó materna. Sua mãe viveu muito tempo em luto mãe e acabava negligenciando seus desejos, como o de frequentar aulas de danças. Apesar de se dar bem nas atividades de oratória e ter um pouco de popularidade no colégio, A. já sentia-se um pouco rejeitada e insegura sobre si mesma.

Com a chegada da adolescência,  A.  começou a se afastar da família e sentir grande necessidade de ficar sozinha.  Parou de frequentar a igreja dos pais e consequentemente os poucos momentos de intimidade que tinha com o pai. Se afastou ainda mais dos pais quando saiu de casa para cursar a graduação, teve sua primeira relação, que foi regada de um sentimento de ódio.  Começou a ter problemas com peso, depois que ficou doente e precisou tirar a apêndice, consequentemente perdeu bastante peso, começou perceber que as pessoas a olhavam de uma maneira diferente, nesse momento viu a oportunidade de sentir-se amada e importante. 

           A espontaneidade é um dos  conceitos centrais para a psicodrama, e pode ser caracterizada como um fator inato ao ser humano e conceituada  como a habilidade de agir de um modo adequado frente a uma nova situação, apresentando  respostas saudáveis novas ou renovadas de  epsódios já definidas. O desenvolvimento da espontaneidade acontece durante o processo de formação da Matriz de Identidade, juntamente com a  aprendizagem emocional,  identidade e a personalidade.  (MORENO, 1997).

A vida social de uma  criança começa no meio familiar e é dentro dele que os primeiros vínculos serão estabelecidos e internalizados, interferindo futuramente as características pessoais. Segundo Moreno (1997) a matriz de identidade é a parte mais importante para a vida social de uma criança,e é representada dor dois universos. O primeiro universo é ainda dividido em dois períodos, o primeiro é da identidade total, onde todas as coisas, pessoas e objetos, são indivisíveis.

Durante essa fase para a criança não existe diferença entra ela e a mãe, sendo assim a mãe funciona como seu ego auxiliar. O segundo período é o da identidade total diferenciada onde objetos, pessoas e a própria criança começam a se diferenciar, porém, ainda não existe diferença efetiva entre real e imaginário, surgindo a capacidade de registros na memória, possibilitando o inicio dos sonhos. Caso haja uma negligência de cuidados nesse momento, o ego auxiliar fica fragilizado o que acarretara em problemas no futuro (Moreno, 1997)

 Moreno (1997) acredita  que“ sem a função da espontaneidade, o processo de aquecimento preparatório pode produzir uma disposição mental num caminho, a ponto de estorvar ou prejudicar as relações do indivíduo com situações e objetos reias”. É possível notar no caso de Angélica  que devido um a acúmulo ausência dos pais e cuidados parentais, acarretou em uma falta de relação télica, por isso há uma grande angustia que a impossibilita de agir de maneira espontânea. Um exemplo disso é  quando decide reduzir sua alimentação e limita- la apenas a valores calóricos depois de receber o elogio de um amigo, e ver uma possibilidade de sentir se vista e chamar atenção através do seu corpo, botando em risco sua saúde física.

Os papéis durante a vida de uma pessoa não são uma unidade imutável e estática. Esses papéis que um indivíduo desenvolve não atuam sozinhos, formam cachos, sofrem influência ou  formam Clusters. A Teoria dos Clusters foi desenvolvida por Bustos (2001) e acredita que desde o nascimento o indivíduo irá incorporar experiências que influenciarão no seu futuro. (Bustos, 2001)

O Cluster  Materno diz respeito à experiência infantil de ser cuidado pela mãe ou seu cuidador, deriva de aprendizagens saudáveis de dependência, de acolhimento, carinho e aceitação. Esse Cluster também é responsável por ensinar o sujeito a conviver de forma saudável com os momentos de vulnerabilidade, desenvolver a auto-estima e a segurança pessoal. O papel da mãe é essencial, pois as experiências vividas nessa fase darão suporte para respostas mais espontâneas no futuro. (DIAS, 1987)

 Bustos (2001) acredita  que quando a passagem pelo cluster materno acontece de maneira propicia, com o sentimento de cuidado presente, o indivíduo poderá aceitar momentos de vulnerabilidade de uma maneira saudável, caso contrário ficara um sentimento de abandono ou desamparo. A falta de auto estima é uma manifestação de que este Cluster não foi bem desenvolvido. É possível perceber que A. tem uma auto estima prejudicada “eu descrevia minha vida usando palavras alheias. Não tinha própria. E ao fim , não só não me sentia amada, como achava impossível que alguém pudesse me amar. Podia mudar minha aparência, torná-la mais aceitável, atraente, amável, mas, ao íntimo não havia nada que pudesse fazer para me salvar de minha própria feiúra.”

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