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Licenciado em Ciências Biológicas

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Por:   •  22/3/2014  •  Tese  •  10.846 Palavras (44 Páginas)  •  319 Visualizações

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Universidade Doctum

Graduação em Ciências Biológicas

Mª DA GLORIA , JEREMIAS , CELIA E GABRIELA

Vitória, ES

Novembro, 2013

Universidade Doctum

Graduação em Ciências Biológicas

INTRODUÇÃO

O fital é um ecossistema marinho formado por macroalgas ou gramas

marinhas e as suas epiflora e epifauna associadas (Masunari e Forneris, 1981; Masunari, 1987). As algas promovem o aumento da complexidade do costão rochoso oferecendo maior quantidade de recursos para os epibiontes. Esta disponibilidade de recursos torna favorável o desenvolvimento das mais diversas formas de vida, elevando a biodiversidade nesse ambiente (Edgar 1983; Gao e McKinley, 1994; Costanza et al., 1997; Spalding et al, 2003;). Algumas características intrínsecas das algas (como sua estrutura física, englobando a capacidade de retenção de partículas e sua complexidade estrutural) e do ambiente (como hidrodinâmica, turbidez, temperatura e poluição) estão relacionadas a diversidade do fital mas a importância relativa de cada uma delas, ainda não foi estabelecida. (Turner et al., 1999; Bowden et al., 2001; Hovel et al., 2002). Acreditase que a morfologia da alga seja um dos fatores que tem maior efeito na estruturação da comunidade associada. São as características estruturais como tamanho, forma, textura superficial (Gee e Warwick, 1994a), e dureza do talo que determinam a complexidade destes ambientes. Para quantificar a complexidade dos hábitats de algas diferentes, já foram propostas algumas medidas como a densidade (Crowder e Cooper, 1982; Stoner e Lewis, 1985), o biovolume (Coull e Wells, 1983; Bartholomew et al., 2000) e a biomassa (Heck e Wetstone, 1977; Stoner, 1980; Stoner e Lewis, 1985). Estas medidas não fornecem relação com a arquitetura das algas e por isso são consideradas pobres descritoras do hábitat (Bartholomew et al., 2000).

Com o advento da geometria fractal, (primeiramente proposto por Mandebrolt, 1967) aumentou-se as possibilidades de uma definição formal da complexidade do hábitat a partir do cálculo da dimensão fractal (D) (Gee e Warwick, 1994a). A dimensão fractal, além de quantificar a complexidade dos hábitats (por exemplo, das macroalgas) também permite comparações potenciais da complexidade entre diferentes estruturas biológicas, como recifes de coral (Bradbury et al, 1984), árvores (Morse et al., 1985) e líquens (Shorrocks et al., 1991) já que sua medida independe da natureza do objeto. Os valores variam entre 1 e 2, sendo que 1 representa a medida da reta e 2 a do plano. Um objeto composto por várias retas é considerado mais complexo (com menor valor D associado) do que aquele formado por um plano. Em superfícies fractais a área aumenta quando a unidade de medida diminui e varia com a escala com que o hábitat é visto (Gee e Warwick, 1994a). Por exemplo, um indivíduo pequeno consegue perceber a textura na superfície da alga em que se encontra enquanto que um grande perceberia a mesma alga como um plano, desprezando a sua textura.

A medida da complexidade do hábitat a partir do cálculo da dimensão

fractal vem sendo utilizada para explicar as diferenças na composição de diferentes fitais (Gee e Warwick, 1994a; Davenport, 1996; Ayala e Martín, 2003; Hooper e Davenport, 2006): aumentando a diversidade de espécies (Gee e Warwick, 1994a) ou a abundância de animais pequenos (Morse et al., 1985; Shorrocks et al., 1991; Gunnarsson, 1992, Gee e Warwick, 1994b). A promoção da diversidade em algas mais complexas estruturalmente é explicada por diversos fatores: (1) aumento espacial disponível para ocupação (Morse et al., 1985); (2) aumento da variedade de alimentos (Fretter e Manley, 1977) ou superfície para alimentação (Gee e Warwick, 1994a); (3) modificação das condições microambientais (Gibbons, 1988b) como, por exemplo, aumentando a umidade relativa para animais no entre-marés (Nixon et al., 1971) ou reduzindo o efeito do impacto de ondas (Whorff et al., 1995) e (4) aumento da proteção contra predação (Coull e Wells, 1983; Gibbons, 1988a).

Assim, algas com talos simples, foliáceos, achatados e carnosos, com

apressórios discoidais, oferecem apenas superfícies planas, pouco protegidas contra turbulência, predação e dessecação. Nestas fisionomias algais, as comunidades geralmente são restritas tanto em abundância como em riqueza de espécies. Ao contrário, algas finamente ramificadas, em forma de tufo ou estolão, arbustivas ou com uma delicada guarnição de pêlos na superfície do talo, protegem contra os estresses biológicos e físicos. Além disso, elas são capazes de reter maior quantidade de água, têm alta a área superficial disponível, oferecem maior proteção contra a predação e o impacto das ondas e são “amortecedoras” do fluxo de correntes. Desse modo, abrigam maior quantidade de organismos do que algas com talos achatados ou foliáceos (Masunari, 1987; Gee e Warwick, 1994a).

Em algas mais complexas, a retenção de sedimento e matéria orgânica

entre as frondes também eleva a complexidade do sistema, oferecendo microhábitats favoráveis ao assentamento de muitas espécies de poliquetas (Antoniadou et al., 2004;

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