Logística

Navegação de Cabotagem: Ferramenta logística a ser utilizada com mais frequência

A navegação de cabotagem é, conforme definição da Lei nº 9.432/97, “realizada entre portos ou pontos do território brasileiro, utilizando a via marítima ou esta e as vias navegáveis interiores”. Esta ferramenta logística segundo NOVAES (2007), que pode ser divida em “pequena cabotagem”, que cobre apenas os portos nacionais, e a “grande cabotagem”, que corresponde às ligações marítimas entre o Brasil e os países próximos, como por exemplo: Uruguai e Argentina.

Já foi uma das formas mais utilizadas de transportes de cargas no Brasil, tendo em vista a extensão navegável da costa brasileira de, atualmente, 8,5 mil quilômetros. No entanto, ao longo do tempo, nosso país foi adotando o modal rodoviário como a matriz de transporte de cargas. Conforme comentou Julian Thomas, diretor-superintendente da Aliança Navegação e Logística, uma das pioneiras na retomada da navegação de cabotagem no Brasil e atual líder de mercado em movimentação de contêineres, em relação à década de 60, ele disse: “Naquela época, 100% dos recursos investidos em transporte foram direcionados para as rodovias, inviabilizando a utilização de outros modais como o ferroviário e o marítimo”.

Atualmente o transporte aquaviário brasileiro voltou a ser palco de um grande movimento de investimentos e interesses por partes de entidades governamentais e privadas. Com o advento de novas políticas de preservação do meio ambiente, a modernização das tecnologias navais de transportes, e gestões empresariais cada vez mais voltadas para a sustentabilidade e melhoria nos seus processos, a busca por este modal de transporte tem aumentado considerável e gradativamente. Pois, segundo apresentou a Aliança (2005), a navegação de cabotagem possui, como vantagem, entre outras: menor emissão de poluentes; menor consumo de combustível; e menor custo de frete em relação ao rodoviário (média de 10% inferior).

Conforme levantamento feito pela Antaq – Agência Nacional de Transporte Aquaviário, foi constatado que houve aumento de quase 60%, entre 1997 e 2007, no transporte de cargas pela via marítima. A navegação de cabotagem se apresenta como uma grande e importante opção para o escoamento e distribuição dos mais diversos produtos, sejam eles líquidos, sólidos, granéis, e atualmente, o transporte de contêineres, que segundo dados da ANTAQ (2004; 2009a; 2009e), cresceu 5,05 vezes.

Tendo em vista, ainda, seu baixo custo, a grande capacidade de transporte, maior segurança e integridade das cargas, sendo este último um fator de grande relevância, pois, segundo registros da Aliança, entre os anos de 2007 e 2008, houve a ocorrência de apenas um único caso de roubo de carga, enquanto no modal rodoviário. A Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística) registrou, apenas no ano de 2007, um prejuízo de aproximadamente R$ 11 milhões em todo o país, devido aos roubos das cargas nas rodovias brasileiras.