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Marcia Amarelo

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Por:   •  4/3/2014  •  Seminário  •  573 Palavras (3 Páginas)  •  392 Visualizações

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Sem Márcia Yellow, a cidade de Montes Claros jamais seria a mesma. E Márcia Yellow, sem Montes Claros, seria outra pessoa. As duas se conhecem e se entendem melhor que irmãs gêmeas. Um dia desses, ao reproduzir a opinião favorável da Márcia sobre o Super Paulo Coelho, uma cidadã chamada Amelina entrou de mansinho na conversa e deu merecido beliscão em algum ponto sensível da anatomia desse autor. Hoje, para espanto da moçada, vem a revelação: Amelina também é de Montes Claros, escreve livros eróticos e biografias e já atingiu a idade em que os humanos podem se permitir quase tudo, embora muitos continuem escravos do passado, da rotina e da pegajosa chatice.

- Sim, é minha vizinha aqui do Norte de Minas, querida, amada, linda. Eu a chamo de Amelinda. Outros a chamam de Mel - conta Márcia Yellow, feliz por aparecer em uma crônica ao lado da sua amiga, que acaba de festejar mais um ano de liberdade para pensar e criar. Márcia não sabe dizer se a sua Amelinda comemorou, em outubro, 72, 78 ou 80 anos de idade, mas deixa claro que isso é o menos importante. Prefere citar os livros que ela já escreveu, com títulos que anunciam a mente aberta e livre da autora: "O Livro Proibido" e "Príapo de Ébano", por exemplo. Amelina, Amelinda ou Mel escreveu também uma biografia do compositor e seresteiro João Chaves, autor de "Amo-te Muito", uma música que já fez 100 anos e continua como favorita de dez entre dez mineiros românticos e saudosistas, categoria que inclui os jornalistas Paulinho Narciso e Roberto Elísio. O título da biografia já diz tudo: "João Chaves: Eterna Lembrança". Essa menina de Montes Claros escreveu também "O Andarilho do São Francisco", que foi adaptado para o teatro; "Quitute e Amor" e "O Câncer da Vingança", entre outras obras que Márcia classifica como "deliciosas". E está prontinha para sair do forno a biografia de Hermes de Paula, o grande historiador de Montes Claros. Com os seus 72, 78 ou 80 anos, Mel não quer saber de descanso e se arrisca também no artesanato. Suas bruxas de pano já foram até destaque no programa Som Brasil.

- Ela é viúva, mãe de 15 filhos e no ano passado foi enredo de uma das nossas escolas de samba - conta Márcia - e desfilou bem à frente, cumprindo todo o percurso na maior animação. Quando nos encontra pelas ruas, para e bate um papo e às vezes senta. Para discutir ideias, nunca pessoas. Tempo para os amigos ela sempre tem, assim como o café coado na hora, em sua casa, para nos receber a qualquer momento. As duas outro dia se encontraram com os amigos Paulo Narciso e Raphael Reys no Centro Cultural, cantaram parabéns e foram as últimas a sair. Márcia deixou Amelina aos cuidados dos amigos, que prometeram ter juízo e acompanhá-la à sua casa sem cair nas tentações dessa fértil autora de contos eróticos.

- Amelina Chaves é assim, na flor da idade, na maneira leve e solta de viver e na intensa paixão pela vida. Tem um semblante de paz e é tudo de bom. Amada, muito amada, ela é um dos nossos patrimônios. Meninos, vejam que bela companhia vocês conquistaram. De hoje em diante, sempre que forem a Montes Claros, já sabem: levem nosso abraço a Amelina. E leiam os livros dela, de preferência ouvindo a música "Água Viva", trilha sonora que a Márcia Yellow recomenda.

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