Novo Evangelho Segundo Peter Drucker
Tese: Novo Evangelho Segundo Peter Drucker. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: vi_toes • 2/10/2014 • Tese • 2.154 Palavras (9 Páginas) • 289 Visualizações
Administração - O Novo Evangelho Segundo Peter Drucker
Os Novos Paradigmas da Administração
O que se ensina e se pratica em nome da administração está ficando totalmente desatualizado, pois poucas políticas se conservam atuais por 20 ou 30 anos e a maioria de nossos pressupostos relativos às empresas, à tecnologia e à organização data de pelo menos 50 anos. Conseqüentemente, estamos pregando, ensinando e praticando políticas que destoam cada vez mais da realidade e que, por isso mesmo, são contraproducentes.
Para a administração – disciplina social – as premissas são bem mais importantes do que são os paradigmas para uma ciência natural, pois o paradigma (teoria geral prevalecente), não exerce impacto sobre o universo natural, mas uma disciplina social, como a administração, trata do comportamento de pessoas e instituições humanas.
O universo social é sujeito a mudanças contínuas – significando que as premissas que eram válidas ontem podem tornar-se inválidas ou enganosas.
A disciplina da administração, hoje se encontra neste ponto e devemos analisar quais premissas que estão conduzindo-a ao caminho errado.
Existe uma premissa, defendida por vários teóricos da administração e pela maioria de seus praticantes, desde os primórdios da reflexão sobre organizações, que é dado como certo de que existe uma forma correta de organização.
Esta é apenas uma entre sete premissas subjacentes relativas à organização que estão desatualizadas:
Existe apenas uma maneira certa de organizar uma empresa.
Os princípios da administração se aplicam apenas às organizações empresariais.
Existe uma única maneira correta de administrar pessoas. No passado, a maneira correta era o controle de cima para baixo – a centralização. Mais tarde, a descentralização entrou em voga. Hoje, a abordagem de equipe é vista como a ideal.
Tecnologias, mercados e finalidades são fixos e raramente se superpõem. Ou seja, cada indústria possui uma tecnologia específica e um mercado específico.
O âmbito da administração é “gerir a empresa”, e não centrar sua atenção no que acontece fora da empresa. Ou seja, o foco da administração é interno, não externo.
As fronteiras nacionais definem o ambiente da empresa e da sua administração.
A seguir será mostrado por que cada uma delas é hoje incorreta, desatualizada ou ambas as coisas.
Pensamos na administração como sendo administração de empresas (premissa mais recente). Até a década de 30, presumia-se que a administração não passava de subdivisão da administração geral.
Não foi numa empresa que se deu a primeira aplicação consciente e sistemática dos princípios da administração, e sim, na reorganização do Exército dos Estados Unidos (1901).
Com a Grande Depressão teve início a identificação da administração com a administração de empresas, que gerou hostilidade com relação às empresas e desprezo por seus executivos. Para não ser contaminada pela associação de sua imagem com a de empresas, a administração no setor público foi rebatizada de administração pública e proclamada uma disciplina distinta.
No período do pós-guerra (1950), “empresas” e “negócios” já haviam voltado a ser palavras bem-vistas, graças ao desempenho da administração de empresas americanas durante a 2ª Guerra Mundial.
Hoje, nossa teoria está alcançando esta realidade e podemos constatar pelos seguintes fatos:
Muitas escolas de administração foram rebatizadas de escolas de administração.
A crescente oferta de cursos de administração de organização sem fins lucrativos por essas mesmas escolas.
surgimento de programas de administração executiva que recrutam executivos de empresas e de outras organizações não-empresariais.
A criação de departamentos de administração pastoral em escolas de teologia.
Apesar de tudo, a premissa de que a administração é administração de empresas continua existindo, mas é importante acabar com a distinção artificial entre organizações empresariais e não-empresariais, pois é muito pouco provável que o setor que mais cresça nas sociedades desenvolvidas do século XXI seja o das empresas.
Os setores que mais cresceram nos países desenvolvidos no século XX, não foram o das empresas, mas sim o governamental, o dos profissionais liberais, o da saúde e o da educação.
Assim, o setor social sem fins lucrativos é aquele em que a administração é mais necessária hoje em dia.
A preocupação com a administração e seu estudo começou com o repentino surgimento de grandes organizações. Há mais de um século, o estudo da organização se baseia em uma premissa: a de que existe ou deve existir uma única forma “certa” de organização.
A estrutura organizacional das empresas foi estuda pela primeira vez na França, por volta da virada do século. Era a época em que as organizações empresariais em escala realmente grande estavam começando a aparecer, e seus administradores tiveram de desenvolver sua disciplina à medida que as empresas avançavam. Não havia textos a consultar, não havia consultores. De certo modo, eles aprenderam uns com os outros.
A Primeira Guerra Mundial deixou clara a necessidade de uma estrutura organizacional formal. A administração altamente centralizada que propalavam simplesmente não funcionavam numa escala, onde era preciso administrar dezenas de soldados e reorientar economias inteiras em torno da produção para a guerra.
Após a Primeira Guerra Mundial desenvolveu-se a descentralização, transformando-se no mantra da administração, o único caminho visto como correto. Nos últimos anos, defende-se a equipe como organização correta para praticamente qualquer coisa.
Organização certa é algo que não existe. Existem apenas organizações, cada uma das quais possui pontos fortes, distintas e aplicações específicas. É uma ferramenta para tornar as pessoas produtivas quando trabalham em conjunto. Uma estrutura organizacional é adequada para determinadas tarefas em determinadas condições e determinadas épocas.
Em qualquer empreendimento existe a necessidade de uma série de estruturas organizacionais
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