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O Conhecimento Empresarial

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Por:   •  24/2/2014  •  1.255 Palavras (6 Páginas)  •  401 Visualizações

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O Conhecimento Empresarial

http://www.inovacaotecnologica.com.br/gestao.html

Agostinho Rosa

"Não existe um saber pairando sobre a planta, que ali permanecerá

independentemente dos seres físicos que a fazem funcionar."

A atual onda de novidades na Administração de Empresas tem se focado na inteligência empresarial. A

despeito do grande número de "ecos" que cada obra significativa gera, resultando num proliferar de

"consultores" e palestrantes loquazes e repetitivos, os trabalhos verdadeiramente originais têm sido capazes

de detectar o impacto das mudanças na Tecnologia da Informação sobre a gestão das empresas.

A primeira constatação está na compreensão da "cultura empresarial". Cada empresa possui uma rede

de interconexões muito característica. Essa rede liga pontos físicos de sua estrutura, como sua localização e

a tecnologia com que fabrica seus produtos e serviços até pontos intangíveis, como a missão a que a

empresa se propõe, a imagem que seus funcionários fazem dela, suas relações com seus fornecedores e

clientes etc. Essa rede é o que chamamos de cultura empresarial.

A alta administração da empresa não é, nem faz e, às vezes, nem mesmo difunde a cultura da empresa;

ela apenas é uma parte importante dessa cultura. Esse é um fato mal compreendido por alguns

administradores, que, muitas vezes, acreditam-se capazes de mudar radicalmente a empresa simplesmente

dando-lhe uma nova missão. Essa é uma falta de entendimento que pode colocar uma empresa em

dificuldades. Esses administradores não enxergam na empresa um organismo vivo, dotado de suas próprias

características e comportamentos; e esses comportamentos não são os comportamentos dos

administradores. Entender isso é ainda mais difícil para os proprietários de pequenas empresas, que, como

pais superprotetores, evitam aceitar a identidade de sua própria criação. Essa identidade é fruto da interação

dos diversos nós da rede que compõem a empresa. Inclusive trabalhadores e sindicatos ao qual esses

trabalhadores se filiam. E, obviamente, a tecnologia não é a cultura. Mas faz parte dela.

A cultura organizacional é a interação entre os diversos elementos constituintes da empresa. A relação e

os vínculos entre acionistas, administradores, trabalhadores e a parte física dessa empresa.

Essa interação entre os agentes que formam a empresa leva ao segundo ítem que vem impactando a

gestão das empresas. É a valorização do trabalhador, não apenas no formato já tradicional do "vestir a

camisa", mas como a entidade física que detém o conhecimento, o como fazer. Essa constatação reforça a

rede de interconexões como sendo a essência da cultura empresarial. A empresa não existe descolada dos

seus funcionários, aí incluída a própria administração. Não existe um saber pairando sobre a planta, que ali

permanecerá independentemente dos seres físicos que a fazem funcionar. O saber está nestas pessoas e,

mais importante, na relação que existe entre essas pessoas e na relação delas com os objetivos maiores da

organização. Esse é um sentido novo para a sinergia: "o todo é maior do que a soma das partes" não é uma

mera questão de atuação conjunta e produtividade. São aquelas pessoas, naquele lugar determinado,

naquele ambiente determinado, naquele momento, que compõem a empresa e constituem-se em seu saber.

No momento pós-reengenharia, alguns estudos procuraram fazer uma comparação entre a economia

conseguida com funcionários novos e mais baratos e o gasto com o treinamento desses mesmos

funcionários. Os valores alcançados por estes estudos são muito discrepantes, mas nenhum deles mostra

economia. Em todos os casos, o gasto com o ingresso de um funcionário "analfabeto de empresa" é maior

do que a economia conseguida com a dispensa de um nó da rede já consolidado.

Isso acontece justamente porque o conhecimento está entranhado nas pessoas, nos diversos níveis da

organização. Logo, esse conhecimento flui através da rede passando de um nó (um trabalhador), para o

próximo nó (outro trabalhador, ou um equipamento ou mesmo um produto). Quando se troca um desses nós

da rede, há um momento de incerteza entre os demais nós que se conectavam diretamente a ele. É

necessário um tempo para que o novo elemento consiga se inserir no local. Isso envolve:

1. entender o funcionamento da rede;

2. estabelecer relações de confiança com os nós próximos;

3. entender sua função específica;

4. compreender a importância de sua função para a manutenção da rede;

5. alcançar os níveis de produtividade exigidos pela rede; esse ítem realimenta o ítem número 2 e, se

não atingido, pode comprometer aquele.

Pode-se entender, então, o desequilíbrio produzido na rede quando se mudam vários nós

simultaneamente.

Mas o que é mais relevante é que, estando o conhecimento da

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