PRODUTOS FINANCEIROS E SUA IMPLANTAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO NA CASSOL CENTERLAR
Por: CAROLSZ • 5/11/2019 • Artigo • 6.773 Palavras (28 Páginas) • 265 Visualizações
[pic 1]
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SANTA CATARINA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA
CAROLINE ZANINI
PRODUTOS FINANCEIROS E SUA IMPLANTAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO NA CASSOL CENTERLAR
Trabalho apresentado para a conclusão do Curso de Pós-Graduação em Gestão Financeira e Controladoria do Centro Universitário Estácio de Santa Catarina.
Orientadora: Profª. Dra. Juliane I. Di F. Kich
SÃO JOSÉ, 2017/1
PRODUTOS FINANCEIROS E SUA IMPLANTAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO NA CASSOL CENTERLAR.
Caroline Spudaro Zanini
Juliane Ines Di Francesco Kich
Resumo: Estudo de caso realizado na empresa Cassol Centerlar, empresa familiar que atualmente é uma das maiores no ramo varejista de materiais de construção no sul do Brasil. Tem por objetivo analisar a implantação do seu cartão próprio, Private Label, juntamente com o desenvolvimento dos seus produtos financeiros. Para tanto foi realizado uma pesquisa qualitativa descritiva, de caráter exploratório e realizado em fontes bibliográficas. A coleta de dados realizou-se através de pesquisa documental, seguido de entrevista semiestruturada, onde os sujeitos de pesquisa foram os gestores da empresa. Conclui-se satisfatório os resultados alcançados com a implantação, houve retorno dos clientes e baixos custos para que o mesmo começasse a operar, entretanto, deve-se continuar acompanhando o mercado e aprofundando-se nos estudos para desenvolvimento de melhores vantagens em seu cartão próprio.
Palavras chaves: Cartão Próprio. Private Label. Varejo.
Abstract: Case Study carried out in the company Cassol Centerlar, family-owned company which is currently one of the largest in class retailer of construction materials in southern Brazil. The objective is to analyze the deployment of your own card Private Label, along with the development of their financial products. For both was carried out a qualitative, descriptive, exploratory and held in bibliographical sources. If satisfactory conclusion the results achieved with the implementation, there was feedback from customers and lower costs for the same begin to operate, however, it should continue monitoring the market and deepening within the studies for development of best advantages on your own card.
Keywords: Own card. Private label. Retail.
1 INTRODUÇÃO
A diminuição na renda dos brasileiros e a dificuldade do acesso ao crédito, impulsionam as empresas a buscarem cada vez mais alternativas para reterem seus clientes. Karsaklian (2004) relata que em 2013 foi realizada, nas principais capitais do país, uma pesquisa onde constatou-se que o comportamento dos clientes sofre maiores alterações devido a suas reduções de renda. Essa alteração afeta vários setores, inclusive o varejo.
Kotler (2000) estabelece que toda e qualquer atividade de bem ou serviço, diretamente realizada aos seus consumidores finais, denomina-se varejo. A rede varejista atua diretamente com o seu cliente, sendo o principal intermediário entre produto e cliente, e por isso busca estreitar laços e atender toda e qualquer necessidade do seu consumidor, de forma mais lucrativa e também fidelizada. Segundo Giraldi e Spinelli (2004 p.3) “Observa-se grande competição dentro dos formatos varejistas, o que faz com que busquem estratégias para atender melhor o consumidor e garantir maior lucratividade”. Em seu artigo, Steenkamp e Dekimpe (1997, apud Arruada, Paula e Paula, 2013, p. 112) corroboram que o sucesso de uma estratégia depende “é a qualidade oferecida, pois a qualidade percebida pelo consumidor está bastante relacionada ao poder de conquista do varejista e, consequentemente, ao aumento da sua participação no mercado”.
Atualmente o ramo varejista possui inúmeras maneiras de aceitar o pagamento de seus clientes, porém, aceitar cartões, linhas de crédito ou boletos já não é um diferencial, e sim uma normalidade no mercado. Diante disso, busca-se desenvolver soluções para reterem seus clientes e manterem suas receitas. Uma das alternativas encontradas é a concessão de limite de credito próprio a seus clientes, arcando assim com seus custos, seus riscos, mas principalmente buscando o aumento de suas receitas. Para La Casas (2012), se não houver facilidade nas vendas, na linha de credito ofertada, muitas vendas serão perdidas. É preciso simplificar, o cenário onde o poder aquisitivo do consumidor no Brasil só retrai, é preciso facilitar o pagamento, seja por financiamento próprio ou terceirizado.
Neste contexto, o objetivo principal deste artigo é analisar a implantação do cartão próprio (Private Label) e produtos financeiros dentro de uma empresa de varejo através de um estudo de caso na Cassol Centerlar. Empresa familiar que teve fundação no Sul Catarinense e hoje é a 5ª maior empresa no ramo varejista de materiais de construção no Brasil, atuando a 59 anos neste segmento.
A alternativa optada pela Cassol Centerlar, juntamente com outros vários segmentos do ramo, foi a criação dos financiamentos próprios, linhas de crédito concedidas aos seus clientes através de seus cartões de compra, também denominados Private Label. A expressão “Private Label”, refere-se a produtos próprios, que nesta conjuntura são comercializados por grandes varejistas e pode-se comparar a “venda fiada”. Seria também considerado uma venda eletrônica, de marca própria, onde atinge-se clientes em grande escala, com automatização nas compras, promovendo agilidade e economia (ALVES, MENEZES, 2007).
Além de facilitar o pagamento de seus clientes, a retenção de suas vendas e fomentar sua marca, o cartão próprio permite comercializar limites, condições e produtos financeiros em conjunto, obtendo maiores receitas e resultados. Miranda (1997) resume que o credito próprio é uma ferramenta que, sabendo utiliza-la, traz vários benefícios marginais como: a possibilidade de cadastramento dos seus clientes, com seus endereços e facilidade na pesquisa da área de influência; o uso de mala direta ou telemarketing como programa de relacionamento para atrair seus clientes, tornando-os retidos e não mais esporádicos. A partir da implantação do cartão próprio, na maioria das vezes, a divulgação passa a ser das facilidades de pagamento e não mais dos produtos vendidos.
...