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Rating - Letras Que não Se lêem Isoladamente

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Por:   •  12/8/2013  •  5.337 Palavras (22 Páginas)  •  615 Visualizações

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TÍTULO DA NOTA TÉCNICA:

RATING: Agências Classificadoras de Risco. Letras que não se leem isoladamente.

JOSÉ OSWALDO STILBEN TEIXEIRA

jose.teixeira@irb-brasilre.com.br

INTRODUÇÃO: sem título

Qualquer turista entende o que significa uma hospedagem em hotel “cinco estrelas”. Por analogia, o status atribuído, pelas agências classificadoras de risco a possíveis parceiros, faz com que, para seguradores e resseguradores, o rating não seja diferente: a sequência de letras e sinais aritméticos aponta para o maior ou menor risco de as empresas ou países saldarem seus compromissos financeiros.

É, portanto, uma análise sob o ponto de vista do risco de crédito, que tem o escopo de estabelecer parâmetros de comparação para diferentes securities; entendendo-se o termo, no singular, “security” tanto no sentido estrito: “ativo financeiro que garante o pagamento de compromissos assumidos”, como também, no jargão do resseguro, a própria empresa resseguradora.

As agências de rating, muitas vezes usadas como único referencial na indicação de risco, foram consideradas, no final de 2008, um dos “vilões” da crise econômica iniciada com o estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos. Quebraram expectativas ao classificar como de primeira linha instituições que abarrotavam suas carteiras com títulos, também por elas classificados como de primeira linha, lastreados em créditos concedidos a tomadores que não ofereciam garantias suficientes para assegurar retorno ao investimento: os chamados “subprimes”.

No Brasil, o uso do rating na atividade resseguradora passou a ganhar força, a partir do advento da abertura aos mercados do exterior, com a possibilidade de colocação dos excedentes pelas seguradoras de forma direta ou através dos brokers (como são chamados os corretores de resseguros). Entretanto, a prática não era novidade para o IRB-Brasil Re que já vinha, há alguns anos, adotando por norma, a classificação dada pelas agências de rating, como instrumento auxiliar na escolha e análise dos parceiros externos, no exercício da retrocessão.

História

Ao fim do século XIX e início do século XX, informações referenciadas, em padrões aplicáveis aos diferentes mercados e à legislação dos diferentes países só eram possíveis aos grandes conglomerados, devido aos altos custos envolvidos. A fim de suprir necessidades de compilação dessas informações, surgiram escritórios privados fornecendo avaliações de empresas e, posteriormente, de países, que buscavam obter recursos financeiros nos mercados internacionais.

Inicialmente, tais escritórios, conhecidos como “Agências de Classificação de Risco”, ou “Credit Rating Agencies”, mantinham-se com recursos provenientes da venda de suas publicações. Entretanto, o aumento do número de empresas e de países que buscavam a atribuição de rating, bem como a necessária qualificação dos técnicos que elaboravam as análises multiplicaram os custos operacionais das principais agências, o que as levou, a partir dos anos 70, a cobrar das instituições e dos países que contratavam seus serviços para serem avaliados.

De amplitude internacional, só existem quatro agências significativas de classificação de risco (todas estadunidenses): S&P, Moody’s e Fitch (com sedes em Nova York) e AMBest, mais voltada ao mercado segurador (estabelecida em Oldwick, Nova Jersey).

A Standard & Poor’s surgiu em 1941 com a fusão da Standard Statistics com a Poor's Publishing Company, cujo fundador (Henry Varnum Poor) publicou, em 1860, a “History of the Railroads and Canals of the United States”: primeira coletânea de informações financeiras para investidores.

A Moody’s Investors Service divulgou sua primeira lista de classificação em 1909. O chamado “Moody's Manual of Industrial and Miscellaneous Securities” fornecia informações e estatísticas sobre ações e títulos de instituições financeiras, agências governamentais, indústrias, empresas de mineração, de alimentos e de serviços públicos. Com a queda do mercado acionário, em 1907, a empresa “Moody's” ficou sem recursos, o que levou seu proprietário (John Moody) a vender o seu negócio inicial. Moody retornou ao mercado dois anos mais tarde, com uma nova idéia: ao invés de simplesmente recolher informação sobre propriedade, capitalização e gestão de empresas, passou a oferecer aos investidores uma análise dos valores de segurança, oferecendo conclusões concisas sobre a qualidade do investimento.

A Fitch Ratings, instituída como Fitch Publishing Company, em 1913, por John Knowles Fitch, começou como uma editora de estatísticas financeiras para a comunidade de investimento, através de publicações como o "Fitch Bond Book" e o “Fitch Stock and Bond Manual”. Em 1924, introduziu o conhecido “triple A” (AAA), topo da escala de classificação feita para atender à crescente demanda por análise independente de títulos financeiros. A escala da Fitch Ratings foi logo assimilada e serviu de modelo para as demais agências que adotaram critérios semelhantes.

A A.M. Best Company, fundada em 1899, começou divulgando relatórios financeiros, no início de 1900. Hoje conta com mais de 50 publicações e serviços que atendam a diversas demandas do mercado de seguros, sendo a mais especializada das agências de rating. Mais de 400 analistas, estatísticos e pessoal editorial são dedicados a fornecer à indústria de serviços, bancos e seguros informações financeiras e operacionais. O foco no mercado segurador deve-se a formação de seu fundador, Alfred M. Best, um americano de Nova Jersey que aos 15 anos começou sua carreira na indústria de seguros como escriturário júnior.

Opinião e não garantia

Do ponto de vista de quem deposita confiança em terceiros, as classificações dadas pelas agências de rating acabam exercendo influência preponderante na perspectiva de rendimento ou na segurança em recuperação de prejuízos ocasionados por sinistros. No entanto, há de se ressaltar o aspecto meramente indicativo de que se reveste uma classificação de risco. Em 3.3.2009, no auditório da FUNENSEG, no Rio de Janeiro, a platéia ouviu, por mais de cinco vezes, a frase “rating is a opinion, it is not a garantee” proferida pelos palestrantes Roger Sellek e Nic Charteris Black, diretores da sucursal londrina da A.M. Best. No dia seguinte,

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