Seis Sigma

1 INTRODUÇÃO

Cada vez mais utilizada pelas empresas, esta poderosa ferramenta tem atraído a atenção de empresários no mundo todo. Mas por que todo este sucesso? Quais as vantagens da aplicação desse método?

O trabalho abordará assuntos relacionados diretamente ao método Seis Sigma, tais como: histórico, seu objetivo, características, implantação, entre outros.

Além da parte teórica, o trabalho abordará uma entrevista realizada com o senhor Danilo Antônio Correia, gerente de produção da empresa Electro Aço Altona S.A., para podermos confrontar a teoria comentada por diversos autores com o que realmente acontece em uma empresa que adotou o Seis Sigma.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 HISTÓRICO DO PROGRAMA SEIS SIGMA

Seis Sigma foi apresentado como uma filosofia operando segundo os princípios da Gestão da Qualidade Total com uma intensa utilização de métodos estatísticos e ferramentas da qualidade. O objetivo do programa era desafiar o desempenho com zero defeito, melhorando a confiabilidade do produto final e a redução de perda ou sucata.

As ferramentas e técnicas de qualidade foram chamadas de “Seis Sigma” em 1986 pela Motorola (pelo engenheiro da Motorola, Bill Smith) e não são novas. Foram desenvolvidas nos últimos 50 anos ou mais através do trabalho de peritos em qualidade como Deming, Juran e outros.

Naquela época, a Motorola fez comparações entre os resultados internos de pedidos, pagamentos de fatura e ordens de pagamento, por exemplo, com os índices de perda de bagagem aérea, de contas de restaurante e de prescrição de medicamentos. Em adição, foram pesquisadas empresas reconhecidas como de alta qualidade e níveis elevados de satisfação do cliente (best-in-class) e comparadas com empresas de desempenho médio.

Os dados das empresas médias foram desenhados num gráfico e o seu nível de falha associado a um nível sigma. As empresas médias tinham taxas de falhas numa faixa de 3.000 a 10.000 por milhão de oportunidades, o que é equivalente a um nível sigma entre 3 e 4. Os resultados das melhores empresas, as tais "best-in-class", foram próximos a 3,4 falhas por milhão, que é equivalente ao nível de Seis Sigma. A partir desta constatação, a Motorola estabeleceu como meta de qualidade a obtenção do Seis

Sigma em 1993. Foi então que muitas outras empresas começaram a aplicar o Seis Sigma com o objetivo de reduzir custos, como a Allied Signal e Dow Chemical.

A popularização do Seis Sigma ocorreu na década de 90 e teve como líder John F. Welch, então presidente da empresa General Electric (GE). Interessante ressaltar que até conhecer a metodologia, ele desacreditava em qualquer programa de qualidade, pois dizia ser apenas custo e não investimento. Segundo Welch, Seis Sigma tem sido "a mais importante iniciativa que a General Electric já empreendeu". Tanto que a partir de 1995, todo processo da GE, desde turbinas de aviões até as empresas financeiras, trabalharam para obter o desempenho Seis Sigma.

O padrão do Seis Sigma pode ser implantado em diversas áreas, como: marketing, vendas, assistência técnica, exportação, administrativo, financeiros, compras/importação, jurídico, recursos humanos, produção/manufatura, e-business, tecnologia da informação, entre outros.

Muitas empresas atualmente utilizam a metodologia Seis Sigma, como:

• Manufatura: GE, Motorola, Allied Signal, Sony, Ford, Hitachi, Nokia, Bombardier, Toshiba e Samsung.

• Empresas de Serviço: Chase Manhattan, GE Capital, American Express, Citigroup, Carlson School of Management.

• Indústrias Químicas: Allied Signal, GE Plastics, DuPont, Dow, LG Chemical, Polaroid, FMC, OSRAM Sylvania e Johnson & Johnson.

2.2 CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA

A metodologia Seis Sigma contempla características de outros modelos de qualidade, tais como:

• Ênfase no controle de qualidade;

• Análise e solução de problemas;

• Uso sistemático de ferramentas estatísticas;

• Utilização do DMAIC (define-measure-analyse-improve-control) e do PDCA (plan-do-check-action);

Além disso, algumas outras características são benéficas de processos da metodologia Seis Sigma. São elas:

• Os processos tornam-se mais simples, o que reduz o número de passos e os torna mais rápidos e eficientes;

• Os ciclos dos processos são otimizados, o que reduz a possibilidade da geração de defeitos e oportunidades de erros;

• A lucratividade e a produtividade aumentam, uma vez que defeitos, falhas ou erros serão diminuídos, tornando mais baixo o custo da fabricação dos produtos e aumentando a satisfação dos clientes.

Todas estas características tornam o Seis Sigma não apenas um pensamento estatístico, mas também, um alinhamento da qualidade com as estratégias da organização, além da forte ênfase na relação custo-benefício dos projetos de melhoria das organizações.

2.3 IMPLEMENTAÇÃO

De acordo com Marshall Jr. et al (2003, p. 113) “uma grande vantagem do seis sigma é que não há os termos “qualidade” ou “estatística” em sua denominação, o que acaba com boa parte do preconceito que possa existir com essas iniciativas.”

Apesar disso, por não envolver estes nomes não significa que nao haverá nenhuma resistência entre os colaboradores pois, envolverá uma mudança na cultura da empresa, o que pode influenciar a resistência ou rejeição. Este aspecto não pode ser negligenciado em sua implementação sob risco sério de falha na mesma.

A questão da cultura organizacional é relevante quando se trata do Seis Sigma, prova disso é o fato de que as empresas que implantaram este programa são as de maior tradição de qualidade, ou seja, já haviam adotado outros programas de qualidade.

A implantação do Seis Sigma nas organizações tem o intuito de incrementar a qualidade por meio da melhoria contínua dos processos envolvidos na produção, de uma forma