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SILVA, M.C. Gêneros da escrita acadêmica: Questões sobre ensino aprendizagem. In: DIONISIO, A.; MARCUSCHI, B.; REINALDO, M.A. (Orgs.). Gêneros textuais práticas de pesquisa e práticas de ensino. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2012, p.97-115.

No ensaio intitulado Gêneros da escrita acadêmica: Questões sobre ensino aprendizagem. Marcelo Clementino Silva debate o ensino da escrita acadêmica no nível superior em oposição á visão de escrita acadêmica como uma habilidade homogênea, para o estudioso a escrita é particularizada por diferenças disciplinares e interacionais. Com base em (CARROLL, 2002, p.2) Silva (2012) defende a ideia de que não há uma habilidade especifica que confira ao individuo a capacidade de escrever corretamente sobre qualquer assunto.

Segundo o autor, escrever seria uma prática orientada por diferentes objetivos, e por isto precisaria configurar se como uma habilidade especifica a cada gênero e situação comunicativa, pois os gêneros variam de um contexto social para outro desta forma não existiria a penas um letramento, mas vários letramentos, que teriam características relacionadas com os padrões culturais de grupos sociais diferentes, desta forma estariam de acordo com os objetivos específicos de cada individuo.

O estudioso defende a visão de escrita, como uma prática social estabelecida, que adota para si diferentes gêneros textuais. Seguindo esta perspectiva, o autor aponta que a escrita está atrelada as crenças e ideologias de quem a utiliza e os gêneros variam de acordo com as comunidades. Sendo assim, o êxito da linguagem não depende apenas de práticas linguísticas adequadas, mas também de praticas comunicativas adequadas à situação comunicativa, visto que as características pragmáticas, na maioria das vezes, são aprendidas através da participação do individuo na comunidade, o que ocorreria de forma intuitiva e implícita, pois nem sempre o conhecimento está atrelado aos livros.

Mais adiante, Silva (2012) discute duas possibilidades sobre o ensino do gênero: uma que está direcionada ao ensino explícito dos gêneros escritos no nível superior e outra que se opunha a este ensino. O estudioso propõe uma alternativa para o ensino de gêneros que seria observar o dinamismo e o modo como eles são ministrados sendo considerados, homogêneos e sem diferenças disciplinares, de acordo com o autor esta pedagogia não constrói soluções, pois para o ensino adequado dos gêneros seria necessário mais discussões e pesquisas.