Sistema Financeiro

Inovação e risco estão intrinsicamente ligados. Talvez o senso comum nos leve a pensar que o risco nunca é bem-vindo, no entanto, principalmente na área de inovação tecnológica, muitas vezes o risco é encarado como algo positivo, pois, normalmente, quanto maiores os riscos, principalmente os financeiros, maiores são as possibilidades de ganhos futuros. No Brasil, infelizmente o Setor Público é quem mais investe em inovação, muito diferente do que acontece nos países desenvolvidos, onde existe uma participação extremamente ativa do empresariado. Portanto, ao se falar de inovação é preciso entender o grau de incerteza que existe ao se tentar algo inédito, como também a melhor forma e os riscos financeiros envolvidos ao tentar se posicionar dentro de um novo mercado.

Ao se optar por explicar de que forma o risco de crédito poderá ocorrer ao considerarmos o assunto tratado no artigo, temos que atentar para o fato de que tanto a empresa Ecoverti Tecnologias quanto as demais empresas vinculadas à este pólo tecnológico da UFMG são oriundas de incubadoras, ou seja, seus projetos são financiados com recursos da própria universidade, como também da FAPEMIG(Fundação de Amparo à Pequisa de Minas Gerais). Todas estas empresas acabam sendo beneficiadas, pelo menos no curto e no médio prazos, por não precisarem buscar recursos da forma convencional, recorrendo ao mercado para captá-los através de instituições financeiras privadas. Não se pode dizer que a universidade e a fundação não tenham critérios, e que antes de fazer quaisquer investimentos em novos projetos não realizem as análises de riscos correspondentes, no entanto, em virtude de sua atividade fim e, até pelo fato de ainda existir uma escassez de investimentos privados em inovação, estas instituições que fomentam estes tipos de projetos, com recursos públicos, acabam assumindo margens de risco superiores aos da inciativa privada.

Apesar de sabermos que o Brasil é um país que possui déficit em suas contas e que emite títulos da dívida atrelados à uma das mais altas taxas de juros do mundo(SELIC), o Tesouro da União e dos Estados repassam os recursos públicos para as fundações de apoio à pesquisa e ao BNDES à juros subsidiados, normalmente TJLP e, sendo assim, quando você analisa a diferença entre as taxas que estes recursos públicos são captados e investidos, percebe-se que as empresas do case, que estão vinculadas ao pólo da UFMG, são extremamente beneficiadas por não haver praticamente nenhum tipo de spread.

...