Táticas no comércio
Seminário: Táticas no comércio. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: myrellacristina • 29/3/2014 • Seminário • 1.652 Palavras (7 Páginas) • 144 Visualizações
Capítulo 8 – Táticas na negociação
Que táticas utilizar nas negociações? Neste capítulo, discutiremos sobre táticas
defensivas e ofensivas, distinguindo aquelas que podem ser classificadas como “sujas”
das que são normalmente utilizadas por qualquer bom negociador. Aproveitaremos as
lições de Sun Tzu no seu A Arte da Guerra para complementar essa discussão. No final
do capítulo, discutiremos a “arte de fazer concessões”, que considero uma das principais
competências de um negociador.
Durante o processo de negociação, as partes costumam lançar mão de meios e
modos de atingir os objetivos de forma indireta. Estes meios e modos, que em geral
tomam a forma de simulações e de manobras, são utilizados com duas funções. A
primeira função é atingir os processos de conhecimento da outra parte, fornecendo-lhes
de maneira indireta informações sobre as suas possibilidades e necessidades.
Por exemplo, todos conhecemos histórias sobre pessoas simples, humildes, de
chinelo no pé (mas um chinelo que combina com o resto da roupa simples, então não é
questão de moda) que entram em uma concessionária de automóveis e são ignorados
pelo vendedor. Outro vendedor menos preconceituoso vai atendê-las e acaba vendendo
um carro de luxo, à vista. O erro do primeiro vendedor é não buscar informações, não
coletar dados dos possíveis clientes.
A segunda função é atingir o centro da decisão da outra parte, fazendo-a rever
suas expectativas em relação às possibilidades de concluir a negociação em termos
antecipadamente esperados.
Como cada parte ingressa na negociação com determinadas expectativas, estas
expectativas fornecem-lhes uma espécie de regra de decisão: dada uma oferta, ela será
aceita se atender a tais e quais condições. O movimento tático visa alterar esta regra de
decisão, levando a outra parte a concluir que suas suposições iniciais não eram realistas.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA COM FOCO EM RESULTADOS
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Cada parte tenta persuadir a outra com dois tipos básicos de alegações:
• A primeira alegação é a de que a proposta apresentada é a melhor que se
poderia oferecer.
• A segunda alegação diz respeito à inexistência de alternativas disponíveis no
meio ambiente ou que a oferta é a melhor das aí existentes.
Verifica-se que estas duas alegações trabalham com informações que podem ou
não se encontrar disponíveis. Dividamos as informações em dois conjuntos:
informações internas e informações externas. As informações internas dizem respeito à
realidade interna das partes. As informações externas referem-se à realidade
circundante. É de se supor que as informações sobre a realidade interna sejam de mais
difícil acesso, ou mesmo inacessíveis, enquanto aquelas da realidade externa possam ser
obtidas a algum custo.
INTERNO E EXTERNO
O processo de interação das partes toma nos dois casos – informações internas e
informações externas – a forma de uma busca de persuasão.
Em relação à realidade interna, os sinais apontam na direção alternativa e
simultânea de apresentação de força e de fraqueza. Apresenta-se a força, dando a
entender que, mesmo que a oferta não seja aceita, isto não seria causador de dano
significativo ou insuperável. A fraqueza é exibida em termos de indicar que outra oferta
– mais atraente para a outra parte – não seria factível.
Em relação à realidade externa, que, conforme vimos, se acha fora de controle,
as partes podem encontrar as condições de acessibilidade ou inacessibilidade relativa de
informações. Ao tomar conhecimento de que, segundo certos padrões, há melhores
alternativas, terá dois caminhos.
O primeiro seria fazer concessões de modo a aproximar e mesmo superar as
alternativas existentes. Estas concessões podem decorrer de um conhecimento
equivocado: a outra parte pode persuadi-lo de que há alternativas melhores, quando
efetivamente não há.
EDUCAÇÃO CORPORATIVA COM FOCO EM RESULTADOS
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O segundo caminho seria dissimular a própria oferta – ou fazer concessões que
de fato não são concessões ou apresentam um custo zero. Em ambos os casos, temos um
movimento no sentido de melhorar a oferta, sem modificá-la substancialmente, seja
através de concessões que nada custam, seja na forma de dar “uma nova embalagem” à
proposta. Certamente, caberá a outra parte avaliar realisticamente se a oferta
transformou-se ou não substancialmente.
A ARTE DA GUERRA
Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que negociar não é uma guerra.
Entretanto, diversos autores acreditam que os ensinamentos
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