Um Supermercado que vende palavras
Por: LizMatos • 17/4/2017 • Dissertação • 463 Palavras (2 Páginas) • 424 Visualizações
Sinopse
Filme: 1,99 – Um supermercado que vende palavras
Diretor : Marcelo Masagão
O filme "1,99 – O supermercado que vende palavras", de Marcelo Masagão, trata sobre o consumismo. Em embalagens totalmente brancas, frases como “Você é demais !” , “abuse e use” e etc, estampam a frente do produto. As pessoas que ali passam, identificam-se e adquirem de acordo com o que é mostrado na embalagem. O cenário externo ao supermercado, feito de velhos pneus amontoados, onde pessoas circulam em desordem.
Uma cliente encontra uma caixa com as palavras "no limits",palavras inglesas para a frase "sem limites". Retira a caixa e descobre uma passagem secreta,quando a luz chega, mostra uma vaca, que ao invés de leite, sai um líquido escuro do animal. Como não "há limites", o líquido pode ser sangue, café, chocolate ou o que o cliente imaginar. No corpo da vaca, as palavras "Just do it" ("apenas faça"). É um slogan da Nike que convoca para a ação.
Apresentado na forma de curtas histórias, é dado uma visão interessante sobre a vida, convivência, violência e outros aspectos da sociedade moderna.
Crítica
O filme não é no formato que conhecemos, com começo meio e fim, ele usa muito o artifício da simbologia. Ou seja, nada do que é mostrado é óbvio ou facilmente de ser compreendido. Além de não possui uma trama linear, pois trabalha bastante essa linha de conceitos sobre o comportamento humano. Ainda assim trata-se de um filme bastante intrigante de ser assistido, pelo formato proposto pelo diretor “Marcelo Masagão”. O curta desenvolve essa análise de um consumo cujo produto de fato desaparece e em seu lugar, o consumidor procura ideias, conceitos e atitudes.
Há uma completa ausência de emoções por parte das pessoas que estão no supermercado - a única cena onde há algum tipo de emoção é o leve sorriso dado por um homem, após ganhar na máquina caça-níquel, algo que também é muito estranho, assim como todo o filme . Uma das principais coisas que senti falta, foi a ausência de vozes e ver essas emoções explícitas, como em qualquer outro curta/longa. O “excluído” que não possui dinheiro para comprar o produto de marca, pelo menos o deseja, sonha com a possibilidade de um dia poder comprá-lo. Este desejo ardente daqueles que não podem comprar agrega ainda mais valor ao produto “de marca”, ou seja, deixando ainda mais caro.
Em menos de 10 minutos, o espectador está completamente anestesiado a seus efeitos, por mais que não tenha falas, sua construção assemelha o filme a qualquer propaganda de TV. Além disso, Masagão utiliza diversas colagens, de fotos, frases e logomarcas, que falam sobre os próprios personagens ,estas colagens servem também para quebrar um pouco o ritmo do filme, mostrando que há naquelas pessoas algo além daquela aparência robótica a qual o filme apresenta.
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