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A Guerra silenciosa pela água

Por:   •  16/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.695 Palavras (7 Páginas)  •  308 Visualizações

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                                  6.A guerra silenciosa pela agua:

                           6.1.Controle estatal da agua por Israel.

A falta de agua na palestina é um problema antigo, que não simplesmente ocorre pelo clima árido, mas também pelo controle imposto por Israel a região. O governo de Israel controla todas a fontes de agua potável na Cisjordânia e segundo os acordos de Oslo deve permitir o acesso de pelo menos 20 % aos palestinos. Apesar do acordo, de todos os aquíferos disponíveis no território palestino, Israel utiliza 73%, os palestinos 17% e os assentamentos judeus ilegais 10%. Devido tal distribuição desigual muitos palestinos da Cisjordânia têm de comprar pelo menos metade da agua que consomem da Mekorot, empresa estatal israelense que controla os recursos hídricos.

A Mekorot fornece 90% de água potável em Israel e opera uma rede de abastecimento em todo o país conhecida como Nacional Water Carrier. Esse sistema consiste em tubos gigantes, canais abertos, reservatórios e estações de bombeamento em grande escala. A empresa possui um grande sistema de aquedutos que levam agua do norte de Israel para o sul do país. Na cidade de Tel Aviv, além de possuir a maior estação de tratamento de esgoto do oriente médio, nela a agua percorre cerca de 100 quilômetros por dutos até o deserto de Negev, onde a agua serve de uso para irrigar plantações. Esse sistema fez com que o deserto também servisse de área para a agricultura pois no centro de Israel já não havia mais espaço para aumentar as plantações. Além disso, a empresa se destaca pelo planejamento e avanços tecnológicos na área dos recursos hídricos principalmente por recuperar as águas subterrâneas, alimentar os aquíferos e o lençol freático com água dessalinizada.

                                          6.2.Conflitos pela agua.

É importante notar que existe pensamento comum que correlaciona os conflitos do oriente médio com interesses ao petróleo. Embora muito desse contexto seja verdade, o conflito Israel- palestino ocorre onde as áreas de reservas de petróleo são insignificantes. Nesses locais a muitos conflitos principalmente por disponibilidades hídrica, o que não se é muito divulgado pela mídia.

                                     6.2.1Conflitos territoriais.

Na contextualização do início do estado palestino, a palestina possuía fortes argumentos para um alto investimento em recursos hídricos. Em relação ao aumento demográfico, a melhor maneira de obter um controle territorial e o futuro do estado israelense era através da agricultura. Ela servira com o início de um nacionalismo próprio com base entre o contato com a pessoa e a terra e entre os seus próprios relacionamentos em comunidades, com por exemplo os moshavs e kibutz, fazendo o povo se sentir com um espirito de pertencimento a terra.

Os primeiros períodos onde ocorreram então uma disputa pela agua no território palestino teve início entre a primeira e segunda guerra mundial e se estende até a guerra de seis dias em 1967 que consideremos com os recursos hídricos como suas grandes motivações. O primeiro grande conflito envolvendo agua na região da palestina se deu nas primeiras décadas do século XX em que ingleses e franceses mantinham suas fronteiras coloniais no território da palestina. O primeiro grande atrito entre árabes e judeus se deu quando o comissariado britânico ortogou a Palestine Eletric Corporation, uma empresa responsável pela distribuição de energia através da utilização do rio Jordão. Anos depois após a saída da Inglaterra do território palestino e a oficialização do estado de Israel os controles dos recursos hídricos mudaram. Após os conflitos da guerra de independência e outras vitorias militares conquistadas por Israel foram feitas algumas tentativas de se chegar a um acordo coletivo por parte de Israel aos países da sua região, mas acabaram sendo tentativas frustradas pois a aceitação desse plano pelos seus países vizinhos acabaria por sendo a aceitação implícita do estado de israel.

                                      6.2.2Conflitos militares.

Desde a fundação de Israel foi priorizado projetos, inclusive militares, para garantir o controle da água na região. Após os conflitos iniciais pela agua, Israel ocupou os territórios de Al Bakura e Naharaim na atual Jordânia o que possibilitou o controle de uma parte do rio Jordão no sul do mar da Galileia. Um cessar fogo então foi assinado com a síria em 1949 e acordos foram então tratados em relação ao uso e controle do mar da galileia e da margem oriental do rio Jordão. Os sírios em um acordo de paz se propuseram a acomodar 300.000 palestinos em troca de um uso comum do mar da Galileia. Mesmo Israel não concordando em partes com a partilha da agua, eles concordarem em criar uma zona desmilitarizada nas margens do rio Jordão. Em 1953 Israel iniciou-se a construção do aqueduto nacional, o que causou diversos protestos na síria que dizia que a região onde foi construída era uma região desmilitarizada e portanto pelo armistício assinado em 1949 era um projeto ilegal. Mesmo com essa desavença e pressão da ONU para Israel não continuar a construção, Israel terminou a construção em 1964 desviando a agua então do mar da Galileia e do alto Jordão para a região central e sul do país.

A guerra de seis dias em 1967 teve com fatores cruciais os conflitos pela agua com a Síria e Líbano. Os países árabes tinham planos conjuntos até para a própria Israel em relação ao controle da agua. A síria em conjunto com a Jordânia ao tentarem construir uma represa para tentar desviar a agua do rio yarmouk, impossibilitando assim o funcionamento do aqueduto nacional, teve como consequência o bombardeamento, pelo estado de Israel, de seus equipamentos. Em março de 1967 Israel instalou ilegalmente uma colônia na fronteira com síria para que assim os israelenses pudessem cultivar as terras árabes. Ocorre então um conflito armado em que os sírios bombardeiam a colônia mas Israel mantem-se forte aeronauticamente contra os sírios. Em 21 de março o Egito decide fechar o estreito de Tirã e as aguas territoriais egípcias do golfo de ácaba, proibindo que transportassem material bélico para Israel. Em 5 de junho após grande superioridade bélica de Israel o Egito e a Jordânia se renderam já a sira relutou por mais uns dias, o que fez com que Israel tivesse argumentos maiores argumentos para invadir as colinas de golã.

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