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Apogeu e Colapso do Sistema Internacional Europeu

Por:   •  20/9/2016  •  Resenha  •  1.148 Palavras (5 Páginas)  •  1.486 Visualizações

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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Nome: Maitê Santos Moura de Souza
Professor: Fábio Koifman

Apogeu e Colapso do Sistema Internacional Europeu (1871-1918)

Seropédica, 17 de Novembro de 2015

Em "Apogeu e Colapso do Sistema Internacional Europeu (1871-1918)", Döpcke demonstra os fatores que fizeram com que a Primeira Guerra Mundial se desencadeasse. Ele inicia sua abordagem explicando que a França supera seu isolamento diplomático depois da aliança com a Rússia. E a política ameaçadora da Alemanha fez com que a Inglaterra também se aproximasse desses dois países, dessa forma, dois blocos opostos estavam formados, a Tríplice Entente com a França, Rússia e Inglaterra e a Tríplice Aliança com a Alemanha, Áustria-Hungria e Itália. Explica que a Alemanha tenta aproveitar do enfraquecimento da Rússia porém a aproximação com a Grã-Bretanha e a recuperação econômica-militar restabeleceram o equilíbrio. Döpcke mostra que os tratados dos parceiros da Tríplice Entente eram de natureza defensiva. Mas para a Alemanha o elo de ferro das potências inimigas iriam se fechar cada vez mais em torno dela. E em Julho de 1914, a Alemanha com a expectativa de superar a defensiva, coloca seu exército à frente pela Europa, desencadeando assim a Primeira Guerra Mundial.

A concorrência fora da Europa entre as potências repercutia na situação interna. Os traços da política mundial Alemã a faz parecer ameaçadora. Segundo o autor, já havia tensão entre os Estados por resultado das crises que antecederam a guerra. A saída de Bismarck do poder é interpretada como uma virada decisiva da política externa alemã e das relações internacionais dos Estados europeus.  A Alemanha sofre um período de transição política e cria planos, como a Weltpolitik e o Plano Schilieffen para a guerra, que desprezava a neutralidade belga. E as tentativas paralelas da Alemanha de aproximar-se da Grã-Bretanha levaram a Rússia para o lado da França. Formou-se a aliança franco-russa, cuja duração estendeu-se ao período da Primeira Guerra Mundial.

A relação teuto-britânica começou a esfriar e a Alemanha tentou, sem êxito, uma reaproximação com a Rússia. Com o status de potência mundial, a Alemanha pretendia intervir em qualquer assunto na política internacional. O principal interesse da Weltpolitik alemã era a construção de uma marinha de guerra, que deveria aproximar-se em poderio da inglesa e persuadir a Inglaterra da necessidade de fazer concessões substanciais aos planos imperiais alemães. A Inglaterra considerou o programa de construção naval alemão uma ameaça e respondeu militarmente com a intensificação do esforço próprio de armamento e diplomaticamente com a aproximação com a França e a Rússia.

De acordo com o autor, após a Alemanha desistir da corrida armamentista naval, a Grã-Bretanha retoma sua supremacia marítima. A aproximação entre a Grã-Bretanha e a França também só pode ser compreendia com reação à política externa alemã.  A posição diplomática da Alemanha piorou muito com a primeira crise marroquina e a Inglaterra estava de tal forma preocupada com as intenções da Alemanha que procurou uma aproximação com a Rússia. Depois do enfraquecimento de 1905, a Rússia mostrou-se disposta a celebrar compromissos com a Grã-Bretanha.

Depois de dez anos de Weltpolitik o (auto)isolamento da Alemanha estava completo e, na sua percepção o cerco dos inimigos fechava-se. A intervenção alemã, em Março de 1909 arrastou o conflito regional para o plano de confronto entre as grandes potências e chegou a marcar uma importante etapa do desdobramento da Primeira Guerra Mundial

 A segunda crise marroquina também fortaleceu a Tríplice Entente e a ligação entre a França e a Grã-Bretanha. A situação internacional piorou drasticamente após 1911 e reforçou-se a certeza, tanto na Alemanha quanto nos países da Entente, de que um confronto entre dois blocos seria inevitável. A Alemanha não se sentia suficientemente preparada para a guerra naval e obrigou a Áustria-Hungria à moderação. A Inglaterra atuou, da mesma forma, com respeito à Rússia. Ele explica que a Áustria-Hungria estava alarmada com o crescimento do território da Sérvia e aguardava a oportunidade de um golpe militar decisivo contra o país, o que ocorreu em Julho de 1914, com o assassinato de Franz Ferdinand, herdeiro do trono austríaco, em Sarajevo.

No dia 28 de Junho de 1914, Franz Ferdinand e sua esposa foram assassinados por um estudante bósnio nacionalista na capital da Bósnia, anexada pela Áustria-Hungria em 1908. A Áustria viu no atentado a ansiada possibilidade de avançar militarmente contra a Sérvia, mas dependia, nas suas atitudes, totalmente da Alemanha, porque uma guerra contra a Sérvia provocaria a intervenção russa em favor da aliada. Então a Rússia decidiu apoiar a Sérvia militarmente, caso as tropas austríacas ultrapassassem a fronteira sérvia. Em 28 de Julho, a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia e, um dia depois, iniciou o bombardeio de Belgrado. A partir daí, os mecanismos de escalada ativaram-se, transformando a guerra local em uma guerra continental, o autor ainda enfatiza que a Alemanha declarou guerra à Rússia três dias depois, e à França, logo a seguir.

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