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Integração Regional e o Mercosul

Por:   •  17/8/2016  •  Resenha  •  1.919 Palavras (8 Páginas)  •  280 Visualizações

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Capítulo 4 - Heterogeneidade dos Grupos de Poder na América Latina

1- Diferenças nacionais e regionais

        O capítulo inicia dissertando sobre como fatores regionais ou nacionais levam a um movimento reformista. Regionalmente, um país vizinho que ou rival geopolítico que se desenvolva pode virar o motivo para uma mobilização em prol também de uma revolução que traga crescimento interno de um país. Mas nacionalmente pode também existir uma vontade de melhorar suas condições internas sem qualquer influência externa que una as massas. O problema é que o nacionalismo tem facetas tão diversas quanto existem grupos de interesses nacionais e cada um deles acredita que a sua faceta é a mais promissora. Quando o governo favorece um ou outro grupo, automaticamente pode estar se opondo a outros.

        O certo é que nenhum desses grupos tem um projeto nacional formulado, existe apenas um conjunto de ideias para alcançar certos interesses. Há muita esperança mas pouca praticidade nos planos e sempre que um obstáculo derruba esses planos há um desânimo geral que descredita as instituições e os governos. Especialmente na América Latina os governos acostumaram-se a buscar soluções para problemas imediatos para se manter no poder, ignorando planos de desenvolvimento de médio e longo prazo. Há um clima de instabilidade que não raro leva a degradações de direitos e instituições, intervenções, perseguições políticas, supressão do direito de greve, etc.

2- A debilidade dos partidos políticos

        O que se vê hoje é um enfraquecimento dos partidos políticos na maioria dos países. Criados precariamente para lutar contra o militarismo eles parecem ter como futuro a desintegração já que há um afastamento por parte do cidadão que parece só se interessar quando há uma figura populista forte por exemplo. Apesar de que há uma tentativa de modernização que os aproxime do ideal ocidental desenvolvido, o longo período de ostracismo e perseguições políticas favoreceu o desinteresse do povo em questões políticas e partidárias. Com isso, uma minoria criou uma classe política a qual se julga melhor em decidir e fazer política.

3- O problema do militarismo

        Procurando corrigir alguns erros do militarismo do passado que tendiam a ignorar as instituições civis, o militarismo moderno jurou respeitá-las em um primeiro momento mesmo que tivessem violado mais tarde quantas vezes foi necessário. Usando uma fachada republicana, os militares ainda usavam da força para manter o silêncio e perseguir seus opositores, derrogando ou suspendendo as normas institucionais e declararam estado de emergência.

        Acontece que apesar de toda essa problemática, o que se vê hoje é um número crescente de forças civis que apoiam intervenções militares em países da América Latina.e de alguma forma seus feitos sangrentos do passado tendem a ser esquecidos ou ignorados. O partido militar tem armas a seu dispor para impor-se politicamente usando da força com um sistema hierárquico que exclui o povo e dispõe de uma coerência incrivelmente ideológico.

4- Sindicalismo e empresariado

        O que se tem é que os sindicatos não buscam mudar as bases do sistema, mas sim garantir-lhes vantagens por meio deles. Teve seu crescimento alavancado quando a urbanização e industrialização aconteceram mas ao contrário dos proletários da Inglaterra ou dos EUA que são historicamente definidas e organizadas de forma que já negociam com a classe burguesa para obter benefícios, o proletariado que se formou na América Latina não possui uma identidade forte e carece de uma coerência que lhes permitiria negociar com a classe burguesa.

        O empresariado por sua vez divide-se em dois problemas: de um lado o protecionismo industrial e do outro a nova ordem econômica internacional. Essa classe busca amparo no Estado ao mesmo tempo em que repugna seu intervencionismo em um jogo para garantir uma fatia maior de ganhos mas sem resolver o problema do desenvolvimento nacional.

5- As dificuldades para aceitar a mudança e a integração por heterogeneidade

        Uma observação feita no tópico é de que países tradicionalmente democráticos quando quebraram os modelos institucionais durante os governos militares acabaram por romper os esquemas de solidariedade com seus vizinhos latino-americanos. Parece haver uma tendência dos governos militares em se ligar às potências internacionais como foi feito no Chile e no Uruguai. Tradicionalmente porém há uma tentativa mesmo que menor de fortalecimento de laços supranacionais entre vizinhos. Esse embate ideológico sobre qual estratégia internacional seguir acaba por retardar o desenvolvimento dos países latinos. O autor expõe que o nacionalismo como defesa da independência dos países e as reivindicações de setores populares em prol do patrimônio continental viriam a ser dois grandes motorizadores da integração.

6- O processo de concentração mundial de capital (a transnacionalização do capital como fator de poder)

        Os processos de urbanização e de surgimento das empresas multinacionais vêm ocorrendo quase que simultaneamente aos países. Os grandes centros urbanos que surgem são usados como uma espécie de centros econômicos, comerciais e financeiros das multinacionais cujos núcleos se localizam nas economias dominantes. Essas multinacionais descentralizam o poder dos países mas trazem consigo uma integração econômica que garante um poder mais total.

        Com as economias mais integradas, o próprio capital não mais se limita às fronteiras de blocos políticos ou sistemas econômicos e pode circular por todo o sistema econômico internacional. Outra consequência é que há também uma integração do político, financeiro, cultural e militar. O alargamento econômico força a necessidade de um  aumento do poder político que se equipare. Com o capitalismo há uma tendência de as empresas concentrarem capitais e se manterem no poder através da concentração de capital. O problema é que essa monopolização que busca maximizar ganhos está nas mãos de uma minoria de gigantes multinacionais e muitos se perguntam até que ponto essa concentração consegue ir.

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