METOLOGIAS E RECURSOS DE INVESTIGAÇÃO DE PATRIMÔNIO CULTURAL
Por: 08051998pt • 7/11/2018 • Trabalho acadêmico • 1.199 Palavras (5 Páginas) • 149 Visualizações
METOLOGIAS E RECURSOS DE INVESTIGAÇÃO DE PATRIMÓNIO CULTURAL SINOPSE Número: 43133 Nome: José Miguel Relíquias Boteta |
Cultura, História, Valores patrimoniais e museus – Dominique Poulot
Culture, Historie,Valeurs patrimoniales et musées**
Palavras-chave: Património; História; Museus; Passado; Memória |
O significado de património na Europa, está diretamente ligado com a tradição da literatura, que fez rapidamente emergir artistas e artesões de grande renome associados a criação de monumentos, e também de grandes coleções de obras de arte. Um grande exemplo do anteriormente referido é a cidade de Roma, onde os monumentos ilustravam a grandiosidade do império e também do imperador, como também conferia ao povo a ideia de riqueza e de supremacia.
Entre o século XVII e o século XVIII a ideologia dos antiquários sofreu uma alteração ficando mais direcionada aos utensílios, as pedras gravadas e aos figurinos do que aos seus antigos costumes.
Ao longo do século XVIII, o crescimento da ciência dos antiquários reforçou as ligações entre o patriotismo e as pesquisas artísticas, passando a dar uma maior importância aquilo que lhes tinha sido deixado pelos romanos, que conferia uma certa identidade ao povo Italiano. Era importante conservar este património, comprometeram-se assim a proteger os tesouros das vicissitudes do mercado.
É em França que através Academia Céltica, instalada no museu dos monumentos franceses que nasce a ressurreição do passado, que pretendia decifrar as práticas dos populares. Desde este acontecimento a museografia toma um novo rumo, definido pela prática de recuperar o passado e trazer este mesmo para o presente e ao mesmo tempo assegurar a veridicidade da narrativa.
A revolução Francesa, causou no património bastantes consequências, a partir de 1790 é observável um grande número de destruições, e roubos de grandes obras-primas, quer a igrejas, quer a numerosas famílias aristocratas. Uma parte destas obras foi simplesmente destruída, as restantes eram anexadas ao espólio do Louvre ou de museus da região Francesa, é graças ao tratado de Tolentino e a uma mudança geral do mercado que tal acontece. Este tratado permitia o direito de os franceses entrarem em todos os edifícios públicos, privados e religiosos com o intuito de saquearem obras de arte. Após a queda de Napoleão Bonaparte, fica-se num impasse entre a destruição do antigo património, da manutenção da tradição ou do progresso. Dá-se então uma guerra ideológica entre aqueles que eram conservadores do património, devido aos
hábitos e costumes, ou seja, a familiaridade da vida quotidiana e aqueles que defendiam a patrimonialização moderna, ao qual os monumentos oferecem um lugar único, onde se pode obter uma leitura esclarecida, mas ao mesmo tempo critica.
Para o historiador de arquitetura e filosofo Quatremère de Quincy, o património deve ser tudo aquilo que faz parte da identidade de um povo (a paisagem das colinas, a mentalidade dos habitantes, a música, a língua), não podendo nunca ter limites físicos.
A partir do século XIX surge uma nova era no Património marcada por uma noção nostálgica de história, e também por uma certa afetividade ao património material, passando a possuir a consciência de compromisso para com o lugar, a necessidade de manter aquele local acessível ao conhecimento, não esquecendo a importância da sua preservação. Começam a surgir novos valores na sociedade, que consistem na reflexão sobre o passado, o povo começa a preocupar-se com a sua antiguidade histórica, com as suas memórias que por sua vez definem a sua identidade. Esta nova era teve o seu inicio maioritariamente em França, mas ao longo do tempo estende-se por toda a Europa. A partir de 1830, o monumento passa a ser visto como um local de cultura, onde é possível obter conhecimento histórico, começa a ser integrado na nação, a ser visto como um elemento não só figurativo como também representativo. O século XIX é marcado pelo surto industrial, pelo crescimento das cidades, como também pelo crescimento demográfico, é de grande importância referir que já neste século existia a importância da conservação e da reconstrução de património, maioritariamente o edificado. Somente a partir da segunda metade do século XX, surge uma nova mudança no conceito de património, passando a incluir-se os mais diversos aspetos das práticas sociais, marcada por aceleradas alterações. É por volta desta data que se dá a mais rigorosa seleção daquilo que se deve considerar património.
Porém nem tudo o que marcava a identidade de uma população, foi possível de ser considerado património, uma certa parte das obras primas, como também de monumentos não passou no teste do tempo até a sua conservação ser valorizada. Os utensílios históricos começam a ser conservados em acervos.
Património, memória e história começam assim a ser elementos que nos ligam ao passado, porém a ligação entre património e museu é bastante antagónica, pois o património in situ é rejeitado – exposto num contexto artificial. Enquanto o museu tem tendência a inovação intelectual como também o aumento da confiança na versão ocidental. O museu trata de dar a conhecer património, contribuindo para o ensino de comunidades, alguns destes chegaram mesmo a publicar manuais de forma a oferecer conhecimento, como é o caso do museu nacional de Nuremberg ou de Ossolineum.
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