O Campo Disciplinar das RI, o Realismo e o Idealismo
Por: Jyuri Handa • 3/7/2018 • Dissertação • 492 Palavras (2 Páginas) • 324 Visualizações
As discussões no âmbito das Relações Internacionais surgiram com a necessidade de se estudar as guerras contemporâneas do século XX, o caráter de Estado e soberania, entre outros aspectos. Para isso, duas vertentes teóricas das Relações Internacionais - as principais - se proporam a explicar tais fenômenos, elas são o realismo e o idealismo.
Aqui, torna-se necessário ressaltar que ambas as vertentes são apenas rótulos. Isto é, são dois conceitos com a finalidade de aproximar autores e conceitos com uma mesma linha de raciocínio. No entanto isto não significa que tais vertentes são extremadas, puras. Até certo ponto autores realistas podem conter elementos de menor ênfase do idealismo e vice-versa. Além disso, o realismo de um autor jamais será igual ao de outro, existem vários realismos - que trataremos logo a seguir.
Como acaba de ser citado, o realismo não pode ser classificado como uma vertente sem suas próprias derivações e interpretações segundo cada autor e seu próprio contexto histórico, mas é possível reunir algumas características comuns a todos eles. Uma primeira característica a ser citada é a autonomia da política, isto é, NÃO SEI COMO EXPLICAR. Os Estados são visto como os principais agentes no plano internacional; não únicos, mas as narrativas realistas darão ênfase neles como principais atores no desenvolvimento da política internacional. Segundo esta perspectiva, o desenvolvimento da dinâmica das relações internacionais também são menos suscetíveis às mudanças, isto porque os Estados, sendo soberanos e independentes, são mais propensos à guerra, ao conflito; assim há uma dinâmica pode ser denominada de anarquia - não havendo um poder superior aos Estados, há sempre a possibilidade da violência ou da guerra.
Enquanto isso, o idealismo possui como características gerais a grande propensão da transformação da dinâmica das relações internacionais, podendo ser até mesmo revolucionária; aqui os Estados não são vistos como os principais atores no plano internacionais, e sim agentes não estatais. Aleḿ disso, os autores idealistas tendem a dar uma maior ênfase no aspectos normativos, morais.
No entanto, como foi mencionado anteriormente, estas vertentes teóricas são apenas rótulos e não impedem que autores catalogados como realistas contemplem elementos idealistas com menor ênfase e autores idealistas se utilizem de termos realistas também. Isto pode ser observado, por exemplo, em Maquiavel. Este autor clássico, rotulado como realista, em seu livro “O Príncipe” pensa na possibilidade de uma unificação italiana, algo totalmente deslocado de sua realidade histórico uma vez que as condições presentes de sua época não davam respaldo para que isto pudesse ocorrer. Outro exemplo a ser citado é Kant que apesar de seus idealismo e otimismo no sentido de pensar a história para a convergência da paz perpétua, isto não ocorreria de maneira pacífica, e mesmo quando se obtivesse a paz perpétua, a desconfiança entre os Estados não seria completamente eliminada.
Portanto, diferenciar as correntes teóricas é algo complexo, uma vez que nos autores sempre será observado características de um em outro (mesmo em ênfase menores) e não são extremados, fechados dentro de seus próprios rótulos.
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