Relatório Baraka
Por: Beatriz Barbosa • 12/9/2016 • Abstract • 1.090 Palavras (5 Páginas) • 782 Visualizações
Universidade Federal de Sergipe
Curso de Relações Internacionais
Relatório sobre o documentário “Baraka: um mundo além das palavras”
Lucas Miranda Pinheiro
Professor Doutor da UFS
Aracaju, Agosto de 2016
Beatriz do Piauí Barbosa
Aluna de História das Relações Internacionais I
Resumo
Baraka (título original) trata-se de um documentário experimental dirigido por Ron Fricke. A filmagem foi realizada em mais de 20 países e tem como um dos objetivos a comparação e reflexão entre as diversas espécies, povos, culturas e etnias existentes retratando a beleza e complexidade dentro de cada um destes sem a utilização de quaisquer tipos de linguagem falada ou conexão direta entre as cenas.
Este relatório tem como objetivo a compreensão e relação entre o documentário “Baraka: um mundo além das palavras” com Relações Internacionais e, especificamente, para com os conteúdos analisados na matéria de História das Relações Internacionais I.
Ao dar início ao documentário, as primeiras cenas mostram uma conexão do homem com a religiosidade (conexão a qual se estenderá em muitos outros momentos do filme). A Índia, o primeiro país retratado no longa, é mundialmente conhecida por sua forte ligação com a religião Hindu, de acordo com o sítio virtual BBC “a religião é abraçada hoje por 750 milhões de fiéis, e a maioria deles vive no país [Índia]”. Toda a sociedade e cultura estão embasadas no hinduísmo. Um exemplo claro da forte influência religiosa é o sistema de castas, que é defendido e existente há séculos no país, trata-se do principal responsável pela estupenda desigualdade social presente na Índia até os dias atuais.
Cenas mais tarde –não nesta ordem cronológica- aparecem Nepal, Irã e Israel. Todos eles também têm uma forte relação com a religião. No Nepal, o hinduísmo é predominante, mas além dele há o budismo, afinal, foi onde Buda nasceu e repassou seus ensinamentos, garantindo grande influência budista no país. A partir de 1979 no Irã, com a mudança no governo para uma república embasada no islamismo, o país todo se adaptou na religião, vestimentas, hábitos e costumes, tiveram uma mudança radical, principalmente no que se diz respeito aos direitos das mulheres. Israel sempre foi atrelada a muitos nichos religiosos por ser tratar do local onde está a Terra Santa, Jerusalém, para o Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Por causa dessa quantidade de religiões que acreditam no mesmo local sagrado, Israel foi palco de guerras durante toda história da humanidade. Atualmente, após a Segunda Guerra Mundial, a ONU concedeu legitimidade a Israel, entretanto, essa legitimidade não foi aceita nos países islâmicos ao redor, por isso o país continua tendo grandes conflitos, em especial com a Palestina que desejam Jerusalém de volta.
Todos os países citados anteriormente tem a característica religiosa muito evidente e, quando analisados na antropologia, são muito ligados ao Estruturalismo (método de análise que constrói modelos explicativos de realidade o qual foi aplicado pelo antropólogo francês Claude Lévi-Strauss), esse método utiliza muito a ideia de que as estruturas sociais são interdependentes e estão envoltas a uma estrutura invisível a qual não abre espaço para um pensamento empírico.
Partindo para outra abordagem do documentário, a diversidade cultural se faz muito presente. O cinegrafista faz questão de expor diversas tribos indígenas de locais diferentes –algumas do Brasil e da Austrália, por exemplo- e sua conexão com sua tradição e seus ritos. A sequência de cenas mostrando florestas, cachoeiras e outras belezas naturais, seguidas de índios pode ter sido feita sem ter o propósito direto de conexão entre ambos, mas é inevitável que esta organização das cenas não se faça lembrar a problemática existente secularmente sobre os direitos indígenas a suas terras.
No Brasil, o respeito aos indígenas sempre foi um quesito polêmico, afinal, é conhecida historicamente a falta de seriedade para com estes povos. Apesar da Constituição brasileira de 1988 assegurar no Art. 231 que “são reconhecidos aos índios (...) os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”, o que ocorre com frequência na realidade são invasões violentas nas terras indígenas por parte de grandes agricultores e empresários, o que chega a acarretar não só mortes físicas como também “mortes culturais”.
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