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Resenha A Grande Ilusão - Norman Angell

Por:   •  4/12/2017  •  Resenha  •  716 Palavras (3 Páginas)  •  1.179 Visualizações

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O livro do britânico Norman Angell, intitulado A Grande Ilusão, tem como objetivo apresentar uma contra ideia a respeito do entendimento de guerra que regia na Europa pré-Primeira Guerra Mundial. Na obra, o autor critica a política vigente do período, o nacional-militarismo, e propõe que o real equilíbrio do sistema internacional não se daria através de uma corrida armamentista, e sim por meio da interdependência econômica entre as nações.

Na parte inicial do livro, Angell expõe a rivalidade entre Alemanha e Inglaterra e disserta sobre a tese geralmente aceita sobre o tema da guerra, ou seja, expõe o senso comum da população europeia no início do século XX. A ideia do conflito como uma forma de eliminação da concorrência, no mais puro caráter cientifico de “os mais fortes sobrevivem”, reinava na opinião pública de ambas as potências destacadas pelo escritor.

Angell, de forma corajosa, reprova tal senso comum. O escritor deixa claro que, para ele, a guerra não traz nenhum benefício para ninguém, pelo contrário, apenas traz prejuízos para ambos os lados. Porém, é válido destacar que apesar de não concordar com a política de corrida armamentista, Norman Angell também faz duras críticas aos pacifistas no decorrer do livro. Para o escritor, é impossível que as sociedades abdiquem do uso das armas na conquista de seus interesses nacionais, isso seria uma ingenuidade.

O britânico cita o que ele chamará de axiomas, que são premissas vigentes entre a população civil, os militares e os meios de comunicação na Europa naquele momento. No segundo capítulo da obra, Angell apresenta questionamentos a esses axiomas e admite que não é mais possível se enganar por eles. O autor tem como objetivo, então, demonstrar o equívoco destas “verdades absolutas” reproduzidas pelo senso comum, construindo paulatinamente seus contra-argumentos.

Um desses axiomas seria a ideia de que a o bem-estar e a prosperidade de uma nação estariam diretamente ligados a capacidade militar da mesma. Ou seja, quanto mais poderosa uma nação é militarmente, mais bem-sucedida economicamente ela será.

Esse argumento é explicitamente refutado pelo autor, principalmente no capítulo 3 do livro, onde o autor afirma que a riqueza das nações não depende do seu poder político/militar. Ele sustenta seu argumento dando o exemplo das pequenas nações e sua prosperidade e justificando que a anexação de territórios por meio militar nem sempre significa aumento de riqueza, pois há também a anexação dos habitantes. Para Angell, uma nação só pode apoderar-se das riquezas de outra, se eliminar a população, o que ele considera impossível, pois o conquistador estaria eliminando o seu próprio mercado.

O segundo axioma relatado por Norman Angell seria a justificação da guerra pelo fator econômico. Para o autor, a guerra é injustificável pois gera mais prejuízos do que ganhos, sendo assim uma forma não viável de resolução de conflitos. O exemplo dado por ele, no caso de a Inglaterra destruir a Alemanha ou vice-versa, o resultado seria o dano e a perda (material e imaterial), pois destruindo uma outra nação, a interdependência entre os mercados prejudicaria também a nação vencedora do conflito. Ou seja, Angell vê a guerra como uma forma de “quebrar” mercados, já que a mesma destrói a capacidade de consumo e produção.

É possível perceber

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