Resenha Critica Diwan

DIWAN, Pietra. Raça Pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo. São Paulo: Editora Contexto, 2015, p. 22-46.                      

                                                                                                                     Maria Julia Queiroz.

        Em sua obra “Raça Pura: Uma história da eugenia no Brasil e no mundo.”, a historiadora Pietra Diwan trabalha com a teoria da eugenia, que defende a superioridade de um grupo sobre outro. No capítulo intitulado “A eugenia e sua genética histórica”, a autora levanta quais foram os principais ideias que tiveram influência na estruturação da eugenia moderna, vivida principalmente pela Inglaterra industrial no século XIX.

        Para dar início a discussão a autora expõe quais características e como cada período histórico complementaram para o fundamento da teoria eugenista. A autora deu enfoque para a Grécia Antiga, para a Idade Média, para o Renascimento e para o cenário da Inglaterra do século XIX, onde a eugenia ganhou destaque com o darwinismo e o darwinismo social e posteriormente com Francis Galton, que teve como mentor Charles Darwin.

        Segundo a autora, o padrão de beleza física, intelectual e também os hábitos e rituais de higiene iram ser estabelecidos como parâmetro para os eugenistas. Um dos hábitos dos gregos que podem ser considerados como purificação da raça é a verificação de todos os recém-nascidos para examinar se algum deles possuía algum tipo de anormalidade. Enquanto na Idade Média, a eugenia poderia ser apontada através de um viés religioso, onde os povos praticantes do cristianismo foram considerados superiores a outros fiéis, como os muçulmanos, povos indígenas e os pagãos. Esse senso de superioridade do povo cristão, foi usado como justificativa para a invasão das terras indígenas dos povos americanos, durante as Grandes Navegações. (DIWAN,2015. p.22)

        No período Renascentista, o centro do universo passa a ser considerado a razão, deixando para possível conhecimento humano, todas as coisas do mundo. Dando espaço para pensadores como Descartes e Hobbes, que com suas teorias revolucionaram o modo de pensar da civilização.  Seguido do Contrato Social de Rousseau, que tinha uma visão do corpo social como um conjunto do mundo político e do mundo natural.  (DIWAN,2015. p.26)

 

        Após o surgimento do biopoder, pensado por Focault, a biologia ganhou destaque, especialmente os campos da fisiologia, da microbiologia e do evolucionismo.  (DIWAN,2015. p.27)

        A fisiologia, foi criada por Claude Bernard, na medicina a teoria tem a função de explicar a relação de cada órgão com o organismo, e no contexto social tem a função de relacionar a sobrevivência dos Estados com os grupos sociais existentes. A Microbiologia teve grande impacto na fundação do higienismo para o controle de doenças e epidemias, mas quando colocada no contexto social, não teve muita força, pois se esperava uma saúde pública por parte do Estado, e o que de certo modo faria com que os seres menos qualificados, sobrevivessem.  (DIWAN,2015. p.28)

        Entretanto, é com a teoria evolucionista de Charles Darwin, que a eugenia ganhou força. Em seu livro datado de 1859, “A origem das espécies por meio da seleção natural ou a preservação das raças favorecidas na luta pela vida”, Darwin foi dizer que a ordem biológica e natural está diretamente ligada ao desenvolvimento da humanidade e sua hereditariedade. Na obra, somente os seres que estão biologicamente preparados vão sobreviver a luta pela vida e prolongar a sua linhagem.  (DIWAN,2015. p.30)