Sistemas Financeiros Internacionais
Por: alamirah • 23/4/2015 • Resenha • 2.629 Palavras (11 Páginas) • 204 Visualizações
18-02
Hegemonia: nunca existiu uma hegemonia no sistema internacional. Hegemonia para os autores significa imposição de força, já no pensamento kantiano seria o consenso.
Elementos para um Estado ser hegemônico: 1- força, 2- consenso (maior prova que o os EUA não é hegemônico, pois eles não têm um maior poder ibérico comparado com a Rússia, nem poder econômico comparado a China. Se os EUA fosse hegemônico, eles não questionariam os testes nucleares da Coreia, eles aceitariam, existiria um consenso
As primeiras hegemonias foram Genovesa (foi um estado que teve destaque maior na época, para o autor a hegemonia começa mesmo na Holanda), holandesa, britânica e norte americana (o autor deixa em aberto no livro que os EUA está em declínio).
Paz de Westfália (1648): foi importante porque surgiu a questão da soberania, estado laico (religião não mandar) e razão de Estado (autonomia, sabe o que é melhor para ele); não há interferência de outros Estados.
Congresso de Viena (1815): fim da era napoleônica, haver um equilíbrio de poder. Eles tentam restaurar o antigo regime. União de várias potências europeias e foi à primeira vez que aconteceu um acordo multilateral
*Spill over: um país estar em guerra e haver um perigo da guerra se alastrar para os vizinhos.
O longo século XX
- Arrighi desenvolve sua pesquisa em torno do que chama de “ciclos sistêmicos de acumulação econômica” e identifica uma sucessão de potências hegemônicas que mantiveram a ordem e o funcionamento da ordem mundial.
- Para isso, o autor utiliza pensamento de Marx e Fernand Braudel.
- As características essenciais do capitalismo foram à flexibilidade e o ecletismo. O capitalismo tem capacidade de adaptação. Não morre, ele se adapta. Ganhou muita força na revolução industrial. Pode se desenvolver nas guerras.
- O capitalismo pareceu especializar-se, como no século XX, quando se deslocou para o mundo da indústria. Ao mesmo tempo, não estava restrito a uma única opção.
- A expansão do capitalismo é dependente do poder estatal. Sem o Estado, os grupos capitalistas ficam de mãos atadas. Só se expande com o Estado, não existe sem a participação do Estado.
“o capitalismo só triunfa quando se identifica com o Estado, quando é o Estado.”
- Arrighi identificou três hegemonias do capitalismo histórico → Holanda, Grã-Bretanha e EUA.
- O conceito de hegemonia mundial de Arrighi refere-se à capacidade de um Estado exercer funções de liderança e governo sobre um sistema de nações soberanas.
- Para entender as origens sistêmicas das hegemonias, é necessário distinguir ‘anarquia’ de ‘caos’. A anarquia é a ausência de um governo central. Caos é a situação de falta de organização. À medida que se aumenta o caos sistêmico, a demanda por ordem tende a se generalizar.
“Portanto, qualquer Estado ou grupo de Estados que esteja em condições de atender a essa demanda sistêmica de ordem tem a oportunidade de se tornar mundialmente hegemônico”. (Arrighi, 1996) Quando surge um caos, novas demandas surgem e o Estado que conseguir atender essas novas demandas, será hegemônico.
- Arrighi identifica dois modos de governo ou lógicas de poder: “lógica capitalista” e “lógica territorialista”. Os capitalistas identificam o poder com a extensão de seu controle sobre os recursos escassos e consideram aquisições territoriais um meio e um resultado da acumulação de capital. Os territorialistas identificam o poder com a extensão e a densidade populacional de seus domínios. Expandir seu território e obter ganhos capitalistas.
Pra ser hegemônico tem que ser capaz de dominar um Estado ou um sistema de Estados, uma dominação intelectual (que o autor não deixa claro como).
LER A INTRODUÇÃO E O CAPÍTULO I DO LIVRO.
25/02
A hegemonia de Arrighi é liderança, pois nunca houve na história um país hegemônico (força + consenso).
O primeiro ciclo sistêmico de acumulação
O primeiro ciclo sistêmico surgiu em Gênova e Veneza.
Mesmo dentro de um sistema medieval de governo, houve um surgimento de um subsistema regional de cidades-Estados no norte da região que hoje é a Itália. Essas cidades-Estados começaram a desenvolver em um subsistema de jurisdições políticas separadas e independentes. Essa formação política trazia algumas das características do moderno sistema interestatal que surgiram no século seguinte.
Arrighi aponta quatro aspectos importantes desse subsistema:
- As cidades-Estados constituíam um sistema essencialmente capitalista de gestão do Estado e da guerra. O poder estatal estava nas mãos dos capitalistas. A lógica do Estado era capitalista: as aquisições territoriais eram submetidas a criteriosas análises de benefício. Pensa em ganhar capital primeiro e depois território. O capitalismo para dar certo precisa do Estado.
- As cidades-Estados conviviam em torno da noção de equilíbrio de poder (autonomia e redução de custos). Vários polos de poder. Não fazem a guerra, porque gasta muito dinheiro com armas, então um controla o outro para manter o equilíbrio.
- Indústria de proteção: uma parte das despesas com proteção era recolocado de volta ao mercado: as guerras se auto-sustentavam. Pois eles pagavam os soldados e os mesmo gastavam na própria cidade; foi limitado por quanto mais dinheiro em circulação, maior a inflação.
- Diplomacia: as cidades-Estados desenvolviam amplas redes de diplomacia com sedes permanentes com esses aspectos. As cidades-Estados “italianas” conseguiram se tornar grandes potências. Em 1420, já possuíam recursos suficientes para mostrar que pequenos territórios podiam se transformar em imensos continentes de poder.
Com a junção desses quatro aspectos, eles conseguiram se manter como polo.
Excepcionalidade de Gênova
- Criação da casa Di San Giorgio (banco) em 1407 marcou o desenvolvimento do capitalismo genovês. Os credores privados passaram a controlar as finanças públicas.
- O capital excedente passou a financiar dívidas públicas.
Grande classe de capitalistas
- Os capitalistas de Gênova passaram a dominar a economia de Castela e se tornaram financiadores. Controlavam o mercado e depois começou a financiar as expedições espanholas, isso foi o auge de Gênova.
- A decadência de Gênova se deu pela crise na Espanha (caos sistêmico), assim entra a Holanda.
- Governos territorialistas + capitalistas de Gênova.
O segundo ciclo sistêmico de acumulação – Holanda
- A ascensão da Holanda se da com o controle sob o mar Báltico. Os holandeses começaram a aumentar o volume de bens comercializados para compensar a estagnação do Báltico. Seus excedentes de capital foram investidos em bens geradores de renda, especialmente em terras e no desenvolvimento de agriculturas para fins comerciais. Westfalia iniciou a hegemonia da Holanda. Foi a hegemonia mais curta.
- A diferença com os “italianos” é que se tornaram rentistas muito cedo.
- Chegaram a criar uma revelação informal de intercâmbio políticos com a monarquia inglesa, que fornecia proteção em troca de um tratamento especial nas finanças e no comércio.
- Essa relação não deu certo, pois os holandeses já estavam negociando com a Casa de Orange (org. territorialista).
- O resultado foi uma organização governamental, as províncias unidas, que combinou as vantagens do capitalismo e territorialismo. A proteção inglesa deixou de ser necessária.
- O declínio do poder Holandês se deu na tentativa de outros governos de imitar a estratégia holandesa. No século XVIII, a França e a Inglaterra já apresentavam sucesso no comércio mundial.
- Os holandeses passaram a investir na briga entre os Estados territorialistas. Havia sempre crédito.
- Os holandeses não conseguiram ficar restritos ao crédito. Foram empurrados ao combate. Especialmente na independência norte-americana.
- Aos últimos anos do século XVIII, os ingleses conseguiram acabar com o poder naval holandeses.
*Bandwagoning: aliar-se ao mais forte.
04/03
A pax britannica
Conforme visto por Arrighi, os holandeses não conseguiram manter sua hegemonia por muito tempo após a paz de Westfália. A retaliação britânica aos holandeses acabou com o poderio marítimo holandês, tomando Londres o lugar de centro das finanças mundiais a partir de 1780.
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