A Economia Nas Relações
Por: thais.diniz99 • 20/10/2021 • Resenha • 2.109 Palavras (9 Páginas) • 134 Visualizações
O livro apresenta uma trilogia composta por volumes que tratam aspectos sobre a consolidação do capitalismo como um sistema economico e da corrida imperialista europeia, uma vez que realizada com o fim de ampliar a produção e o mercado consumidor destas nações. Ademais, um dos temas inciais abordados pelo autor, inclusive termo de sua autoria, é o “longo século XIX”, uma determinada expressão que faz análise as características do século em questão, que sobreexcede a austeridade dos anos, sendo ele, iniciado em 1789 - através da Queda da Bastilha em consonancia com a consolidação e ampliação do capitalismo como um sistema economico e da corrida imperialista europeia. Com isso, seus estudos demonstram uma grande erudição sobre a história mundial.
Com isso, para desenvolver analiticamente através de seu intelecto filosófico, o autor divide a obra em duas partes cruciais: "Evoluções" e "Resultados", sendo a primeira referente aos dos desenvolvimentos cruciais históricos do período, já a segunda, trata-se do retrato da sociedade produzida pela dupla revolução, ou seja, a Revolução Industrial Inglesa e a Francesa. Sendo assim, o comum a ambos movimentos é a exposição da Europa, principalmente quando é realizada a leitura do primeiro capítulo: observa-se as relações entre as distancias, posicionadas como se fossem a visão perceptiva de um homem da época, com longas viagens submetidas a melhoria das estradas e, ainda, posteriormente, a invenção da ferrovia - influente aspecto que leva-se a conclusão da viabilização da facilidade e barateamento dos deslocamentos na época -.
Nesta perspectiva, no início de sua escrita, é notório identificar uma linha marxista e a tendencia de análise quantitativa de Hobsbawn, principalmente ao mensurar dados em diversos momentos, sendo cauteloso e maemático ao citar uma grande gama de exemplificações para autenticar sua teoria e facilitar o entendimento do leitor. Em segundo lugar, agora observando sua influencia por Karl Marx, observa-se o materialismo histórico (segmento pelo qual o autor considera ser uma boa abordagem atenta ao que os homens podem fazer enquanto sujeitos e produtores da história) supondo sobre a forma da evolução economica, uma vez que se deu a exploração do homem pelo homem. Ademais, existem pautas de relações entre o crescimento da cidade em relação ao campo, discussão que leva a importância da produção agrária dentre os trabalhadores, onde os trabalhadores de campo não teriam boas condições, área que Hobsbawn evidencia como o "exodo rural, provocado pela crescente industrialização."
Observando o segundo capítulo (“A Revolução Industrial”), o autor aborda a revolução diretamente, alinhando com o movimento oriundo da Inglaterra, que cresce, e depois expande-se para o restante da Europa. Com isso, pode-se citar que o aprofundamento sobre a Revolução Industrial abre oportunidades para a compreenção das relações com a Inglaterra e suas colonias e demais países nascidos na época.
Essa nova revolução trouxe significativas mudanças. pode -se citar o surgimento de uma nova classe social, o proletariado. Na década de 1840, essa classe assume grande visibilidade, não como prestigiada, mas como problemática à s políticas governamentais. In clusive, o Manife sto do Partido Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels foi publicado na é poca, em 1 848, dando resposta ao tratamento dado aos homens e mulheres que trabalhavam nas f ábricas, lançando as bases e tornando mais o rganizada e sistemática a luta do proletariado por condiçõe s mais dignas de vida. Ainda nesse capítulo, é salutar ressaltar como a Inglaterra estava adiante das demais nações da época, o que lhe permitiu tal desenvolvimento industrial. O que acontecera na França em 1789, por exemplo, da derrubada do Antigo Regime e do absolut ismo, e da instauração de um poder não absoluto, com a Monarquia Constitucional, já ocorrera na Inglaterra mais de um século antes.
O estudo da Revolução Industrial ainda nos p ermite comp reender as relações da Inglaterra com suas colônias, ex-colônias (como os E stados Unidos da América) e demais países em nascimento na época. A produção de algodão, importado pela Grã-Bretanha, a partir da América, por e xemplo, foi de suma importância para a indústria tê xtil, que dominou as esferas de produção industrial na s primeiras décadas da revolução, tornando a Inglaterra hegemônica e absoluta em tal ramo. Em “A Revolução Francesa” (capítulo terceiro), Hobsbawm fa z o me smo traçado que fez ao abrir o livro, expondo a Fran ça do Antigo Regime sob o domínio absoluto da Casa Real dos Bourbon (sobretudo do reinado de Luís XVI), em seus aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais, so bretudo. As crises políticas na época não são latentes apenas n a França; observou-se fe nômenos na América, com o surgimento dos ideais iluministas de indepe ndência, consolidados a partir da estadunidense (1776-1783), e na própria Europa, como na Irlanda, em relação à Grã-Bretanha, e na Bélgica, em relação à Holanda. A importância dada à Francesa dá-se devido à magnitude do evento, que não restringiu -se ao território e nem ao período temporal exposto, influenciando e desencadeando outros movimentos na própria França, no restante d a Europa, e em colôn ia s, sobretudo na A mérica Latina. “A quantidade de agitações políticas é tão grande que alguns historiadores mais recentes falaram de uma “era da revolução democrática”, em que a Revolução Francesa foi apenas um exemplo.” (Hobsbawm: 2015, p. 99).
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