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CARTA DA JAMAICA

Por:   •  11/5/2017  •  Abstract  •  583 Palavras (3 Páginas)  •  242 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

DISCENTE: Túlio H. P. Bartolomeu   R.A.: 151224315

DOCENTE: Prof. Dr. Alexandre Fuccille

DISCIPLINA: Política Externa: Mecanismos de Integração da América Latina

CURSO: Relações Internacionais – 3º ano (Noturno)

CARTA DA JAMAICA (apontamento)

O contexto histórico em que a carta foi ditada por Simón Bolívar a Pedro Briceño Méndez era bastante turbulento. Em 1815 – ano de redação da carta -, o Império Espanhol reocupou as províncias do Novo Mundo e obrigou os líderes revolucionários a pedirem refúgio em ilhas caribenhas.

Nesta epístola, endereçada ao inglês Henry Cullen – um curioso e entusiasta das ações dos revolucionários -, Bolívar defende os motivos para a continuação de sua luta frente ao Império Espanhol, em um cenário complicado que envolvia a restauração do poder dinástico, a força militar superior por parte do Império e a complexidade do cenário político e social na América espanhola.

Uma de suas principais contribuições, sem dúvidas, é a visão geral empregada às lutas pela independência na região, colocando-as dentro do mesmo processo histórico. Tem destaque ainda a defesa de uma unidade que distingue o povo do Novo Mundo, por sua composição de maioria não-europeia e não-nativa; um hibridismo de culturas que ao mesmo tempo diferencia-os dos espanhóis e conferem-nos singularidade. Desse modo, a luta pela independência passa a ser percebida como uma causa comum dos povos da região.

Inicia-se a carta com a lembrança das barbaridades cometidas pelos espanhóis no continente desde que aqui pisaram. A vitória ante os dominadores espanhóis seria uma questão de tempo, na visão de Simón Bolívar. Obviamente, essa defesa objetivava o apoio dos ingleses, de outros europeus e dos norte-americanos à luta pela independência, em uma circunstância na qual os revolucionários encontravam-se enfraquecidos frente à reação do Império espanhol, como destacado em passagem anterior.

Embora estivessem ocorrendo vitórias e derrotas por parte dos independentistas, havia na América meridional uma luta simultânea pela independência. Aqui Bolívar relata as condições de cada província; argumenta que a Europa deveria defender a independência Americana, visto que esta posição significaria estabelecimentos ultramarinos de comércio, além de ser importante para o equilíbrio do mundo dissuadir a Espanha da ideia de reconquista.

A postura dos habitantes da América hispânica foi passiva por séculos, posto que sua existência política era nula. Eram negados aos moradores locais qualquer condução dos assuntos domésticos, deixando-os sem conhecimento e experiência em relação aos negócios públicos e, por isso mesmo, sem condições de desprenderem-se da Metrópole subitamente, como aconteceu.

Bolívar demonstra ceticismo quanto a capacidade da América meridional conseguir manter as bases da república no curto prazo, dado seu passado de subjugação; ele fala na necessidade de um estado paternal que cure as feridas do despotismo e da guerra. No entanto, diz ser favorável à implantação de estados republicanos independentes na região. Assim, responde ao seu interlocutor, que os americanos defensores da paz, do comércio e das ciências tendem a preferir as repúblicas às monarquias.

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