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Capitalismo E Relações Trabalhistas

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Por:   •  29/9/2013  •  1.246 Palavras (5 Páginas)  •  371 Visualizações

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RESUMO CAPITALISMO E RELAÇÕES TRABALHISTAS

O mundo do trabalho tem sua configuração e sua dinâmica alteradas à medida que.

Há duas relações sociais básicas que são constitutivas do capitalismo: a dominação exercida pelo capital sobre o trabalho, que define uma relação de exploração, e a disputa entre frações do capital pelo controle dos mercados, que estabelece uma relação de concorrência. É com base na compreensão da dinâmica envolvida em cada uma dessas relações que se pode compreender como o processo de acumulação de capital reproduz de forma ampliada as estruturas econômicas e promove a introdução de inovações tecnológicas e organizacionais que transformam, ao longo do tempo, a própria sociedade.

Sem dúvida, o capitalismo se mostrou extremamente dinâmico a partir da Revolução Industrial, que redefiniu a relação capital x trabalho e alterou por completo as condições da concorrência intercapitalista. À medida que emerge um padrão de acumulação de capital mais vigoroso, centrado na expansão industrial, observa-se a formação de um novo mundo do trabalho, marcado pela presença de novos atores em especial, o operariado e pela adoção de novas regras em particular, a liberação do mercado de trabalho.

Desta perspectiva mais abstrata, é evidente que o entendimento dos fatores responsáveis pela estruturação e mudança do mundo do trabalho deve ser buscado nas formas de exploração do trabalho assalariado e nas estratégias de concorrência adotadas pelas grandes empresas. Contudo, limitar a análise a esses fatores resultaria num entendimento bastante restrito e claramente insuficiente. Como avançar, então, em direção a uma explicação satisfatória?

Antes de tudo, é importante esclarecer que o termo "mundo do trabalho" não deve evocar a idéia de um universo fechado em si, autônomo em relação às demais esferas da vida social. Pelo contrário, refere-se a um conjunto de situações e interações que só podem ser examinadas à luz de um quadro social mais amplo, no qual devem ser contemplados, por exemplo, a evolução científico-tecnológica e os embates político-ideológicos. No caso da reflexão aqui proposta, a utilização do termo tem o propósito de delimitar um campo de estudo, no qual se pode dar prioridade para a análise de alguns temas recorrentes, como a estruturação e o funcionamento do mercado de trabalho, o movimento operário e a ação sindical, ou o conteúdo e o caráter conflituoso das relações de trabalho, entre outros.

Para entender a metamorfose do mundo do trabalho no longo século XIX (que vai de 1789 a 1914) é preciso, em primeiro lugar, compreender as mudanças ocorridas no padrão de acumulação de capital – por exemplo, a transição da etapa concorrencial para a etapa monopolista trouxe consigo o taylorismo e depois o fordismo, foram sistemas com intuito de racionalizar a produção industrial, além de ter sido acompanhada de uma modificação da estrutura ocupacional por ramos de atividade. Mas, também é fundamental examinar a ruptura com relação à ordem social do antigo regime, na qual a desigualdade e o privilégio são naturalizados, entender a constituição de uma ordem social burguesa, na qual impera o ideário liberal, assim como apontar as reações contra esse ideário, o surgimento de um novo sindicalismo e as políticas públicas embrionárias de proteção social que vão aparecendo.

De modo análogo, para entender a metamorfose do mundo do trabalho no breve século XX (que vai de 1914 a 1991) é necessário, inicialmente, compreender as mudanças decorrentes do colapso do liberalismo econômico na década de 1930, assim como a expansão da regulação pública dos mercados após a Segunda Grande Guerra. Mas, também é imprescindível considerar o abandono do liberalismo político e o avanço das práticas democráticas, assim como as tensões ideológicas associadas à guerra fria, sem o que é difícil examinar o compromisso com o pleno emprego e a centralidade do trabalho para o exercício da cidadania, ou outros aspectos que conferem especial singularidade aos "anos de ouro" nas sociedades capitalistas mais ricas do Ocidente.

Certamente, as convergências nas tendências verificadas no mundo do trabalho nos países de capitalismo mais desenvolvido não apagam as especificidades nacionais. Por isso mesmo,

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