Carlota Joaquina De Boububon
Dissertações: Carlota Joaquina De Boububon. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Mayarasantos • 2/10/2013 • 1.273 Palavras (6 Páginas) • 853 Visualizações
Nascimento e casamento[editar]
Carlota Joaquina era a filha primogênita do rei Dom Carlos IV de Espanha e de sua esposa, D. Maria Luísa de Parma, rainha de Espanha. No dia em que iria a Portugal, Carlota Joaquina pediu à sua mãe para que fizessem uma pintura sua com seu vestido vermelho para colocar na parede, no lugar do quadro da infanta D. Margarida (à qual Carlota dizia superar em beleza).
Teve seu casamento arranjado, em 8 de maio de 1785 (com apenas dez anos de idade), com o Infante português D. João Maria de Bragança (futuro Dom João VI), àquela altura Senhor do Infantado e duque de Beja, sendo o segundo filho de D. Maria I, Rainha de Portugal (que mais tarde enlouqueceria).
"Para realizar o projeto chamado de Floridablanca pelo qual se conseguiria uma aliança duradoura entre Espanha e Portugal foi assinado um tratado no qual estabelecia dois casamentos entre infantes espanhóis e portugueses; a Espanha daria ao príncipe Dom João a princesinha Carlota; e Portugal daria ao Príncipe Dom Gabriel, filho do Rei Carlos III, Dona Mariana Vitória irmã de Dom João; na época destes acordos Dona Carlota tinha 8 anos de idade e Dona Mariana tinha 15; esses casamentos levaram dois anos para se consumarem; só ocorreram após a assinatura do "tratado" entre a Rainha Maria Vitória de Portugal e o Rei Carlos III de Espanha. Em 17 de março de 1785 o Conde de Louriçal que era ministro português na corte de Madrid pediu a mão de Dona Carlota para casamento em nome de Dom João; e o Conde Fernan Nunes embaixador espanhol em Lisboa pediu a mão da infanta portuguesa Dona Mariana Vitória em nome do príncipe Dom Gabriel. Carlota teve que submeter-se aos chamados "exames públicos" para o acordo matrimonial, quando respondeu durante 4 dias, cerca de uma hora por dia a perguntas sobre religião, geografia, história, gramática, língua portuguesa, (não se esqueça que ela era espanhola) espanhol e francês; as apresentações dos dois casais aconteceram no dia 8 de maio de 1785 na cidade portuguesa de Vila Viçosa na fronteira com a Espanha. No dia seguinte, o casamento foi aceite pela Igreja através da benção dada por um cardeal. Os festejos duraram quatro dias, durante o dia se realizavam torneios e touradas, e a noite havia reuniões musicais que na época se chamavam "serenins", bailes e representações líricas. Dentro desses festejos, durante uma das noites de núpcias, a princesa Carlota agrediu o esposo, mordeu-lhe fortemente a orelha e atirou um castiçal no rosto do marido. Depois desse episódio, foi feito um ato adicional ao contrato de casamento, permitindo que Dona Carlota pudesse ter sua primeira relação sexual com o marido aos 14 anos podendo voltar atrás caso assim ela quisesse ou seja: se ela quisesse fazer sexo antes dos 14 anos, poderia. Um certo Padre José Agostinho de Macedo, imprimiu uns folhetos contando esse caso da noite de núpcias de forma brincalhona e sarcástica com o titulo "O gato que cheirou e não comeu" (...); a princesa, indignada com o escrito mandou dar uma surra de chicote nas nádegas do padre, despi-lo em praça pública e aplicar uma "seringada" de pimenta do reino no seu clérigo traseiro e depois soltá-lo nu no Bairro das Marafonas. O Padre José Agostinho foi socorrido por uma atriz cômica do Teatro da Rua dos Condes, Maria da Luz que depois veio a ser amante do vigário humilhado. O matrimônio, é claro, foi um fracasso. A vida sexual do casal só começou realmente cinco anos depois, quando Carlota menstruou pela primeira vez."1
Em 1788, com a morte do herdeiro da Coroa portuguesa, o primogénito D. José, príncipe da Beira, D. João tornou-se o príncipe herdeiro. Por loucura de sua mãe, este tornou-se regente de Portugal de facto em 1792, e de jure em 1798, e, por conseguinte, Carlota tornou-se princesa-regente consorte de Portugal.
Esta virada dos acontecimentos conveio perfeitamente ao caráter ambicioso e até violento de Carlota. Desde cedo procurou intrometer-se nos assuntos de Estado, procurando influenciar as decisões do marido, muitas das vezes não se lhes submetendo; começou a desprezá-lo, recorrendo até à chantagem, à intriga e à pressão conjugal sempre que não conseguia os seus intentos. A situação proporcionou à casa real uma verdadeira situação de anomia, que eventualmente acabou por chegar aos ouvidos do povo.
Tramas políticas[editar]
“A mulher era quase horrenda, ossuda, com uma espádua acentuadamente mais alta do que a outra, uns olhos miúdos, a pele grossa que as marcas de bexiga ainda faziam mais áspera, o nariz avermelhado. E pequena quase anã, claudicante (…) uma alma ardente, ambiciosa, inquieta, sulcada de paixões, sem escrúpulos, com os impulsos do sexo alvoroçados.”
—
...