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Carr E Angell - Sistema Internacional

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Por:   •  1/12/2014  •  1.046 Palavras (5 Páginas)  •  787 Visualizações

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Edward Carr, em sua obra, faz uma apresentação objetiva sobre as teorias de Relações Internacionais em voga na época em que escreveu – Realismo e Idealismo – apontando os aspectos positivos e negativos de ambas. Sendo assim, o autor define-se como um racionalista. Entretanto, é nítido que o autor possui uma inclinação maior à teoria Realista, principalmente porque esta teoria é mais condizente com o período entreguerras, que é o descrito na obra.

Norman Angell é claro defensor do Liberalismo, sendo considerado hoje um dos estudiosos clássicos dessa vertente. A obra estudada, escrita em 1910, analisa as tensões que deram origem à Primeira Guerra Mundial por um viés contrário ao belicismo, que era iminente nas circunstâncias da época.

Primeiramente, cabe fazer uma diferenciação sucinta entre as teorias, que são clássicas no estudo das Relações Internacionais. O Liberalismo propõe uma visão mais voltada ao indivíduo e ao bem-estar geral, logo, a cooperação mútua entra como elemento chave dos processos sociais e políticos. É uma vertente normativa, ou seja, descreve como a sociedade deveria ser. Admite-se que o sistema internacional é composto por diversos atores internacionais, e que a criação de regras e padrões garante a coexistência pacífica em um sistema até então anárquico. O Realismo segue outra linha de pensamento, pautada fundamentalmente na segurança e na estabilidade dos Estados e do sistema internacional como um todo. É uma teoria baseada em fatos históricos, que visa explicar as circunstâncias concretas das sociedades. Os únicos atores internacionais são os Estados porque estes são, de fato, os tomadores de decisões. O objetivo principal destes é garantir a autopreservação e, posteriormente, alcançar a hegemonia. Diante disso, a ordem do sistema configura-se como um equilíbrio de poder num cenário anárquico.

A partir das definições expostas, Carr e Angell dissertam, em suas respectivas obras, o papel e as características da política e do poder político em si. Para Angell, o poder político não garante a riqueza e o bem-estar, porque estes estão no âmbito individual. Este poder político geralmente resguarda o poder militar, que é considerado inútil por não contribuir para uma vida melhor aos indivíduos. Além disso, a estabilidade da política é reduzida, pois, a qualquer momento, os rumos políticos de certo território podem se alterar enquanto os vínculos econômicos se mantêm.

Carr analisa paralelamente as teorias, e acerca do Idealismo, dá ênfase ao conceito da opinião pública, que consiste na participação racional do indivíduo na política e que é aprimorada com o desenvolvimento intelectual. O autor critica a noção de que a opinião pública é sempre benéfica e representante da sociedade como um todo, pois essa opinião nem sempre é a mais correta e pode estar permeada por “mesquinhez”. A harmonia de interesses também é citada como um dos grandes pressupostos liberais, e consiste na coincidência dos interesses dos indivíduos e da comunidade, ou seja, o indivíduo nutre os interesses da sociedade para, consequentemente, garantir os seus próprios. Carr condena esse conceito, pois é demasiado utópico acreditar que os interesses individuais são moldados de acordo com os interesses coletivos, além de atribuir à política uma moral que não lhe é característica, que se reflete na prevalência da ética em relação à política. Já a teoria Realista baseia-se na prevalência da política em relação à ética, ou seja, os indivíduos são condicionados através da coação dos governantes. Essa vertente crê no pragmatismo da política diante das relações sociais, além da concepção de que a moral é objeto dos grupos dominantes a fim de impor seus interesses e manter o status quo. O poder político garante artifícios que se refletem no sistema internacional através da busca pela hegemonia por instrumentos diversos, inclusive militares.

Acerca das relações econômicas, Angell as toma como centrais na discussão e defesa do Liberalismo. Todo o fluxo de riquezas, baseado no comércio

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