Conexões de esgoto de geração de bits, mas um vazio no ar
Tese: Conexões de esgoto de geração de bits, mas um vazio no ar. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Conkerz • 7/9/2014 • Tese • 3.471 Palavras (14 Páginas) • 272 Visualizações
A geração bit se assenhora da comunicação,
mas a revolta está no ar
Antonio Lassance1
Foto: Mídia NINJA, disponível na EBC.
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Cientista político e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). As
opiniões expressas neste artigo não refletem necessariamente opiniões do Instituto. Artigo
publicado no Blog de Antonio Lassance, no portal Carta Maior e no Jornal GGN.
A Geração Bit
A velha mídia está derretendo sob o sol a pino de novas formas
de consumo da informação. Os abalos sofridos por ícones tradicionais
do jornalismo se sucedem. O que sobrará dos velhos modelos?
Uma guerra de titãs se processa no campo da comunicação e da
tecnologia da informação, envolvendo pelo menos três atores essenciais: os
grandes grupos financeiros (bancos e seus financistas), as grandes corporações
do mundo da informação e da comunicação e os governos.
Quem agora puxa o ritmo das transformações na comunicação são o que
chamo de barões digitais, ou Geração Bit (de Bill Gates, da Microsoft; do finado
Steve Jobs, da Apple; Mark Zuckerberg, do Facebook; Sergey Brin e Larry Page,
do Google, Jeff Bezos, da Amazon, e tantos outros que não param de surgir),
todos de trajetória meteórica.
Por enquanto, eles agem em conluio com os velhos gigantes das
telecomunicações. O problema é que o principal negócio das telecons está se
transformando. Dentro em breve, será quase
exclusivamente o de entregar os
produtos empacotados pelos barões digitais, pura e simplesmente. A sorte das
telecons está, literalmente, por um fio. Se houver inovações que tornem a
interligação física dispensável ou menos rentável do que o necessário para
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cobrir os custos de sua infraestrutura, as telefônicas passarão a ser a bola da
vez do canibalismo dos barões digitais.
Mais cedo ou mais tarde, os velhos capitães das telecons terão
que encarar diretamente os criadores da atual fase da era digital.
Ambos os lados irão reinstalar o teatro que, há um século, se dava em torno de
ferrovias, petróleo, energia elétrica e siderurgia. Na segunda metade do século
XIX, esses barões ladrões se abraçavam e se apunhalavam o tempo todo. Algo
similar deve ocorrer na era digital entre o baronato sem fio e o com fio, em
duelos em que as armas serão telefones (fixos e móveis), computadores
portáteis e televisores. Nenhum deles deve desaparecer. A grande incógnita não
é quem irá vencer, mas sim como e quando os barões digitais da Geração Bit
irão enterrar os telecons, e se alguém dentre as telefônicas irá mudar de lado a
tempo para evitar ficar pequeno, como aconteceu com a IBM, a Xerox e a
Kodak.
O entrechoque vai ditar os novos rumos da comunicação global.
Aqueles
que
prevalecerem
desse
confronto
irão
transformar
definitivamente o mundo das comunicações.
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Os Cavalos de
Troia
Os governos aparecem como peças chave dessa equação. Eles são
propulsores das estratégias comerciais e industriais dos grupos econômicos que
estão à frente das inovações que reinventam o mundo em que vivemos.
Patrocinam as estratégias desses grupos, compram seus produtos e os
alimentam de informação vendida como notícia.
O complexo militar é normalmente responsável por investir recursos
maciços em tecnologias inovadoras que, posteriormente, ganham versões de
mercado. Hoje se sabe o quanto tais tecnologias continuam sendo capturadas
por objetivos militares e de influência geopolítica.
Celulares, tablets, notebooks e televisores, vendidos em lojas de varejo e
dados aos montes em época de Natal, aniversário e Dia dos Namorados, são
presentes de grego que trazem em suas barrigas soldados digitais (como era
Edward Snowden), recrutados para abrir os portões das atividades, das
preferências e dos pensamentos de cidadãos, empresas e governos, onde quer
que estejam.
A comunidade de informação dos EUA continua se banqueteando de
todos nós, a cada clique, como vermes escondidos. Graças a Snowden,
descobrimos que o grande problema da internet não são os piratas, são os
corsários, ladrões de informações preciosas a serviço
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